tenho medo de borboleta
e não de amar
sinto paixão no terror
e no desvendar
gosto de casos e mistérios
de caras sorridentes e não dos sérios
não tenho medo do lobo mau
evito só quem se acha o tal
sou apaixonada no suspense
em não saber
quem vai ser o próximo a morrer
em não saber
quem vai ser o primeiro a ceder
sei quem conversou primeiro
e quem esperou o dia inteiro
mas não sei até quando alguém esperaria
até quando alguém sobreviveria
antes da morte te encontrar
antes do amor te matar
essa agonia e essa esperança
nosso fantasma numa eterna dança
sem saber quais os próximos passos
sem saber se são só amassos
ou se isso vai liberar uma maldição
um espírito revoltado
porque partiram seu coração
acendam velas no jantar
convidem todos os espíritos sem luz para sentar
confie no seu potencial
acredite que eles não querem te fazer nenhum mal
se apaixone pelo vilão
beba de sua poção
definhe aos seus pés
dentro daqueles chalés
da sua lua de mel
é doce o sabor
de um amor cruel
desengasgue todo esse veneno
e espere ele dormir
observe-o sereno
e prepare-se para agir
mate ele com seu amor
como ele nunca foi capaz de fazer
espere que ele implore pela dor
e o veja morrer
se há uma linha fina entre o amor e o ódio
também há entre a coragem e o medo
como ele pode ter coragem de te odiar
e ao mesmo tempo medo de te amar?
de qualquer forma
isso não importa mais
você pega o suspense e o terror
e o transforma
em uma morte de amor
quando os legistas forem checar
do que ele morreu
vou fazer questão de ir até lá
e dizer que fui eu
eu morri de angústia por ele ter partido
e agora ele morreu de coração partido
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Epifania
Poetryepifania poesia continuação de atemporal ou não uma nova eu #1 em poema 06/04/19 #1 em poesia 15/07/19