A sós

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DEMOREI, MAS CHEGUEI! BORA PRO CAP. LEIAM AS NOTAS FINAIS PARA MAIS INFORMAÇÕES.

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  Mal conseguia prestar atenção no que Lilia falava durante aquela aula. Seus pensamentos só se concentravam na noite anterior: a voz de Otabek ordenando todas aquelas coisas, o timbre rouco dele no telefone, a forma como gozou tão intensamente enquanto chamava pelo seu nome, tudo estava perfeitamente gravado em sua memória.

  — Senhor Plisetsky. — A mulher chamou, impaciente. — Posso saber o que há de tão importante acontecendo para que você não esteja prestando atenção?

  Endireitou sua postura, engolindo em seco.

  — Desculpe. — Respondeu, abaixando o olhar para a página vazia de seu caderno.

  Lilia permaneceu calada por alguns instantes, suspirando em seguida.

  — Bom, se está indisposto, acho melhor não continuar com a aula por hoje. — Disse, apagando o quadro negro. — Volte quando se sentir mais apto a ouvir atentamente o que tenho para ensinar-lhe.

  Sentiu suas bochechas esquentarem, mas resolveu não responder nada e apenas deixar o local. Havia combinado de encontrar com Mila depois do almoço para colocarem a conversa em dia, mas ainda faltava certo tempo e não fazia ideia de onde a ruiva se encontrava. Ela havia começado a dar pequenas sumidas durante o dia.

   Otabek havia saído para outra reunião mais cedo. Sinceramente, ele tinha que fazer isso todos os dias? Não queria parecer egoísta, mas só de pensar que ele já tinha tantas responsabilidades mesmo não estando no trono ainda o deixava com certo receio. Como seria quando ele fosse o rei? Ficaria dias sem vê-lo, talvez semanas? Tocou a coleira que trazia por baixo do suéter de gola alta que vestiu aquele dia. Sua sorte era de que o couro era fino e não parecia tão visível. Sabia que coleiras ainda eram vistas com certo tabu em alguns países mais tradicionais, pois estas sempre foram associadas à prostituição.

  — Me desculpe…! — Disse ao esbarrar em alguém que caminhava na direção contrária.

  Deparou-se com um rapaz de cabelos negros ondulados e óculos de armação preta. Havia conhecido-o na festa de noivado, era o primo de Otabek, Aydin.

  — Ah, bom dia, Yuri. — O alpha sorriu de forma amigável.

  Não havia reparado durante o Mangni, mas ele parecia bem mais alto de perto, além de muito bonito.

  — Olá. — Retribuiu o gesto. — É Aydin, certo?

  — Sim, é. — Riu levemente. — Me perdoe por não ter mostrado uma postura mais amigável durante o Mangni. Festas e confraternizações nunca foram o meu forte. 

   — Está tudo bem, eu entendo. — Continuou. — A sua irmã certamente já foi um brinde de hospitalidade.

  Se arrependeu do que disse logo em seguida, suando frio. Aquele comentário havia soado completamente irônico.

  Apesar de seu nervosismo, a única coisa que Aydin fez foi prender o riso.

  — Sinto muito por ela, é sempre assim. Meu pai fez de tudo para mimar ela como forma de compensar a ausência da nossa mãe depois da morte dela e, bem, ela acabou por ter esse pensamento de achar que pode ter sempre o que quer. — Revelou, sua voz calma e profunda.

  — Ah, eu sinto muito… — Abaixou o olhar.

  — Está tudo bem. — O alpha lhe dirigiu um sorriso pequeno. — Foi há muito tempo… De qualquer forma, como tem sido sua estadia em nosso pequeno país? Espero que, ao contrário da minha irmã, todos estejam sendo hospitaleiros.

Sua AltezaOnde histórias criam vida. Descubra agora