Acima das nuvens

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  VAMO QUE VAMO

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  Yuri jamais pensou que o período de um mês pudesse passar tão rápido.

   Após intermináveis semanas de provas e incontáveis apresentações de trabalhos, finalmente havia se formado. Todos aqueles anos de esforço haviam valido a pena, e pode se dar ao prazer de sentir orgulho de si mesmo, como há muito não fazia.

   Contudo, ainda estava surpreso com o fato de ter conseguido manejar tudo aquilo com aquela nova informação que tinha de processar: o fato de ser noivo de um príncipe.

   À medida que o tempo passava, podia ver Otabek cada vez mais ansioso com a proximidade do dia da viagem, e Yuri não poderia negar que também estava, mas que ainda havia receio dentro de si.

   Uma semana após o dia de sua graduação, lá estava ele, sentado em uma das cadeiras do grande aeroporto surpreendentemente vazio, encarando os dedos pálidos de sua mão enquanto esperavam a chegada do avião.

   — 'Tá aí, Otabek, você sabe que eu sempre gostei de você, né? — Mila, que também havia sido convidada para ir, perguntou.

   — Sempre soube que você era o cara certo pro meu primo, Otabek, fico feliz que você vá se juntar a nossa família — Victor complementou, sorrindo um tanto quanto forçado.

   — Sabe que agora eles vão viver puxando o seu saco, né? — O loiro cochichou para o noivo, que soltou um pequeno riso.

   — Não é como se eu já não estivesse acostumado com isso, e confesso que um pouco de bajulação da parte do Victor é bem inédito — Explicou.

   — Velhote, como conseguiu tirar três meses de folga? A Mila eu até entendo, já que ela é uma desocupada e o vô resolveu liberar ela para vir junto, mas você?

   — Bom, meu primo querido, eu diria que essa é uma das vantagens de ser seu próprio patrão, pois caso você tenha esquecido, eu sou-

   — Um grande cirurgião plástico — Os quatro, incluindo Nikolai, repetiram em um tom monótono.

   — Caham. E além do mais, nós somos uma família, e a família deve permanecer sempre junta, principalmente em um momento tão importante como esse — O platinado continuou. — Vamos unir nossas famílias, e-

   — 'Tá bom, Velho, já entendemos — Yuri resmungou, se encolhendo na cadeira.

   — Seu Nikolai, tem certeza que não há problema em deixar a padaria por três meses? A minha família entenderá se você não puder ir agora, e eu também posso arcar com os prejuízos durante sua ausência — O alpha fizera questão de confirmar aquilo novamente, afinal, queria que tudo estivesse perfeito até nos mínimos detalhes.

   — Eu já disse que está tudo bem, Otabek. Eu tenho outros funcionários de confiança que podem cuidar da padaria por mim. Minha maior preocupação no momento é ter que ficar longe da minha poltrona e das minhas partidas de xadrez no parque — O mais velho riu com a preocupação do outro.

   — Você quer que eu te chame de "Sua Alteza" agora ou posso continuar com Otabek mesmo? — Mila questionou, se espreguiçando deitada em um dos conjuntos de cadeiras, pouco se importando com os olhares levemente reprovadores das pessoas de classe que passavam por ali.

   — Por favor, pode continuar só com o Otabek — O cazaque pediu. — Olha, acho que é o nosso avião.

   Pela grande parede de vidro que separava o portão de embarque da pista, Yuri pode ver uma espécie de jatinho branco ser dirigido até o local onde estavam. Próximo da cauda havia uma espécie de brasão verde com duas espadas douradas cruzadas no meio.

Sua AltezaOnde histórias criam vida. Descubra agora