Catarina
Era uma jovem linda
Que a todo o momento, sorria.
Seu pai concedeu sua mão,
Nunca perguntou se aceitava a submissão,
Não lhe ofereceu outra opção.
Teve um belo casamento
Que logo se transformou em tormento.
Seu marido, muito velho era.
Suas manias, ela tolera,
As tarefas de casa realiza,
Quanto ele, outras mulheres cobiça.
Hoje levou um tapa no rosto.
Ontem, ele a apertou pelo pescoço;
Ela nunca fez nenhum alvoroço.
"obedeça, ou amanha eu lhe quebro um osso",
Disse seu homem ao ver a louça suja,
Cujos pratos ele comprara e usara,
E a mulher, claro, estava desamparada.
Muito era:
Humilhada,
Comparada,
Trocada;
Levou uma facada,
No chão foi largada
E a vizinha permaneceu calada,
Do caso esqueceu
E sua filha nasceu...
(Repete tudo que já aconteceu)
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O Livro Amarelo
PoetrySe as ações e sentimentos tivessem cor, tudo seria bem mais visível; a criatividade, na minha palheta de cores, é com toda certeza bem amarelada. Eis aqui o ápice da criação.