Olhou a cristalina água
Entrou em colapso em seu olhar
Reparou em seus próprios traços
Glorificou-se:
"eis que sou
O mais belo homem".
Esqueceu que não sabia nadar
E ao aproximar-se de seu reflexo
Foi inevitável se afogar.
Tudo se repetirá
Quando as revistas inventarem.
Seremos os Narcisos de nossa época,
Afogando nos rios de lágrimas
Das negras solteiras,
Das brancas obesas,
Das crespas em alisamento,
Em busca
Do padrão perfeito.
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O Livro Amarelo
PoetrySe as ações e sentimentos tivessem cor, tudo seria bem mais visível; a criatividade, na minha palheta de cores, é com toda certeza bem amarelada. Eis aqui o ápice da criação.