Era um mundo branco,
Todos andavam em bando
E aos prantos estavam.
Para o espanto dos humanos,
Veio um artista.
Transtornado com a pouca cor,
Inspirado em acabar com a dor,
Desenhou com todo o seu amor
Uma única e simples flor.
Cada pétala tinha uma finalidade,
Surgia assim uma nova vida.
Sua missão, não estava cumprida.
O mundo já não era mais incolor,
Tudo mudou,
Era o fim do primeiro dia.
No segundo dia, ele voltou.
Coloriu as nuvens de azul
Como sempre desejou,
Esculpiu uma estatua.
E no terceiro dia,
Simplesmente contemplou sua arte.
No quarto dia,
Ele se ausentou,
Seu remédio tomou.
No quinto dia,
Não via mais nuvem azul,
Flor colorida
Ou estatua esculpida por suas mãos.
No raiar do sexto dia,
Deixou seu país das maravilhas,
Fechou os olhos
E se foi...
Decretaram o óbito.
Disseram adeus
Aos olhos do incompreendido pintor,
Que outrora digeria tinta colorida,
Afirmando estar bebendo a alegria.
Tudo isso, no sétimo dia.
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O Livro Amarelo
PoetrySe as ações e sentimentos tivessem cor, tudo seria bem mais visível; a criatividade, na minha palheta de cores, é com toda certeza bem amarelada. Eis aqui o ápice da criação.