1° dia.

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5.

Sadie.

    A vontade de morrer se multiplica a cada hora, minuto e segundo que se passa.

Parte de mim quer parar de respirar nesse momento e deixar de existir, já a outra quer viver e ver no que vai dar.

Não sei porque esses tipos de sentimentos insistem em percorrer minha mente e meu corpo.

Cada suspiro, cada amanhecer, me faz chorar tanto por dentro quanto por fora.

Tantas pessoas felizes com suas vidas normais e estáveis. Eu não chego a ser diferente, mas por que eu não posso desfrutar de uma adolescência tranquila? Sem distúrbios mentais?

Pessoas vem me dizer que estou assim por falta de Deus, eu não chego a me considerar ateu, mas em que lugar está Deus quando eu passo por tais aflições?

Acredito que depressão não é falta de Deus, mesmo alguns dizendo o contrário.

Mas neste momento uma roupa bonita é prioridade, vejamos..

Para um corpo como o meu não pode ser algo colado ou com decotes.

Já sei, um vestido bem solto que irá tampar metade das minhas coxas, uma jaqueta de couro preta para esconder os hematomas de braço já que andei me mutilando ultimamente e uma bota preta.

Prendo meus cabelos ruivos em um rabo de cavalo mal feito, coloco meu colar de sempre mas dessa vez acrescento também em minha orelhas uma argola prata.

Perfeito, uma gótica de cabelos ruivos.

Que ótima combinação.

Desço pelas escadas devagar e perdida em meus pensamentos loucos.

- Você está linda filha. - minha mãe fala enquanto assisti à um reality show e toma seu vinho branco.

- Obrigada, eu acho. - digo e logo ouço a campainha tocar.

É ele, o cara mais idiota do mundo.

- Mãe, Finn chegou, já estou indo. - 

- Nem pensar mocinha, chame ele para entrar quero conhecê-lo.  -

- De verdade? -

- De verdade verdadeira. -

Reviro os olhos com ato da mais velha, contudo me dirigo a porta para abri-lá.

Me deparo com o garoto alto e seus cabelos úmidos cacheados, ele me olha de cima a baixo o que me deixa nervosa e insegura mas não quero demonstrar.

- Vai ficar me secando ou vai entrar? - digo sarcástica pelo fato do menino ainda estar observando cada detalhe meu.

- Ficar te olhando seria maravilhoso, mas já que insiste tanto assim, eu entro. -

- Mãe, esse é o menino idiota, barra, problemático que conheci hoje mais cedo. - digo totalmente desanimada.

- Sadie! Cadê os modos? - ela me adverte e peço desculpas para ela que continuasse a falar. - É um prazer Finn, eu queria falar que é um prazer te conhecer e que eu não tenho preconceito algum por você ser homossexual, pelo contrário, apoio muitas campanhas em pró do LGBTQ!

A cara dele é impagável, sua expressão de perdido me faz soltar um risinho discreto.

- am....obrigada senhora Sink. - 

- Por nada querido, sei que vocês irão ser ótimos amigos... eu tinha um amigo gay, ele era meu melhor amigo pra falar verdade... - minha mãe começa a falar mais a interrompo. 

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