5° dia.

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10.

Sadie
    
     Bom, depois do acontecimento inusitado no restaurante, eu tentei evitar contato visual com Finn até hoje, para ser mais clara até esse exato momento que estou sentada no último banco da mini van ao seu lado, já que estamos retornando para casa.

- Está me evitando? - ele pergunta olhando disfarçadamente pra mim.

- Não é só que.. - 

É estranho - falamos em uníssono.

O que causa uma risada de constrangimento por parte de ambos.

- Por que acha estranho? - Finn questiona.

- A alguns dias atrás, não tantos, eu queria que você desaparecesse da face da terra, e ontem paguei um boquete pra você. - digo e quando percebo o que saiu da minha boca, rapidamente coro.

- Olha, - o encaro.  - não vai amenizar esse clima estranho mas, amei aquele boquete. - essa parte ele cochicha com sua voz rouca no pé do meu ouvido, ato que por mais simples que seja me deixou molhada.

- Tem razão. - volto a minha postura normal e séria.  - isso não amenizou nem um pouco a tensão. - ele solta uma risada nasal.

- Eu sempre tenho ruivinha. - 

- Para de ser convencido, babaca - dou um soquinho de leve em seu braço.

- Mas então, sua mãe surtou contigo? - 

- Achei que seria pior. - dou de ombros. - e a sua? -

- Ela pirou. - gargalho da sua cara.

- Sério, "meu filho você é louco? Quer me deixar louca? Finn você tem que virar homem, não pode tomar essas decisões irresponsáveis pipipi pópópó" - o mesmo imita sua mãe com uma voz fininha.

- Coitada. -

- É. -

- Então, quais os planos pra hoje? - Finn me olha incrédulo. - o que foi? É só uma pergunta, já cansou de de mim... finnie boy? 

finnie boy? - afirmo com a cabeça. - o que é isso e o que aconteceu com a Sadie sarcástica e contra a vida? - 

- Primeiramente é um apelido, brega eu sei. - faço uma careta de nojo. - e segundamente eu ainda sou contra a vida e sarcástica, entendido finnie boy? - 

- Processando, e acho que hoje iremos passar a tarde nesse carro e a noite provavelmente não vou poder sair. - 

- Poxa. - faço biquinho.

Quem é você e o que está fazendo com o restante da minha dignidade? 

Chega consciência.

- Isso tá estranho pra porra. - 

- Eu sei por isso já voltei ao normal  - digo fria e pego meus fones de ouvidos, mas não coloco de imediato 

- sua bipolaridade me irrita - ele diz expressando indignação 

- eu sei, por isso gosto, agora finnie boy - ele me analisa aguardando o que eu iria dizer - vou escutar minhas músicas enquanto você, bom, você faz o que quiser - 

- pode ao menos dividir o fone? - ele faz cara de cachorrinho - little Sadie

- o que diabos é little Sadie?! - o olho com desdém, o mesmo ri - e você provavelmente não vai gostar do meu gosto musical, é muito sofisticado - 

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