3° dia.

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7.

Finn.

   Um toque, O toque

Todos possuem uma insegurança, um medo, e o meu, bom, meu medo é quase o de todos, morrer.

Eu não demonstro, evito que as pessoas descubram essa minha parte, esse meu lado vulnerável.

Estou em uma corda bamba por assim dizer, estou entre a luz e as trevas, e certamente minha próxima parada que não está tão longe pelo que parece é a escuridão.

Estou no leito de um hospital torcendo para que o próximo passo que eu dê não seja para um caixão.

Sinto uma mão áspera e quente acariciando a minha.

Acordo do não tão profundo coma e me deparo com a cena mais triste pra um filho e irmão.

Minha mãe com os olhos vermelhos e olheiras perceptíveis sentada em uma cadeira nada confortável olhando pra minha irmã que está dormindo em um lençol forrado no chão.

Olho pro relógio na parede são três da madrugada, me sinto um peso nas costas das pessoas.

Me acomodo um pouco na maca e logo o olhar da minha mãe encontra o meu, de repente ela praticamente se debruça em mim, me abraçando de forma que espanta todos os males que me amedronta.

- Desculpa. - minha voz rouca ecoa pelo silêncio do quarto.

- Desculpa pelo que meu anjo? - uma lágrima solitária insiste em cair no rosto dela.

- Por fazer vocês passarem por isso, eu sou uma carga na vida de vocês, um impotente. - digo e ela franze o cenho.

- Me diga, você escolheu ter essa doença? Não! E outra, me sinto a mulher mais sortuda do mundo por ter você e a Brooklyn como filhos, que pais não ficaria né?! Duas crianças lindas e compreensivas. -

- O pai não ficou. -

- Meu amor, nunca ache que seu pai saiu de casa por causa de vocês! Só não estava dando mais certo entre eu e ele, então achamos melhor cada um viver em uma casa. -

- Eu te amo, mãe. - falo e beijo sua bochecha.

- Já que você está melhor posso acordar sua namoradinha pra ela falar com você. - ela fala se levantando.

- Ela não é minha namorada... espera, ela tá aqui? - pergunto confuso e surpreso.

- Não saiu nem por um instante, só que teve que dormir na sala de espera pois os médicos não a deixaram ficar aqui por causa da idade. - a mais velha explica.

- Mas e a Brooklyn? Ela também não tem idade. -

- Sua irmã estava dormindo com a Sadie só que teve um pesadelo, implorei pras enfermeiras deixarem ela dormir aqui pois estava com medo, depois de uns cinco minutos convenci-las. -

- Por que não mandou Sadie ir embora? - falo mostrando indignação pelo ato.

- Foi a primeira coisa que todos fizeram, Noah a chamou, a mãe dela também chamou, eu disse que estava tudo bem ela ir, mas a menina nem se moveu, disse que iria ficar e me ajudar. -

- Então ela te ajudou?

- E muito! Ela ficou com você enquanto fui em casa buscar umas coisas, cuidou da Brooklyn e me trouxe comida. - minha mãe se gaba dos bons feitos da ruiva. - sabe filho, espero que não a deixe sumir de sua vida, é uma garota e tanto, vou lá chama-la. - a mesma fala saindo de vez do quarto meio escuro.

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