O Sangue Bruxo-EMB

CAPÍTULO DOIS - A porta para a passarela estrelada

Domingo
09/01/2003

Arthur acordou naquela manhã, olhou para a janela e fez carinho em Peu, que dormia com ele naquela manhã. Então ele calçou a sandália e foi direto para a cozinha onde estava sua mãe.

— Maaaaaaae, vamos logo, eu quero ir comprar os meus materiais - disse Arthur, com uma voz de sono.

— Vá tomar seu banho e depois conversamos - disse Claudia.

Arthur tomou banho e já estava pronto para sair, quando sua mãe olha a carta da EMB e vê que ele ficará na casa das serpentes. Ela olha feliz para ele.

— Parabéns, meu filho! Você ficará na casa das serpentes! - diz Claudia, com o olhar de felicidade.

Arthur olha para ela com um olhar de que não sabia se ela estava realmente feliz por ele ter ido para as serpentes e fala.

— Mãe, você não está triste por eu não ter ido para os tigres, como você e o meu pai?

Ela olha para Arthur e faz com a cabeça negação. Mamãe nunca falava de meu pai, só dizia que ele era um grande bruxo e que se chamava José João Alcântara. Ela conta que ele a deixou enquanto estáva grávida, para viver seu sonho. O conheceu na EMB, logo nos primeiros dias de aula e se encantou por ele logo de cara. Antes do meio do ano eles já namoravam escondidos, pois não podiam andar por aí se beijando ou de mãos dadas pela EMB, senão perderiam pontos para sua casa, mas hoje em dia mudou um pouco as regras.

Ela o chamou e eles saíram de casa. Foram para o centro da cidade e passaram por várias pessoas e, com isso, Claudia apontou para uma enorme caixa d'água.

— É para lá que nós vamos, Arthur.

Arthur olhou estranho para mãe, com curiosidade, mas ficou calado. Passaram 5 minutos e ele não se conteve e falou.

— Mãe, você está dizendo que a gente vai na maior caixa d'água de Pelotas fazer o que? - Perguntou Arthur, com a mão em seu queixo.

— Sim, meu filho, lá que fica a passagem para a passarela estrelada - disse Claudia.

— Mãe, a senhora está me dizendo que o maior lugar bruxo da América do Sul está na caixa d'água de Pelotas!!??? - diz Arthur, inconformado.

— Sim, meu filho, logo chegaremos - confirma Cláudia.

Claudia sempre quis fazer a surpresa para Arthur, pois ele nunca tinha ido a passarela estrelada. Claudia cresceu como Arthur, sempre com magia em casa, mas sua mãe, dona Elisabete, só levou sua filha à passarela aos 15 anos e foi uma sensação incrível para Claudia. A mesma, queria que seu filho tivesse a mesma experiência que ela teve quando jovem.

Passaram-se 4 minutos e os dois estavam em frente a caixa de água, que fica bem afastada da cidade e cercada por árvores.

— Chegamos - diz Claudia.

— E como a gente vai passar? - pergunta Arthur.

— Com magia, é claro! - responde Claudia.

Ela vai para atrás da caixa d'água, que tem cerca de 30 metros de altura e, logo atrás dela, tem uma marcação, como se uma porta estivesse ali. Ela ergue sua varinha e bate com a ponta dela em locais específicos da tal porta. Uma no lado direito, depois no lado esquerdo e, logo após, em cima e em baixo e diz.

— Abra-se a porta que abriga a magia do Brasil!

Em segundos, escutaram a porta destrancando e se abrindo. Com isso, vem um vento gelado e viram muitas pessoas correndo, gritando e entrando nas lojas. Observaram também que estava nevando e todos estavam com a roupa de frio. Adentraram a passarela e a porta se fechou. Onde ficava a porta, agora fica uma doceria. Saíram da frente da loja e, acima dela, está escrito: A magia dos doces. E, de repente, Claudia escuta algo.