Despedidas

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       O silêncio que estava na praça durou segundos, pra mim pareceu séculos, todos me encaram, alguns com pena, outros perplexos provavelmente me considerando louco, mas não vou deixar meu irmão ir pra essa chacina.

- Prefeito, é possível que ele faça isso? - pergunta a mestre de cerimônias aumentando a tensão de todos nós, ela parece gostar da situação, isso chamara atenção para o nosso distrito, o que provavelmente a beneficia

       Mark não pode ir para arena. Não posso e não vou deixar que ele lute contra vinte e três pessoas que desejarão arrancar a cabeça dele fora. O prefeito respira fundo e me lança um olhar de pena tão profundo que me abala.

-Não tem nenhuma lei que impeça isso, deixe que o menino venha - os pacificadores liberam minha passagem, meu irmão corre até mim chorando, nos abraçamos forte.

-Peeta! Eu Sabia! Você não pode fazer isso! - fala entre soluços

-Vamos, você tem que ir ao palanque - fala o pacificador me puxando pelo braço, procuro alguém na multidão que possa me ajudar, encontro Brianna que entende sem eu precisar falar o que eu preciso que ela faça

-Mark eu vou voltar, você tem que me soltar, eu prometo que volto!- sussurro no ouvido no meu irmão que me aperta mais

-Não Peeta! Não, você não pode ir - Brianna chega com o filho do prefeito, Madger, eles puxam Mark a força

-Vamos! - diz o pacificador, meu irmão é arrastado pra longe, me dirijo ao palanque escutando seus gritos

-Peeta não! Me solta! Peeta! Não! Por favor! Não deixem ele ir! 

       Quando subo ao palanque, frente pra respectiva plateia, o encontro amparado por minha mãe, agora não é mais ele que irá para a arena ser caçado por outras vinte e três pessoas. E sim eu.

-Querido qual é seu nome ? - pergunta Effie Trinket

-Meu nome é Peeta Mellark- respondo engasgado

-Aposto meus botões que aquele era seu irmão?- a fuzilo com o olhar, que pergunta idiota, engulo em seco e confirmo com um aceno de cabeça positivo  -Ok.. - continua ela - Agora uma salva de palmas para os dois tributos do distrito doze, Katniss Everdeen e Peeta Mellark

       Ninguém bateu palmas, todos beijam os três dedos centrais da mão direita e estendem em nossa direção, isso no nosso distrito significa respeito e admiração, é um modo deles mostrarem que estão torcendo por nós.

-Ok vamos queridos... -diz Effie sem graça

      Somos direcionados para o edifício da prefeitura, por um breve instante encaro Katniss, ela está tão séria quanto eu, mas seu olhar é de tristeza o meu é de raiva. Me sinto em dívida com ela, não gosto disso. No edifício somos levados para salas diferentes, alguns minutos depois Mark e minha mãe entram, ele corre para meus braços

-Dois minutos - diz o pacificador e nos deixa sozinhos, eu só tenho dois minutos pra me despedir da minha família, talvez eu nunca mais os veja.

-Mark olha pra mim...- seguro seu rosto em minhas mãos - Me promete que nunca vai colocar seu nome mais do que necessário para a colheita...- ele olha pra baixo - Mark você promete? - insisto mais alto

-Sim eu prometo Peeta- diz querendo evitar uma discussão, saio do seu abraço e vou em direção a minha mãe, agarro seus braços com tanta força que tenho certeza que ficaram marcas roxas amanhã, olho nos olhos dela

-Você não pode enlouquecer novamente! Agora o Mark é sua responsabilidade, você não pode deixá-lo sozinho...

-Peeta eu estou bem, vou cuidar do seu irmão!- ela me interrompe

Peeta Mellark, o tordo da revolução Onde histórias criam vida. Descubra agora