CAPITULO DOIS
Elora Licht 17/04/2019 – Segunda feira (NORWICHT – INGLATERRA).
A sala de estar da casa dos Licht permanecia sempre vazia, com lindos tapetes coloridos e sofás aveludados ao entorno de uma aconchegante lareira, era um lugar grande, mas não se igualava a uma mansão, no total, eram três quartos, o principal, com uma grande cama onde Elisabeth repousava já que estava doente e praticamente em seus últimos dias de vida, e uma suíte, um quarto com duas camas de solteiro, onde Martim dormia para cuidar de sua mãe, e o quarto do fim do corredor, que na verdade funcionava como o antigo quarto do pai de Elora e era seu escritório pessoal, embora não fosse muito espaçoso era aconchegante e chique, mas desde sua morte, ninguém dormira lá, e a porta se mantinha trancada.
- Trim.!Trim.! – O telefone antiquado tocava incessantemente.
- Alô! – Martin atende.
- Martin! – Disparou ofegante. - Ela descobriu, ela sabe! – Continuou.
Alice falava desesperadamente com a voz trêmula.
- Quem? E o que ela sabe? Precisa se acalmar. – Respondeu como pode para tentar entende-la.
- A Lola invadiu meu e-mail, ela deve ter lido tudo, e agora já sabe sobre a Beth. – Disse em tom alto e com voz de choro.
- Fica calma, vai ter que explicar para ela, se apavorar não resolve nada, às vezes foi um engano e ela nem viu nada.
- Ela nunca mais vai confiar em mim. – Resmungou.
- Onde você está? Quer que eu ligue para ela? – Perguntou preocupado.
- To indo para casa, não fala nada com ela, nem liga, eu vou resolver isso, mas preciso que avise a Beth. Eu prefiro que você explique todo o resto, vou falar só o necessário.
- Eu irei pegar um avião amanhã para me encontrar com vocês e então poderei explicar tudo da maneira correta para ela, sem alardes.
- Eu estarei esperando. – A voz se acalmou.
- Ok! – Respirou fundo. – Acha que ela leu...
- O que? – Interrompeu.
- Sobre nós. – Continuou, enquanto engolia seco e andava de um lado para o outro na sala de estar.
- Aí cacete, tinha me esquecido, e não tem nós, já disse que foi um erro. – Gritou.
Desligou o telefone antes que Martim pudesse responder.
- Alice? Está na linha? – Disse fazendo uma careta.
Martim sabia que ela tinha desligado e que estava sendo deixado de lado, mas ao mesmo tempo, tinha fortes sentimentos dos quais não pretendia abrir mão, conhecia a história por completo e por isso dava razão a Alice, mesmo que de uma maneira praticamente improvável, Richard poderia voltar, no entanto, muito tempo já havia passado e a cada dia essa possibilidade se tornava cada vez mais distante da realidade. Sem se prolongar, colocou o telefone no gancho e se dirigiu até o quarto da mãe, Elizabeth permanecia deitada em sua cama, seus olhos castanho escuro permitiam um profundidade estranhamente bela, tinha cabelos grisalhos curtos e lisos, seu corpo estava fraco e aparentemente magro, a boca rosada e os olhos puxados lembravam os de sua neta, Elora, suas mãos geladas e brancas assustavam qualquer um que a tocasse, no entanto, não tinha medo da morte, estava preparada desde o dia em que assumiu seu posto de guardiã, “ Tudo acontece como tem que acontecer” – essa era sua frase mais corriqueira e Martin jamais se esquecera disso.
Com semblante preocupado se aproximou colocando a agua no copo que estava na cabeceira ao lado da cama, sentou-se ao seu lado e disse:
- Mãe? Alice ligou.
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A ascensão dos primogênitos
RomancePASSANDO POR REVISÃO... Em um mundo onde humanos e sobrenaturais são forçados a conviver, as regras entre o certo e errado se deturpam e diferentes movimentos revolucionários lutam por sua ideologia. Nesse contexto, quatro jovens de famílias ancestr...