Vou depressa para minha primeira aula. Bato na porta e a abro:
- Oi, bom dia. Com licença, desculpe o atraso professora.- Olho pra ela meio que pedindo uma permissão pra entrar.
-Roberta, bom dia. Entre!- Disse num tom compreensivo.
Entro e sento ao lado da Camilly, aquela amiga da minha irmã. Ela me olha e dá um sorriso, retribuo com o mesmo.
Com o passar da aula, me sinto desconfortável. Parecia que não era para estar ali, não conseguia me encaixar na cadeira e estava muito inquieta. Ouço Camilly perguntar se estou bem e apenas assinto com a cabeça num sinal positivo.
Ela permanece me encarando, como se visse que algo estava errado. Forço o sorriso mais convincente que tenho e ela retribui.
Continuo a olhar para frente vendo a professora escrever ao quadro com sua caneta.
Me levanto um pouco zonza e peço para ir ao banheiro.
Saio da sala e vou direito ao banheiro. Olho meu reflexo e vejo que estou pálida. Abro a torneira e encho a mão de água e jogo ao meu rosto.
Massageio minhas têmporas, pois sinto uma dor aguda na cabeça.
-Mas que droga está acontecendo comigo?
Eu pergunto á mim mesma, sabendo que não obteria nenhuma resposta.
Passo na diretoria e peço uma autorização para ir embora, não me sentia nem um pouco bem. Logo recebo um bilhete com meu nome, a data de hoje, o horário que estou saindo e o nome do responsável que autorizou minha saída.
Quando estou saindo da sala esbarro em alguém.
-Merda, acho que alguém esqueceu de olhar para frente!
Um sujeito que nunca vi na vida vem reclamar comigo.
-Olha, desculpa. Eu não estou me sentindo muito bem, você se machucou?
Ele nem sequer tinha olhado para mim antes de reclamar, mas quando eu o perguntei ele deu uma "amolecida".
-Não, eu tô legal. Mas e você? Está tudo bem? Eu que peço desculpas pela maneira que falei, não estou num dia muito bom.- ele diz me olhando nos olhos.
-Eu estou bem, obrigada. Sinto muito pelo seu dia, mas preciso ir. Até logo.
Saio antes dele falar algo e vou em direção à minha sala pegar minhas coisas.
Eu nem tinha notado no momento, mas percebi que aquele menino tinha belos olhos negros. Só olhei em seus olhos, não tive tempo de observá-lo por inteiro.
Ao entrar na sala, a professora vem me pedir satisfação:
-Roberta, você demorou mais de 15 minutos lá fora. O que foi fazer? Eu acho que não precisa disso tudo para fazer sua higiene!
Ela fala alto, para toda a turma escutar e todos olharem para mim.
-Eu passei na diretoria professora. Vim buscar meus materiais.
A entreguei o bilhete de saída e ela fechou a cara. Já tive aula com ela, e não gosta que saiam durante a aula.
Peguei minhas coisas e Camilly me encarava em todo o meu trajeto de ida e vinda.
Saio da sala apressada, quando estou perto do portão, lembro do bilhete. Não poderia sair sem ele.
Bato na porta da minha sala novamente e peço para a professora o bilhete.
Encontro também Camilly me encarando, sorrio para ela e ela retribui.
Saio da escola e minha dor que estava fraca, agora quase me faz gritar. O que será isso?
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Falsa Esperança
RomanceRoberta é uma jovem de 17 anos muito simpática. Sua irmã, Bianca, tem 18 anos. Elas moram sozinhas depois do que houve com seus pais. Ela conhece pessoas que vão mudar sua vida. Sua vida vai virar de cabeça pra baixo, pois nunca achou que uma cois...