𝐜𝐨𝐢𝐧𝐜𝐢𝐝𝐞𝐧𝐜𝐞𝐬 ✾ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭

𝟶𝟽

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Sina Deinert Beauchamp
Edmonton, Canadá
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NARRADOR ON
Ela passou a noite em claro, chorando e pensando em milhões de coisas, mas mesmo assim ela se levantou para ir a escola, afinal não tinha escolhas, seus pais nunca deixaria ela faltar logo no primeiro dia de aula.

Sina costumava ir arrumada, mas nem isso ela conseguiu fazer, colocou uma roupa simples e só penteou o cabelo...
NARRADOR OFF

— Nossa Sina, o que aconteceu? — Josh perguntava me olhando — Sempre você que vai arrumadona, e só vai assim?

— Olha Josh, eu não quero ser grossa com você, até porque você não tem culpa de eu estar de com o humor péssimo, mas é sério, me deixa em paz — eu falava respirando fundo

— Ei, calma — ele dizia assim que percebeu meu estado e entrava na minha frente antes que eu pudesse descer as escadas — Você pode contar...

NARRADOR ON
Naquele momento, tudo aconteceu em câmera lenta para Sina, ele escorregou no tapete que havia no corredor, se desequilibrou e rolou escada a baixo, ela logo se desespera, e desce correndo até o irmão.

— JOSH... MÃE, PAI, PELO AMOR DE DEUS, VEM AQUI — ela gritava enquanto se sentava do lado dele... Sina havia aprendido com seus pais, que são médicos cirurgiões, que quando acontece esse tipo de coisa, é melhor não encostar na pessoa, então foi o que ela fez, mesmo querendo dar conforto para o irmão

— MEU DEUS, FILHO, CHAMA A AMBULÂNCIA — o pai dizia desesperado

•••

A ambulância chegou minutos depois, o pai deles vai com Josh na ambulância e a mãe vai de carro até o hospital junto com Sina, que não parava de chorar, aconteceu muita coisa em menos de um dia, ela não parava de pensar em seu irmão e se sentia culpada por ter sido "grossa" com ele e por ele ter caído, ela só queria que tudo ficasse bem com o irmão...

Ao chegar no hospital, Sina e sua mãe entram correndo no pronto-socorro e já encontram o pai deles de cara; Josh havia entrado na sala de trauma, e onde estava sendo examinado e recebendo todos os medicamentos necessários
NARRADOR OFF

— Tá vendo, eu já falei mais de mil vezes que a gente precisa se mudar dessa casa — minha mãe falava com um tom de preocupação e brava - Aquela escada é perigosa, todo mundo pelo menos já tropeçou mais de uma vez lá e agora olha o que aconteceu

— É, você fala isso, mais quem trabalha mais no hospital sou eu — meu pai respondia estressado — Eu sempre passo as noites em claro fazendo as cirurgias e você só trabalha até as oito horas

— Então você tá querendo dizer que eu não trabalho, que eu não faço merda nenhuma e que só você põe comida na mesa? — minha mãe argumentava

— É, isso mesmo, você pode ser uma ótima cirurgiã, mas eu trabalho e recebo muito mais, e ainda tenho que chegar em casa e ouvir desaforo da minha própria mulher - ele respondia

— Mãe... Pai, aqui não — eu tentava fazer meu pais falarem mais baixo, mas eu era ignorada

— O nosso filho tá dentro daquela merda de sala, vai lá saber o que exatamente aconteceu com ele, e você tá falando um monte de merda agora por quê? — minha mãe falava começando a chorar

— Eu não falei nada, eu tava quieto, pensando no meu filho, mas como sempre quem abre a boca para falar é você — meu pai respondia

NARRADOR ON
Nesse momento Sina se levantou e saiu de lá, ela foi para a lanchonete do hospital, lá não era um lugar calmo, mas era um lugar que não precisaria ouvir seus pais brigando, ela não tinha cabeça para aquilo no momento, só pensava em Josh, e as vezes em Peter, e não sabia como podia resolver tudo aquilo de uma vez.

Enquanto Sina saia de lá, os pais continuaram discutiram, e aquilo parecia ir longe, afinal sempre que eles discutiam era assim, e Sina e Josh ficavam conversando e as vezes ouvindo toda a discussão em casa, mas agora Sina estava sozinha...

— Oi?? — uma pessoa tocava no meu ombro e eu me virava

— Como você sabia que eu tava aqui?