𝐜𝐨𝐢𝐧𝐜𝐢𝐝𝐞𝐧𝐜𝐞𝐬 ✾ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭

𝟷𝟿

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Sina Deinert Beauchamp
Los Angeles, Califórnia
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Josh, se sentia culpado por estar me deixando "sozinha" em casa, mas mesmo assim eu insisti para ele ir.

Ele disse que quando voltar, ficaria comigo o tempo que eu precisasse, e é nessas horas que eu agradeço por ter um irmão como ele.

— Sina, tem certeza?Eu fico aqui hoje, não tem problema — ele falava com um tom de voz preocupado

— Josh... vai, é sério — eu secava minha última lágrima — Eu disse que iria ajudar a Cris, então eu realmente vou ajudar ela pra tirar um pouco disso da minha cabeça

— Calma, ainda tá cedo mocinha — ele me impedia de levantar — Ela só começa a arrumar a casa depois do almoço e a gente acabou de tomar café da manhã

— Ué, mas você não vai sair? — eu perguntava dentro do meu banheiro lavando o rosto

— Sina... quem marca um rolê no boliche 8:00 horas da manhã? — ele perguntava rindo

— É... verdade — eu ria junto com meu irmão

— Olha... — ele cortava o clima alegre — Me desculpa por fazer você contar, eu não sabia se você estava pronta, mas eu fiquei muito preocupado — ele dizia me abraçando

— Josh... não se desculpa, você não tem culpa de nada aqui, tudo que aconteceu ficou pra trás, e o que importa é daqui pra frente, eu to decidida a esquecer tudo — eu suspirava — Se aconteceu... é porque era pra acontecer

— Nunca se esquece que você pode contar comigo tá? — ele beijava a minha testa — Se precisar me chama, vou pro meu quarto

— Ta bom, obrigada Josh, você é o melhor irmão do mundo — eu dizia sorrindo

— E por acaso tem outro??? - ele se virava sério

— Não — eu respondia séria também e os nós começamos a rir

Josh foi para seu quarto e eu continuei no meu. Eu já não tinha mais o que fazer, já que eu havia adiantado todos os trabalhos e lições da escola, então eu decidi arrumar todo o meu armário, que por sinal estava uma zona.

Separei algumas roupas que não queria mais para doar, e dobrei tudo. No meio da bagunça toda, eu achei uma caixinha, com várias fotos, provavelmente minha mãe acabou se confundindo e colocou nas minhas coisas na hora da mudança.

Me sentei no chão e abri a caixa... lá tinham algumas fotos de quando eu era pequena, junto com Josh, nos passeios que fazíamos no Canadá, com minha minha mãe, com a parte da minha família que morava na Alemanha e com meu pai, no nosso aniversário de dois anos.

Eu peguei aquela foto e comecei a relembrar dos momentos que passamos com ele, as vezes eu tinha saudade, mas eu não consigo esquecer do último dia que falei com ele, já tinham se passado praticamente dois meses, mas o sentimento rancoroso era o mesmo.

— Sina meu amor, posso entrar? — Cris batia na porta do meu quarto

— Pode Cris, to aqui no closet — eu me retiro dos pensamentos

— Então eu queri... Meu senhor, quanto foto menina — ela olhava pelo chão do closet

— É... relembrando os momentos que passei no Canadá e na Alemanha com a minha família, olha essa Cris, como eu era feia quando era pequena — eu mostrava uma foto para Cris

— Menina, você não era fei... — a expressão feliz que Cris tinha se desapareceu num piscar de olhos, ela fica séria e sem reação

— Credo Cris, eu era tão feia assim pra você ficar com essa cara? — eu olhava novamente a foto

— Não minha menina, você foi, é, e vai continuar sendo perfeita — ela tentou disfarçar sua mudança de expressão, mas continuava séria — E quem são esses na foto?

— Esse é o meu irmão, essa minha mãe... acho que isso é óbvio, mas esse é o meu primo e minha prima e esse é o meu pai... — eu apontava para cada um que estava na foto

— Esse é seu pai??? — Cris perguntava quase chorando

— Sim, por que? Cris? O que aconteceu? Você conhece meu pai? O que foi? — eu olhava para Cris confusa com o que estava acontecendo

— Nada não, eu... eu só vim aqui pra te perguntar se você sabe onde sua mãe deixa os temperos, acabou alguns lá do potinho, queria usar pra começar a fazer o almoço pra vocês

— Sei sim Cris, mas pelo amor de deus, o que aconteceu? Ta tudo bem? Só me responde isso... — eu me levantava preocupada com Cris

— A gente pode falar disso depois? Eu preciso processar tudo isso ainda, me desculpa tá Sina? Me desculpa mesmo

— Ta bom, não tem problema... Mas só me responde uma coisa? — eu segurava as mãos de Cris — Meu pai não te machucou né? Porque se ele fez isso, eu volto pro Canadá agora e dou dois tapas nele, o que eu não tive coragem de dar por minha parte e por você

—Como assim? O que ele fez com você? — Cris perguntava seriamente para mim

— Quando meus pais se separaram, há uns dois meses atrás, eles deram a opção pra mim e pro Josh de ficar lá no Canadá com nosso pai ou vir pra cá com a nossa mãe, e a gente escolheu vir pra cá, ai no último dia nosso lá, eu fui me despedir dele e ele falou que se eu viesse pra cá, eu nunca mais precisaria voltar para visitar ele

— Eu não acredito que aquele merd... quer dizer, que ele fez isso — Cris falava com uma expressão impressionada no rosto

— Ele é um merda sim Cris, pode falar, eu também acho, mas você vai me contar tudo que você guarda nesse teu coração aí tá bom? — eu abraçava Cris

— Ta bom minha menina... eu conto para você, mas depois tá bom... Acho que não quero que mais ninguém aqui na sua casa fique sabendo, segredo nosso tá bom? — Cris levantava seu dedo mindinho

— Nosso segredo — eu cruzava meu dedo com o da Cris — Quando o Josh sair, a gente faz um chá e conversa tá bom?

— Pode ser... você é uma menina de ouro Sina,  que você entenda o meu lado... — ela dizia me abraçando