POV ERICK
Dor.
É a unica coisa que consigo sentir. Tudo pesa. Todo meu corpo doi. Consigo me lembrar vagamente do que aconteceu. O tiro. A correria, Kylie. Oh Deus. Seu corpo caindo inerte daquela cadeira. A imagem mais aterrorizante que meus olhos ja viram. Enquanto perdia sangue estirado no chao, Raul me ajudava a tampar o ferimento enquanto nossos homens entraram em um conflito armado com os homens de Donatella.
Quatro deles foram abatidos e ela, não resistiu após um tiro na perna, que atingiu a artéria femoral e ela sangrou até a morte.Nao posso dizer que fiquei triste, no fim das contas. Ela manteve minha mulher em cárcere privado, correndo risco de perder nossos filhos, me fez de otário e por fim atirou em mim. Por sorte, o tiro pegou entre os órgãos, nao danificando seriamente e podendo ser facilmente removida. Quando o tiroteio terminou, Kylie foi levada as pressas para o hospital assim como eu. Fomos os dois para salas de cirurgia. Eu, com uma bala alojada no corpo e ela em trabalho de parto. É, ela deu a luz aos nossos bebes. E eu nao estava lá. Essa sera a maior tristeza da minha vida. Nao ter segurado a mao dela, nao ter estado ali apoiando ela no momento em que mais precisou de mim. No fundo a culpa nao foi minha, mas nao me perdoarei jamais.
Louis Phillip Clark-Lemanz e Ray Charles Clark-Lemanz nasceram saudáveis e fortes de 36 semanas. Apesar de prematuros, nao precisaram ficar na incubadora e ja estao mamando normalmente na mamãe, que gracas ao bom Deus também está bem. Louis nasceu com 2.185kg e Ray, 2.090kg. Sao pequenos. Tao pequenos que dá medo ate de chegar perto. Mas sao a coisa mais linda que eu ja vi na face da terra. Eu só os vi por telefone. Ainda estou internado, me recuperando da cirurgia e eles nao podem vir até mim, pelo risco de infecções. Kylie me manda muitas fotos todos os dias. Ela ja veio aqui algumas vezes, mas ainda sente muitas dores. Alem do parto, ela teve uma pequena concussão e fraturou o pé direito, quando caiu da cadeira no dia do tiroteio.
No momento, me encontro olhando para o teto pensando no sortudo filho da puta que sou. Dois filhos maravilhosos, a mulher mais linda, gostosa e guerreira do mundo e minha empresa e minha família salvas das garras da maldita Donatella. Deus foi bondoso comigo até demais. Dado meu histórico, eu nao deveria ser tão feliz. Mas mesmo assim agradeço por todas as bênçãos derramadas sobre mim. Quem diria que o solteiro rodeado de mulheres Erick Lemanz iria acabar amarrado a uma só mulher e com dois filhos? A vida é mesmo uma caixa de surpresa. Num dia você esta fodendo casualmente com a secretária, no outro esta completamente e irrevogavelmente apaixonado por ela. E ah, meu deus. 45 dias mais sem sexo. PUTA QUE PARIU!!
Ja fiquei tempo demais sem aquele corpo maravilhoso e gostoso da minha mulher. Parece ainda mais linda com a gravidez. Nao sou hipócrita, esta diferente. Mas diferente para melhor. Está mais cheinha, os seios mais fartos por causa da amamentação e a bunda esta incrível. Ah que saudade! Desde muito antes desse maldito sequestro nao tenho tempo para desfrutar de minha mulher. Mas, se depender de mim, a partir de hoje terei o resto da vida para isso. Eu irei pedi-la em casamento. Nao posso passar nem mais um dia sem ser casado com Kylie Clark e dar a ela meu sobrenome. Ela é minha e eu sou dela. Somos uma linda família, será só uma formalidade, nao é? E porque caralho eu estou tão nervoso?
São 15h15 da tarde e ela virá ao meu quarto as 15h30. Estou ansioso. Minhas mãos estao suando. Ja esta tudo combinado. Meu coração martela no peito, o nervosismo correndo pelas veias indo da cabeça aos pés. Nao sei qual vai ser a reação dela. A porta se abre e ela entra sorrateiramente, como um raio de sol iluminando o quarto, colorindo o branco palido do quarto. Ela veste apenas a roupa do hospital, mas parece pra mim a mulher mais bonita do mundo. Seu cabelo está bagunçado, me lembrando nossas loucuras. Ela parece cansada, abatida.
- Olá, meu amor. Como esta se sentindo hoje? - pergunto
Ela se senta ao meu lado na cama e passa as costas de minha mao pelo rosto e suspira.
- Estou chateada, Erick. - diz e baixa o olhar, revelando sua tristeza. - Nao poderei amamentar os gemeos.
Pego sua mao e a aperto, mostrando apoio e consideração.
- Está tudo bem, meu amor. Você está dando o seu melhor. Nao se culpe por isso, Kylie. Foi tudo muito turbulento. Isso nao faz de você uma mae ruim. Muito pelo contrário. - abro um largo sorriso e ela retribui.
- E você, como está se sentindo? Muitas dores ainda? - pergunta.
- Não, ja estou pronto para outra - minto. Ainda sinto dores pra caralho, mas nao quero que ela fique preocupada com mais isso na cabeça.
Ela sorri e se ajeita na cama, pegando meu rosto entre as mãos e colando nossos lábios. O beijo é casto, doce, cheio de carinho e delicadeza. Assim como ela. Retribuo como se mover minha língua e meus lábios fossem tudo que eu precisava fazer nessa vida. Pois tenho certeza absoluta, de que só quero beijar sua boca até o fim de meus dias. Ela geme baixinho em minha boca e eu amaldiçoo os 45 dias que teremos que nos abster de sexo. Se nao fosse isso, eu a tomaria aqui e agora.
- Oh, eu odeio isso. - ela choraminga.
- Eu também, meu amor. Nao vejo a hora de ter você novamente. - A olho nos olhos e a cumplicidade em seu olhar me encoraja para fazer aquilo pelo que eu venho esperando. - Meu anjo, há uma caixa dentro daquele armario, - aponto um pequeno armario branco no canto do quarto- você poderia pegar para mim, por favor? - pergunto.
Ela me olha desconfiada, mas se levanta e vai até o armario, abrindo e pegando uma caixa azul turquesa.
A caixa é decorada com os dizeres "JE NE REGRETTE RIEN" e rosas brancas desenhadas. Há um pequeno cadeado.- A senha é 1809. - digo calmamente, tentando esconder meu nervosismo.
Ela sorri.
- A data que nos conhecemos. - diz.
- A data em que minha vida começou. - digo e vejo seu sorriso se alargar. Ela digita o codigo e o cadeado se abre. - Abra, Kylie.
Ela abre cuidadosamente e, quando ve o conteúdo, seus olhos se arregalam em surpresa. Dentro da caixa há um quadro piscando "MARRY ME?" Pequenos quadrinhos com fotos nossas e de nossos filhos, e, no meio, uma caixa preta, cujo interior guarda um anel de diamantes rodeados de pequenas safiras. Ela observa a caixa atônita, acredito que sem palavras. Puxo sua mao e olho em seus olhos, sentindo a coragem me arrebatar.
- É chegado o momento de eu lhe fazer essa pergunta. Sei que estamos juntos a pouco tempo, mas foi tempo o bastante para eu me apaixonar perdidamente e irrevogavelmente por você. Foi tempo para termos dois filhos lindos. Tempo de encararmos diversos problemas juntos, que nos uniram ainda mais e me fizeram admirar o ser humano maravilhoso e com coração grandioso que você é. Quero que tenha meu sobrenome, Kylie. Quero que tenha minha vida em suas maos, que tome posse de mim, do amor que sinto por você, pois eu sou seu, meu amor. Não há outra pessoa em minha mente. Só vejo você, só quero você. Se você disser sim, serei o cara mais feliz da porra desse mundo. Se você achar que é muito cedo, eu entenderei, será como você quiser. Eu te amo, Kylie.
Ela me olha com os olhos marejados e a boca entreaberta. Ela pisca e suas lágrimas cáem, banhando o lindo rosto. Ela avança sobre mim, segura meu rosto e me beija apaixonadamente. Nossas línguas dançam, provocantes, urgentes, apaixonadas. Quero toca-la, mas os fios me impedem. Quando ela se afasta olha em meus olhos e sorri abertamente.
- Eu te amo, Erick. Não há nada nesse mundo que me deixaria mais feliz e completa do que finalmente ser sua mulher. Sim, meu amor, sim! - grita e volta a me beijar. Eu nao sou louco de nao retribuir. Pois estou em meu lugar favorito da terra, junto da mulher da minha vida.
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Agora ou Nunca
Любовные романы+18 Kylie Clark é uma jovem orfã vinda da Califórnia. Após perder seus pais, ela vende tudo e se muda para Nova York para tentar reconstruir a vida. Ao se candidatar a uma vaga de emprego em uma das maiores construtoras dos Estados Unidos, a Lemanz...