Mãe, quero escrever uma história! É o que todos, a dada altura nas nossas vidas dizemos, e enquanto a típica resposta se limita a enredo e ao conteúdo básico dessa mesma história, há um outro fator essencial que passa desapercebido. Algo que mal aplicado e desenvolvido torna qualquer obra camoniana na pior novela mexicana numa questão de segundos.
A criação e desenvolvimento de personagens, um dos elementos de maior importância no processo criativo de qualquer obra literária, cinematográfica ou mesmo televisiva, e muitas vezes o mais sobrevalorizado faces a outros aspetos à sua volta.
Saudações das mais graciosas meus caros companheiros criativos!
Bem-vindos a este guia de criação de personagens que de alguma maneira vim a conseguir concluir, não deixando de considerar este feito algo de influência divina.
Muitos de nós já se depararam com este obstáculo, que é criar uma personagem com intenção de vir a ser admirado pelo leitor ou audiência, no entanto, sai-nos das mãos nada mais do que outro clichê, tal como um dia criámos personagens pela primeira vez, também escritores novatos dão os primeiros passos neste mundo fantástico da imaginação, sem qualquer tipo de orientação.
Como tal aqui encontrarão dicas para melhorar personagens já existentes, ou mesmo novas que pretendam desenvolver, dentro de diversos parâmetros desde a aparência, à personalidade e mesmo a características próprias da história que afetam a personagem, desde o contacto com outros até à forma como esta afeta o enredo.
Entramos então no que é considerado terreno pantanoso no mundo da escrita criativa, através do uso de um termo atribuído a personagens tão excessivamente próximas da identidade do próprio autor, perfeitas e irrealistas que foi necessário criar todo um novo conceito de caracterização.
Chegamos então à misteriosa terminologia que é "Mary Sue". O termo teve origem no decorrer dos anos 70, durante a febre de Star Trek e a popularização das fanfictions associadas à popular saga de ficção científica, com a criação de um personagem desse mesmo nome por Paula Smith em 1973 na sua paródia da série interestelar denominada "A Trekkie's Tale", na qual Marie Sue era o foco principal, junto dos famosos personagens, representada como a tenente mais jovem da frota.
Atualmente o termo é reconhecido como uma generalização, embora não universal, associada a uma tentativa de satisfação de desejos, sonhos ou fantasias relacionadas com o autor através da sua autoinserção descarada e óbvia no texto. A conotação negativa de Mary Sue provém desta realização de fantasias inconscientes o que leva ao reconhecimento da personagem como demasiado perfeita e irrealista, levando assim a uma perda de interesse por parte do leitor.
Sendo assim sentem-se, aproveitem para fazer umas deliciosas pipocas, e apreciem esta dissecação do que podemos chamar uma "personagem perfeita" .
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help! I created a Mary Sue!
Non-Fiction[ Guia para criar uma OC ] Problemas na criação da tua OC (original character)? Farta de personagens clichê e sem essência? Cansada da tua OC ser tratada como uma Mary Sue? Well say no more, tenho a solução para ti! Muitas vezes no processo de escri...