Os primeiros feixes de luz atravessavam a janela da casa dos Orlando's naquela manhã de agosto. Mackenzie acordou com o impacto de seu corpo contra o chão, a pequena Wendy havia a expulsado de sua própria cama novamente. Levantou-se rápido e olhou para a cama. Johnny também não estava lá, provavelmente a garotinha que ainda dormia feito um anjo havia o expulsado também.
Sorriu boba ao observar a filha enrolada por entre os lençóis, e com a boca aberta, babando. Ela completaria seis anos dali alguns dias. Era impressionante como o tempo passava rápido e a gente nem se dava conta.
Resolveu ir à cozinha, para ver o que Johnny estava aprontando. Ao chegar no batente da porta, pôde sentir o cheiro de panquecas sendo preparadas, e teve a visão do loiro de costas, que se virou para a olhar, assim que ela adentrou no cômodo.
-Bom dia, meu amor. -disse a castanha se sentando em uma das banquetas do balcão. -Por que acordou tão cedo? - perguntou mesmo já tendo suas suspeitas do porquê.
-Wendy me chutou até eu sair do colchão.-ele riu. -Tenho até dó do futuro marido dela. -Mackenzie riu e colocou os cotovelos na bancada, apoiando o queixo com as mãos.
-Sempre pensei que você ia ser um daqueles pais babões e ciumentos, pelo visto eu me enganei na última parte.
Johnny desligou o fogão e pôs a frigideira antiaderente na pia. Colocou um enorme prato de panquecas perto de Mackenzie e depois voltou com dois pares de garfos e facas, e também com o pote de calda de caramelo. Despejou um pouco nas panquecas e levou o primeiro pedaço à boca de Mackenzie, que soltou um gemido de satisfação.
-Posso confessar uma coisa? -ele assentiu. -Eu amo quando você me alimenta.
-E eu amo te alimentar. - Johnny sorriu. -Principalmente naquela época da gravidez, quando eu tinha que fazer aquelas gororobas esquisitas.
-Amo você. -a castanha disse e se aproximou para iniciar um beijo, mas foram interrompidos por uma coisinha pequena que puxava a ponta da camisa do pai.
-Eca, que nojo! - a pequena Wendy disse.
-Bom dia, princesa! -Johnny a pegou no colo e lhe deu um beijo no rosto.
-Bom dia, mamãe e papai! -ela saudou e em seguida Mackenzie levou uma colherada de panqueca à boca da pequena. -Será que a gente pode ir à praia hoje? -perguntou inocente. -Estou com saudades do mar!
-Claro que sim, meu amor. -Johnny disse.
Terminaram de tomar o café enquanto a garotinha tagarelava sobre o que havia sonhado na noite passada, algo relacionado a unicórnios e arco-íris.
Wendy sempre fora assim, animada e tagarela. Desde que começou a balbuciar as primeiras palavras, não parou mais. Ela tinha a famosa mania de "falar pelos cotovelos".
Trocaram de roupa e Mackenzie arrumou uma bolsinha com protetor solar, água, toalhas secas e alguns brinquedos para a filha. Johnny colocou as cadeiras e guarda-sol no bagageiro do carro esportivo. Depois disso entrou no carro e seguiu para a praia.
-Mamãe, a gente tá chegando? -a garotinha perguntou com a voz dengosa, já estava cansada de ficar tanto tempo dentro do carro.
-Ainda não, filha. -Kenzie disse e pôde ver a filha suspirar e balançar as pequenas perninhas pelo espelho do retrovisor.
-E agora? -perguntou depois de alguns minutos.
-Não, meu amor. -Wendy revirou os olhos, igualzinho a mãe.
-A gente não chega nunca! -cruzou os bracinhos e apoiou a cabeça na janela.
O carro ficou em silêncio, mas logo foi quebrado com Johnny avisando que tinham chegado. O loiro pegou as coisas no porta-malas, enquanto Mackenzie estava com Wendy em seus braços.
Após arrumarem tudo, Wendy saiu correndo para o mar. Começou a brincar e a pular na beira da água, soltando gritos de euforia, seu rosto continha um sorriso alegre. Os cabelos loiros ficavam dourados quando refletidos na luz do sol, e os olhinhos castanhos encaravam o mar com admiração. Ela era uma mistura perfeita dos pais, tanto na aparência quanto na personalidade.
De longe, o casal olhava a cena com um sorriso no rosto, encantados com a pequena benção que haviam recebido.
-Obrigado. -Johnny sussurrou baixinho no ouvido da castanha, que estava sentada em seu colo, ela sorriu confusa.
-Pelo quê?
-Por tudo. -ele sorriu. -Por me apoiar sempre, por confiar em mim, por me amar, pela Wendy, por ser meu lar, meu porto seguro... Meu tudo.
-Eu te amo. -Kenzie sorriu.
-Pra sempre?
-Pra sempre e mais um dia. -a castanha o puxou para um beijo.
E foi como beijá-la pela primeira vez. Ele se sentia do mesmo jeito sempre, não importava se eles já haviam se beijado outras um milhão de vezes. Ele ainda se sentia como um garotinho bobo perto dela.
Depois de tanto tempo, a frase marcante de seu livro preferido finalmente fazia sentido:
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
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