39 - Promessa.

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Abri a porta da casa com a chave, mas não me astrevo a girar a maçaneta e a entrar ainda

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Abri a porta da casa com a chave, mas não me astrevo a girar a maçaneta e a entrar ainda. Clarissa tomou a frente, e fez isso por mim, enquanto eu apenas a segui, parando no meio da sala e olhando para o casal que entrava na casa com cuidado.

Era um pouco estranho receber os pais de Jô em sua casa, sem que ela estivesse ali, e mais louco ainda, era que eles estavam vivos e respirando a minha frente, depois de quinhentos anos mortos. Não sabia o que era pior, seu retorno, ou a maneira como eles agiam. Era sempre cuidadoso, misterioso e dominante, estavam sempre com aquele olhar assassino. Agora eu via de onde a Jô tinha tirado toda aquela pose.

— Vocês podem . . . ficar no terceiro quarto do corredor. — Orientei, e então os dois me olharam, depois de analisarem quase toda casa. — Eu vou arrumar peças de cama limpos e roupas. — Comentei brevemente, e Katrina assentiu, então seguiu Clarissa em silêncio pelo corredor.

Trevor d'Lamort me olhou sério, me analisando dos pés a cabeça, como se eu o intrigasse, ou talvez estivesse pensando em como iria me matar. Eu deveria fugir? Eu não saberia dizer. Estava com medo dos pais da minha . . . bom, e com medo porque tudo havia dado errado, e não sabíamos o que fazer.

— Me perdoe pela intromissão, mas, suponho que você tenha uma grande ligação com a minha filha. — A voz do mais velho cortou o silêncio, e o ar trancou dentro de meus pulmões. — Consigo sentir isso na sua aura, a maneira como age em relação a ela. É puro. — Ele deu de ombros, e se sentou na poltrona da sala, e eu me sentei no sofá a sua frente.

— Eu posso dizer que sim. A Jô, sabe, ela me ensinou algumas coisas sobre ser quem nós somos. Eu nem sempre fui um cara bom, e nem ela eu acho, mas, ambos aprendemos juntos, e funcionamos juntos. — Comentei vagamente, olhando em seus olhos. Os mesmos olhos da mulher que eu amava. — Sabe, vocês são muito parecidos, você e ela.

Trevor riu fraco por um breve momento, e assentiu. Ele se encostou mais a cadeira, olhando para um quadro na parede, e ao seguir seu olhar, pude ver Jô em uma foto com Clarissa e Tyler, os três faziam caretas animadas.

— Josette tem a personalidade da minha esposa, a impaciência, destreza e afinidade com as pessoas. Mas ela também tem meus detalhes nela, os olhos, a cor do cabelo, e a sua gentileza. — O mais velho sorria largo agora, e olhava para a palma de sua mão, com um sol junto a uma lua, e uma pequena estrela próximo aos dois. — Ela é um misto de Katrina e eu, mas nossa melhor versão.

— Ela é uma boa pessoa, ela é incrível, na verdade. No minuto em que a conheci, sabia que ela era destemida, e que eu não tinha qualquer chance contra ela. — Proferir, esboçando um largo sorriso junto. — Acho que por isso prefiro estar ao seu lado, sempre. — Dei de ombros, e ele me analisou novamente, sorrindo.

— O olhar que você partilha quando fala da minha filha mostra seus sentimentos, os mesmos que eu partilho pela minha esposa. — Trevor sorriu novamente para mim, e eu retribui. — Você a ama, mais do que pode descrever, e eu sei que está pensando agora que tem que a salvar, que precisa fazer algo. E eu acredito acalmar seu coração, quando digo que iremos. Katrina e eu somos os únicos que podem contra essa versão da minha filha, e vamos trazer a sua Josette de volta, eu te prometo.

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