03 - A Caçada Selvagem.

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O tempo passa e você pode vê-lo passar ou simplesmente o ignorar, que era o que eu fazia constantemente

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O tempo passa e você pode vê-lo passar ou simplesmente o ignorar, que era o que eu fazia constantemente. Ignorar tudo e todos é uma boa alternativa. Você pode ignorar as ligações, pode ignorar os dias que passam e simplesmente não fazer nada, mas você não pode ignorar a sua mente e os seus pensamos que aumentam com o tempo.
Seis meses. Esse era o tempo que tinha passado desde que eu saí de Beacon Hills.
E mesmo tendo passado, Liam e seu rosto, suas ações e meus pensamentos sobre ele não sumiram. Como isso não some, outras coisas aparecem. A loucura por exemplo e eu estava na ativa de novo.

Quando você mata uma vez, você mata uma segunda, uma terceira, uma quarta e na quinta você simplesmente não conta mais e somente continua sua matança. Eu chamei atenção de gente que eu não queria ver a muito tempo. Pessoas que queriam me matar por ser esse monstro. Mas como sempre, ninguém podia me deter, então eu arrancava a cabeça do corpo, os braços e pernas e depois simplesmente montava os corpos de novo. As pessoas do Texas começavam a contar histórias sobre demônios da noite quando me mudei de lá á três meses.

Então eu fui para o Novo México. Aquele estado era convidativo e eu queria parar. Parar de matar e me arrepender depois e a noite acordar com gritos na minha mente e vendo sangue nos lençóis dos hotéis. Mas eu não parava, tudo rondava em volta do amor, das pessoas que perdi e Liam.

Então eu saía e matava de novo, o mesmo ciclo viçoso. Matar, quebrar e concertar como se fossem bonecas de plástico. Quando você tira as pernas e braços das bonecas você procura concertar antes que seu irmão ou irmã veja. Eu tentei fazer isso. Com todos. Sejam seres sobrenaturais que me caçaram, caçadores e pessoas. Quando tudo terminava, eu estava banhada no sangue das pessoas então eu olhava em volta e via tudo aquilo. Os meus olhos e todo meu corpo se arrependia e eu montava os corpos de novo.

O mesmo aconteceu no Arizona e então eu me dei conta. Eu não estava fugindo ou simplesmente indo para lugares aleatórios. Eu estava perto demais da Califórnia. E eu estava voltando para Beacon Hills.

Então quem eu menos queria ver me encontrou. A solidão. O sentimento.
Eu decidi então que se eu não poderia me controlar e apenas machucar pessoas como antes, eu mesma iria me parar. Eu comprei um caixão e resolvi me enterrar e apodrecer pelo resto do mundo ou quando alguém achasse enfim uma forma de me matar, então eu levantaria da merda do caixão e agradeceria.

Mas quando o meu plano estava sendo colocado em ação, aqui mesmo no Arizona, o maldito do celular tocou no meu carro.
Eu revirei os olhos e andei até ele, deixando o caixão já enterrado de lado.

Abro a porta da Rand Rover preta e pego o celular no painel, irritada por ser interrompida na única vez que estava tomando senso de mim mesma neste século.

— Alô? — Pergunto quando aceito a ligação, colocando o celular entre o ombro e o ouvido, enquanto mexia dentro de minha mochila, procurando um colar.

𝐅𝐈𝐑𝐄𝐏𝐑𝐎𝐎𝐅 | 𝗧𝗪.Onde histórias criam vida. Descubra agora