capítulo 07

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         Um barulho de trombeta foi soado no quarto do Thomas, ele acordou de joelhos pedindo perdão pelos seus "pecados". Orando para ir para o tão famoso paraíso que era prometido para as almas boas, abriu os olhos e se deparou com Hemã com a mão na boca prendendo o riso. A cena de Thomas pulando da cama e ficando de joelhos foi hilária, ela se arrependeu por não ter gravado esse ocorrido. Forçando uma risada voltou para sua cama, talvez com um possível ódio do bem por sua amiga acorda-lo assim de tal forma assustadora e engraçada.

         — Engraçada demais você, merece um prêmio por piadas hilárias. — Thomas se cobriu nas cobertas novamente tentando voltar a dormir, só que pelo susto e a alegria de vê Hemã era enorme. Por mais que ela tenha acordado com uma trombeta parecendo anunciar o fim do mundo, ele se levantou correndo novamente para abraçar ela. — Estava morrendo de saudades. Por onde esteve?

           Hemã deixou a sacola que estava em suas mãos em cima da cadeira dele, se sentando na cama e logo ele indo logo atrás, colando sua cabeça no colo de sua amiga agradecendo o cafuné e os carinhos dela.

          — Alguém aprendeu a arruma o quarto. Estar até dando para caminhar sem os livros no chão.

          Thomas explicou que sua mãe que obrigou, não tinha outro lugar para colocar, suas prateleiras estavam cheias. Explicou  que estava em viagem de família, iria visitar sua avó que não via há muito tempo.

         — Trouxe também algo seu. Aliás, você já contou a seus pais que você vai trabalhar em uma biblioteca? — Thomas levantou do colo dela indo para o banheiro e escovando os dentes. De alguma forma ele não queria tocar nesse assunto. — Você sabe que você tem que contar, né?

        Sua amiga, mais uma vez com toda a razão a seu favor. Ele queria contar! Ele vai contar, só não sabe quando. Ainda queria um pouco de coragem para dizer algo de tamanha importância para os pais. Hemã se calou, ela sabia os momentos certos para sermões e também quando deveria se calar. A escolha era de Thomas.

        — Eu vou contar Hemã. Eles vão ficar uma fera. — Thomas saiu do banheiro já com os dentes cuidados, a boca com um gostoso aroma de menta, ele pensou que Samuel iria adorar esse gosto, acabou sorrindo atoa da lembrança de ontem.

         — Do que você estar rindo? — A detetive não deixava nada, absolutamente nada passar despercebido. Às vezes nem era questão de ficar em alerta, era o conhecimento, Hemã conhecia demais ao ponto de saber que esse sorriso atoa não era tão "atoa" assim. — Tem menino na jogada não é? — Ela gritou no quarto nele e ele logo pediu para ela não grita tanto, seu pai ainda não podia saber. — Anda, me conta logo!

         Thomas sentou correndo na cama rindo com a amiga que não via há algum tempo, respirou e contou que tinha beijando um menino duas vezes, que estava gostando da forma que ele tratava, com carinho e atenção. Hemã escuta tudo rindo, adorando a felicidade do amigo. Só de poder vê um lindo sorriso no rosto do amigo ele sente que seu plano aqui na terra estar dando certo. O celular de Thomas tocou justo quando ela perguntou quem era o menino. Atendendo rápido, só concordou e desligou o telefone com a chamada rápida.

          — O dono da biblioteca disse que vou começar a trabalhar hoje! Hemã o que faço? Meus pais não podem nem sonhar sobre isso! — Thomas levantou nervoso procurando alguma solução para resolver isso. Pensou se era essa a hora de contar para seus pais.

          — Tive uma ideia. Se arruma e vamos. Te espero lá em baixo, e não esquece o uniforme. — Hemã abraçou o amigo e saiu do quarto dele dando total liberdade para ele fazer o que tinha que ser feito.

GUERRA SANTA [ 1/2 ]Onde histórias criam vida. Descubra agora