Capítulo 16: Cura

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Sakura já estava há horas num trabalho minucioso de transcrição. A Kunoichi analisou e memorizou cada um dos símbolos misteriosos que encontraram na caverna, e agora se dedicava ao árduo de trabalho de reproduzir com precisão cada um deles em pergaminhos que seriam enviados à Divisão de Inteligência de Konoha para serem decodificados.

Sakura sugeriu voltarem à vila e notificarem pessoalmente ao Hokage suas descobertas, além disso, poderiam trabalhar juntos para quebrar aquele código, mas Sasuke discordava, ele acreditava que poderia haver outros templos como aquele com informações que ele poderia ter deixado passar durante sua primeira investigação, e estava disposto a procurar por cada um deles. Ele precisava continuar investigando, e tampouco Sakura sairia do seu lado agora.

Ao finalizar seu relatório, a kunoichi dirigiu-se ao quarto que Sasuke ocupava. Não queria incomoda-lo, pois desde a descoberta de mais cedo, ele andava irritado e taciturno, assim que retornaram à pousada trancou-se em seu quarto e não quis receber tratamento algum; Sakura desconfiava que todo seu azedume era por causa dos eventos de mais cedo, e não quis insistir mais, mas ela já tinha lhe dado tempo suficiente, afinal ele ainda precisava de cuidados médicos.

Então, quando chegou ao quarto dele não lhe deu a chance de recusar-se a vê-la, simplesmente abriu a porta e entrou.

Sasuke estava sem camisa sentado numa cadeira baixa enquanto limpava as feridas do ombro com o kit de sutura que sempre trazia consigo. Todo ninja que se preze carrega um desses em viagem, pois ferimentos são comuns em missões, mas ninjas médicos capacitados são poucos, nem todos conseguem esse nível de especialização, então, ele, como a maioria dos shinobis precisou aprender a se virar sozinho.

Sasuke era um viajante, vagou a ermo e sozinho a vida toda. Ele já deve ter feito curativos em si mesmo antes, a ponto de se tornar muito bom nisso. Sakura duvidava que mesmo em seu tempo com Orochimaru, ele tenha recebido alguma gentileza ou indulgência. Vê-lo ali sentado, suturando cortes em si mesmo, tão só como sempre esteve, fez abrir um talho em seu coração.

Ninguém deveria ser tão sozinho. Ninguém deveria ter que costurar os cortes em si mesmo, nem fazer os próprios curativos, nem mesmo passar por um resfriado sequer sem que alguém lhe leve uma sopa quente. Isso era tão...injusto.

Ninguém deveria ter que ser forte até mesmo na fraqueza. Todos têm o direito de ser cuidados por alguém de vez em quando.

_ Deixa que eu faço isso _ disse Sakura ajoelhando-se ao lado de Sasuke e interrompendo seu trabalho com a agulha.

O ninja a olhou com hesitação, ela não precisava fazer isso, já estava quase terminando de fechar a ferida, e realmente não era nada demais. Já sobrevivera a golpes bem piores, mas Sakura o fitava com olhos lacrimosos.

_ Por favor _ implorou ela.

Sakura desejava desesperadamente ser aquela com quem ele poderia contar, a pessoa que cuidaria de suas feridas. Todas elas. Ela queria ser um bálsamo para ele. Ela queria poder curar todas as chagas e anular todas as dores, apagar todas as cicatrizes e preencher todos os vazios.

Ela não deixaria que Sasuke sangrasse sozinho nunca mais.

Quando era pequeno sua mãe sempre tratava seus machucados e depois lhe dava um beijo e dizia: "Pronto Sasuke, agora vai ficar tudo bem"

O tempo e a necessidade lhe ensinaram a fazer os próprios curativos, mas ninguém nunca mais lhe ofereceu o consolo gentil de que tudo ficaria bem.

Até Sakura aparecer.

Ela velou seu leito enquanto ele convalescia e lhe levou flores frescas todo dia, ela chorou quando achou que o tinha perdido, e suspirou de alívio quando vira que ele ainda vivia, foi dela que ele recebeu conforto enquanto agonizava de dor, e foi nos braços dela que ele se apoiou quando não podia andar. Sasuke jamais esquecera a gentileza com que fora tratado por ela, mesmo quando ardia em ódio e desejo de vingança, no fundo ele guardava as lembranças da pessoa que o amou desde o primeiro dia, e que não desistiu de ama-lo no seus piores momentos.

Sasuke sentiu o calor reconfortante quando o chakra de Sakura atingiu sua pele, e fechou os olhos em gratidão. Ele sentiu anos de descaso e solidão serem curados naquelas mãos medicinais.

Gotas quentes pingavam em suas feridas, curando-o tanto quanto o ninjutsu médico que Sakura usava. Ela foi aquela que preencheu sua existência vazia. E Sasuke já sabia disso há algum tempo.

Sempre houve um empecilho entre eles, sempre havia algo a ser feito antes. E quando tomou uma resolução e finalmente voltou para ela, mais uma missão urgente surgiu, ele queira fazer a coisa certa, por ela, queria que ela estivesse entre amigos e sob a segurança de um lar, queria conhecer os seus pais antes, mas ele não esperaria mais. Na verdade, gostaria de ter feito isso muito atrás.

Então enxugando cada uma das lágrimas quentes de Sakura, o ninja puxou seu queixo para cima obrigando-a a olhar-lhe nos olhos, e disse:

_ Case comigo, Sakura.








































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