Capítulo 23: O perdão mais difícil

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Sakura não fazia ideia de há quanto tempo eles estavam deitados ali, lado a lado. Aquecida pelo calor que irradiava do marido, que acariciava seu braço com movimentos rítmicos, a respiração entrecortada, devido à atividade vigorosa que acabara de praticar, se tornando cada vez mais regular. Seu corpo ainda tremia, e a médica não tinha certeza se um dia deixaria de tremer. Jamais experimentara sensações tão intensas, e embora devesse se sentir cansada, tanto pelo que acabara de acontecer, quanto pelo dia de viagem que tivera, sentia-se alerta e revigorada.

O ponto onde a mão de Sasuke a tocava, se tornou, então, a parte favorita de seu corpo. Todas as suas terminações nervosas pareciam ter migrado para aquele único trecho de pele, e Sakura sentiu uma onda de prazer crescer dentro de si novamente.

_ Você  está com frio. _ a voz gutural de Sasuke irrompeu em seus ouvidos.

Ela estava tão concentrada nas sensações que o corpo dele provocavam no dela, que não se dera conta que ele a observava o tempo todo. Aqueles olhos atentos, que nada deixavam escapar, haviam perscrutado silenciosamente o seu corpo tolo e ansioso arquejar por ele novamente.

Seu primeiro instinto foi o de desviar os olhos e se cobrir, mas ao olhar novamente para aqueles olhos ímpares, viu que também havia fogo ali. O mesmo fogo que ardia nela. Então virou-se de lado, apoiando-se sobre um cotovelo, de modo a interromper as carícias metódicas de Sasuke. Imediatamente ela sentiu falta daquele contato quente, mas foi recompensada pelo suspiro de Sasuke ao desviar o olhar para seus seios.

_ Não estou com frio. _ disse ela, e como poderia? Tendo todo aquele fogo dentro de si?

_ Você está tremendo. _ retrucou ele, atestando que seus olhos, de fato, não deixavam nada escapar.

_ Sim, mas não de frio. _ disse, com o que desejou que fosse uma voz suave e sedutora.

O Uchiha levou meio segundo pra entender a implicação do que ela acabara de dizer, então tomou sua boca na dele num beijo profundo e ardente, que traía toda a sua necessidade dela, desfazendo a mísera distância que havia entre eles, e que mesmo assim ainda era distância demais, em sua opinião.

Sakura não tinha ideia em que momento adormecera, algo entre a segunda ou terceira vez  depois que fizeram amor. Fizeram amor? Sim, era isso que eles haviam feito. Era mais do que apenas desejo, embora houvesse muito disso também. Era uma adoração genuína, uma ode ao amor que finalmente se permitiriam viver.

Abriu os olhos preguiçosos e se deparou com o teto de lona da tenda que armara na noite anterior. "Sasuke-kun me trouxe de volta nos braços." Constatou, e uma onda de afeição tomou seu peito. Quem via o grande e terrível Sasuke Uchiha jamais poderia imaginar que amante atencioso ele era, e ela estava mais do que satisfeita em ser a única a conhecer essa sua faceta.

Abandonando toda a letargia e reconhecendo que por mais tentada que tivesse em ficar ali o dia todo repassando mentalmente os eventos da noite anterior, ela ainda era uma kunoichi e estava em missão. Vestiu-se rapidamente, e desfez a tenda, ainda não vira Sasuke, talvez ele estivesse ido ao lago abastecer-se com água, e estava indo justamente para lá quando o encontrou à meio caminho com ambos os cantis balançando em sua mão.

_ Vejo que já desfez o acampamento. _ disse o ninja frio.

Frio? Qual o problema? Não haviam acabado de compartilhar a noite mais maravilhosa de suas vidas? Ou pelo menos foi para ela.

_ Ótimo. Precisamos ir. Estamos perto do vilarejo, faremos o desjejum quando chegarmos. _ disse sem esperar resposta.

Sakura já estava prestes a gritar com seu marido idiota que a tratava como uma deusa numa hora, e parecia uma pedra de gelo na outra, quando ele parou ao seu lado e baixando suavemente a gola de seu traje perguntou em uma voz frágil e alquebrada.

_ Eu machuquei você?

Sakura baixou os olhos para o ponto onde ele roçava os dedos, e percebeu que havia um pequeno hematoma. Ok, não era tão pequeno. Mas sequer o havia percebido. A médica lembrava vagamente do momento em que ganhara a marca infame, Sasuke estava tão tomado pelo desejo que aprofundou os beijos em seu pescoço e colo enquanto enterrava-se nela apaixonadamente. Nem naquela hora, e muitos menos agora, Sakura poderia dizer que esteve minimamente infeliz ou machucada, mas seu marido parecia acreditar que a havia infligido algum dano físico.

De repente, sua atitude fria fez sentido. Aquele era Sasuke, afinal. Ele estava se sentindo culpado porque enfiou na cabeça a ideia absurda que a teria machucado de alguma forma, e se retraiu na sua concha de indiferença e frieza. Felizmente, Sakura já era bem grandinha pra ter medo de cara feia.

_ Ah, isso? Isso não é nada Sasuke-kun _ disse levando a mão que já brilhava envolta numa luminescência verde característica da sua técnica da palma mística, apagando completamente a manchinha arroxeada. _ Você jamais poderia me machucar.

Sakura escolheu suas palavras com cuidado, pois agora percebia que essa era ainda uma grande insegurança do marido. No seu tempo mais sombrio, quando estava determinado a cortar todos os seus laços para obter vingança contra seu irmão, depois contra a vila e todo o sistema político que obrigara uma criança a escolher entre sua família e seu país, Sasuke tentara mata-la.

É verdade que Sakura tentou embosca-lo primeiro, mas percebera no último minuto que não seria capaz de chegar ao fim. Na época, ela foi salva por Naruto e Kakashi, mas carregava consigo a certeza que mesmo se eles não tivessem chegado a tempo, Sasuke também não seria capaz de chegar ao fim. Afinal, ele também tentara matar Naruto, seu melhor amigo e irmão em todos os sentidos que importam, e mesmo assim não fora capaz de matá-lo. Sasuke nunca foi capaz de cortar seus laços, porque no fundo nunca quis. Ele apenas queria querer porque estava cego demais para enxergar além do ódio.

Mas mesmo assim, ele se culpava. Não fora por isso que ele saiu em sua jornada de redenção? Não fora para se redimir e principalmente se punir pelos seus crimes, que ele se obrigara a ficar longe das pessoas que ele amava?

Esse era Sasuke, ele jamais deixaria de se culpar, e de se arrepender, e Sakura estava feliz que ele estivesse lúcido novamente para perceber seus erros, mas também não permitiria que ele retornasse àquele exílio autoimposto, ela não iria perdê-lo para a culpa e o remorso. Ela o faria entender que já fora perdoado, e o passado esquecido, e principalmente, que aquele ódio jamais voltaria a cegá-lo.

Ele não era mais Sasuke Uchiha, o vingador. Era Sasuke Uchiha, o ninja  que protege dos bastidores, sem esperar glória, um verdadeiro Hokage das sombras.

Eu voltei cerejinhas! Vocês pensaram que eu tinha abandonado a fic, não é?
Bem, eu também pensei. 😖 Passei por uma longa seca criativa, nada me vinha à cabeça, e eu não conseguia escrever uma única palavra. Mas agora estou de volta hehehe, se vocês me aceitarem.

Não prometo a mesma regularidade de sempre pq estou envolvida em outros projetos pessoais, mas juro que não vou largar a fic, eu amo sasusaku e amo escrever sasusaku, e isso n mudou nem mudará.

Até a próxima cerejinhas🌸🌸

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