Capítulo 12: Confissão

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Sasuke olhava ressabiado para a postura anormalmente silenciosa da companheira de viagem, desde que se despedira de Naruto e Kakashi nos portões da vila, Sakura não tinha ditouma palavra.

Andavam a um ritmo acelerado pois Sasuke gostaria de começar imediatamente sua investigação, e não fizeram nenhuma pausa durante a manhã toda. Para um civil este ritmo de viagem poderia ser exaustivo, mas a mulher ao seu lado não demonstrava nenhum sinal de cansaço.

Uma kunoichi preparada como ela não cederia a uma manhã de viagem.

Então, se não é cansaço, por que motivo ela está tão circunspecta?

Vindo de qualquer outra pessoa, Sasuke agradeceria pelo silêncio, mas em Sakura ele não caía bem porque só poderia significar que algo devia a estar incomodando. E ter algo a incomodando, o incomodava.

Queria acabar com isso e lhe perguntar diretamente qual o problema, mas Sasuke sabia melhor do que ninguém, que quando uma pessoa está perdida nos próprios pensamentos a última coisa que ela quer é ser incomodada com perguntas inúteis. Ou ao menos era assim que ele se sentia. Então engoliu seu desconforto e decidiu dar espaço de que ela precisava.

Sakura sentia uma pontada nas têmporas, único indício da bebedeira da noite anterior. Uma pessoa normal estaria agora com o inferno no estômago e talvez nem conseguisse dá um passo sem dor, mas Sakura não era uma pessoa comum, ela fora discípula de Tsunade, a lendária perdedora, cuja fama de Iryo-nin só não era maior que a de infame jogadora. A Sannin ensinou muito mais do que jutsu médico à sua jovem  discípula, e Sakura estava mais do que agradecida agora, pois sem sua mestra não saberia que planta medicinal usar para atenuar dores de cabeça, e nem que agitar seu chakra na corrente sanguínea faria o sangue circular mais rápido e consequentemente aumentaria o metabolismo e a excreção de alcool de seu corpo.  Mas fazer tudo isso enquanto viajava no ritmo em que estivera fazendo a manhã toda, exigia toda a sua concentração.

Sakura não queria pedir para parar e na verdade, não precisava. Se alguém poderia lidar com uma ressaca, essa pessoa era ela, mas agora que não estava mais sob o entorpecimento do álcool suas velhas inseguranças corroiam seus pensamentos. Não queria deixar que seus medos estragassem a viagem, mas no momento não havia nada que ela pudesse fazer, sabia que em algum momento teria que confrontá-los, só  não precisava ser agora.

_Vamos parar para almoçar agora, com um bom ritmo podemos chegar ao vilarejo de Yokohama antes do fim do dia. _ Sasuke anunciou, esperando alguma reação de Sakura, mas recebendo apenas um aceno de cabeça em resposta.

O ninja saiu em silêncio, para abastecer-se com água enquanto Sakura improvisava uma fogueira com galhos secos que encontrou no caminho. Essa era uma rotina conhecida para ambos, ela organizaria todos os gravetos e folhas que encontrasse e quando tivesse certeza que eram suficientes ela o chamaria para usar seu Gokakyu no jutsu para acender a fogueira, mas quando voltou com os cantis ela já havia ateado fogo ao braseiro e o operava agilmente para preparar a refeição que compartilhariam. Sasuke ofereceu-se para ajudá-la, ao que ela negou com um sorriso que não chegou aos olhos. Uma pontada de decepção cruzou seu rosto, ele secretamente gostava quando Sakura dependia dele para essas pequenas tarefas, mas obviamente, ela sabe se virar sozinha.

É claro que ela sabe, ela é uma kunoichi treinada!

Sem nada mais que pudesse fazer, sentou-se ao pé de um enorme carvalho e a observou trabalhar. Sasuke adorava vê-la concentrada como estava agora. Seus olhos sérios não deixavam passar nada, uma mecha do seu cabelo ameaçou escapar da faixa onde ela prendia o hitaiate, mas ela a ignorou. Sasuke sentiu uma imensa vontade de pegar aquela mecha teimosa e a escondê-la atrás da orelha delicada de Sakura.

Seu cabelo era uma das coisas que ele mais gostava em Sakura, ele nunca vira ninguém ostentar aquela cor naturalmente, o rosa pálido que sempre o fazia lembrar da flor de cerejeira, da primavera, de dias quentes e preguiçosos, de risos e música...quantas vezes ao longo dos últimos dois anos, não se pegou contemplando o desabrochar das cerejeiras ou de qualquer àrvore de folhagem semelhante, apenas para sentir a inegável sensação de conforto que ela sempre trazia?

_ O que foi Sasuke-kun? _ perguntou Sakura flagrando-o enquanto ele divagava encarando-a.

_ Seu cabelo…_ disse dirigindo-se até ela e colocando a mecha rosada atrás de sua orelha, como desejava fazer há cinco minutos.

Sasuke sentiu a textura macia dos fios entre seus dedos e de repente ele queria sentir também o seu cheiro. Se perguntou como seria espalmar a mão bem ali em sua nuca e deixar os fios escorrerem  por seus dedos, que sensação lhe traria se ele enterrasse o rosto ali e sorvesse o seu aroma. Sasuke queria testar todas essas sensações, mas faria do jeito certo, no tempo certo. Então, relutantemente recuou a sua mão.

Sakura corando violentamente murmurou alguma coisa ininteligível, os olhos verdes, que o faziam lembrar da primavera, desviando-se para o chão com uma timidez adorável. Ele gostaria de tocar-lhe o queixo fino e inclinar-lhe o rosto o seu, obriga-la a olhar em seus olhos e lhe dizer tudo que estava a atormentando, mas limitou-se a simplesmente perguntar, já farto do tratamento silencioso que vinha recebendo:

_Qual o problema Sakura?

Sakura não saberia nem como começar a explicar todos os sentimentos que a afligiam e tampouco sentia-se disposta a tanto, tudo que ela menos queria era parecer insegura diante de Sasuke, então resignou-se a responder com um suspirou:

_ Não é nada, Sasuke-kun.

Mas Sasuke não aceitou essa resposta, andava de um lado para o outro ansioso, e de vez em quando parava para fita-la, então balançava a cabeça e voltava a andar em círculos. Algo parecia angustia-lo e Sakura não queria acreditar que fosse ela. Estava disposta a perguntar exatamente isso quando ele falou:

_ Eu não deveria tê-la feito abandonar tudo que se esforçou pra construir, eu fui…um cretino egoísta, se você estiver arrependida, Sakura, eu não a impedirei de partir.

Ele a olhou nos olhos e pela primeira vez ela foi capaz de ver toda sua vulnerabilidade, ele deixou que ela visse tudo. A urgência em sua voz, o medo de que  ela escolhesse partir, a culpa por tê-la colocado em uma situação tão delicada. Tudo isso a atingiu como um soco. Como ela pode ter sido tão cega? O homem a sua frente precisava desesperadamente dela, e mesmo assim estava disposto a deixa-la ir, se isso a fizesse feliz. E naquele momento  ela teve a certeza de que nunca o amou tanto quanto agora.

As inseguranças que a assolaram durante toda a semana pareciam não fazer mais sentido algum. Como eles poderiam não se amar depois de tudo? Como poderia haver algo que ela não amasse nesse homem? Como ele poderia não ama-la de volta se em seus olhos havia tanta dor e tanto medo pela possibilidade de perde-la? Sakura sentiu o gosto salgado das lágrimas que não percebera escorrer por seu rosto, e as secou com um movimento fluído.

Deu dois passos a frente e tomou a mão do ninja na sua e com a outra contornou o seu rosto condoído, desejando de todo coração apagar aquela aflição das feições tão amadas.

_ Me desculpe Sasuke-kun, não é nada disso. Eu não quereria estar em lugar nenhum do mundo que não ao seu lado, e acho bom que se acostume com isso, porque não há nada que me faça voltar àquela vila sem você.

Tomado pelo alívio, Sasuke encerrou a distância que ainda havia entre eles, envolvendo-a pela cintura e arrastando-a para si. Aquela mão tão suave que há pouco segurava a sua, dando-lhe as  certezas que ele precisava, agora repousava em seu peito. Sasuke tomou  boca rosada na sua num beijo sôfrego que traía toda a sua necessidade e alívio. O ninja não tinha certeza se estava fazendo certo, nunca antes fora tomado por um desejo tão devastador, nunca houve uma mulher que o fizesse sentir dessa forma, embora muitas tenham tentado, só havia…ela. E ele morreria mil mortes se tivesse que deixa-la novamente.

Postei esse capítulo hoje muito relutantemente, porque hoje fui incapaz de escrever sequer uma linha, além disso, tem alguma coisa nesse capítulo que não está me agradando. Me perdoem se houverem erros, eu não fiz uma revisão aprofundada.

Enfim, obg por acompanharem até aqui.

Mata Konda Da

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