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Lily Evans Potter, você descobriu, era muito assustadora.

Você estava saindo do quarto de Hermione depois de refazer as gazes dela quando Lily te achou, te puxando pelo braço. O toque dela era forte. Diferente de você, as mãos dela não tremiam. Ela parecia decidida.

Você nunca tinha pensado muito na enfermeira ruiva. Mesmo preso numa tranca, dava para ver que o cabelo dela era violentamente vermelho, como sangue e fogo e tudo que você queria esquecer, e você já tinha percebido isso antes, mas nada mais. Agora que você sabia que ela era a mãe de Harry, você se sentia bem estúpido.

Harry estava certo: eles tinham os mesmos olhos. E considerando que eles tinham olhos de um tom chocantemente reconhecível de verde – tão chocantes que tinham sido a primeira coisa que você se lembrava de perceber aquele dia na floresta –, você não sabia como não tinha notado as semelhanças antes.

Lily Potter tinha os olhos de uma guerreira. Você podia ver isso, tanto quanto você podia ver nos olhos do soldado filho dela. A força, a raiva, a esperança. Ela era tão magra quanto todos os outros nortenhos, e você não pôde deixar de se perguntar como tanta emoção cabia naquele rosto tão esquelético?

Aquele dia, mais ou menos umas duas noites depois daquele momento na cozinha, Lily te puxou para um canto.

"Meu filho disse que você trocou histórias com alguns dos nossos soldados," ela falou, ainda não soltando seu pulso. A voz dela era tão forte quanto você se lembrava dela ser.

"Sim?" Saiu muito pequeno e confuso, o que você não queria que ela percebesse. Você coçou sua garganta, se preparando para aumentar sua voz. Adicionar um pouco de sarcasmo. "Eu não sabia que eu não tinha permissão para fazer isso. Eu achei que esse lugar deveria ser um lugar para confraternização entre os dois lados, mas obviamente..."

Lily balançou a cabeça, te calando imediatamente. Bom. Você não tinha muita certeza de para onde estava indo com aquela frase.

"Não," ela disse. "Eu acho que é ótimo. Tem um monte de soldados que não são exatamente agressivos um com os outros, mas a gente tem achado difícil fazer vocês realmente se comunicarem. É ótimo."

Quando ela não falou mais nada, você olhou pros lados lentamente.

"Então por que você tá me segurando aqui?"

"Ah." Lily te soltou, se endireitando. "Bem, então, é o seguinte – eu e Pomfrey estávamos pensando. Você sabe a maior parte da nossa população não sabe ler?"

"Ahã," você respondeu, porque você sabia, e você também tinha uma ideia de para onde aquela conversa estava indo.

Você não gostava disso nem um pouco.

"Bem, a gente pensou que já que você está se dando bem com os nossos soldados, você podia dar umas aulas para eles também..."

"Não," você a cortou, talvez um pouco mais grosseiramente do que você queria.

A encarada que Lily te lançou era simplesmente assustadora. Você deu um passo para trás, seus pelos todos em pé.

Alguém pensaria que, depois de ir para guerra e ver tanto sangue, essas mulheres nortenhas iriam parar de ter a capacidade de te dar medo só te olhando, mas não. Elas ainda tinham, tão forte quanto sempre.

"Não?" repetiu Lily. "Por que?"

"Porque..." você pausou, sem conseguir pensar em uma razão melhor do que eu não quero. "Bem, por que eu?"

"Porque você ajuda no hospital," disse Lily, como se fosse óbvio e você deveria saber disso, "e você é um dos únicos homens que faz isso. Quer dizer, tem um monte deles que ajudam com a comida, mas você vai de quarto em quarto cuidando de camas e machucados e... você conhece mais pacientes. Eles te viram antes, eles sabem que você cuida de Teddy. Isso ajudaria eles a ficarem mais confortáveis."

death hours, DRARRY ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora