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Estou sentada no escuro e lendo os papeis que me entregaram, já são duas da madrugada e sinto uma inquietação em minha cabeça e coração.  Amanda dorme, tranquila tomo uma xícara de café enquanto tento entender o que tem escrito nesses papeis.

Passo minha mão na pasta cor verde musgo, observo ela e o brasão que está esculpido na parte da frente, parece toda feito de couro, abro e dou um suspiro. É muita coisa para se ater.

- Ainda bem que tenho bastante café - falo a mim mesma.

Aqui diz que basicamente tenho que ser uma senhora de família e me envolver com as cerimônias dando meu corpo e minha alma, que tenho que está posicionada para manter a união da casa e dos membros que ali escolhem ter Amish como seu deus.

- Bom, não posso sair sem dá explicação a meu marido ou a meus lideres, que tenho que ser esposa exemplar, para que novas meninas entendam que aquilo é personificação de felicidade e eu sou aquela que mostrará isso com minhas atitudes. Ah isso é muito engraçado - Amanda se mexe na cama, e preciso baixar minha voz.

Tem muita coisa, mas basicamente é como será meu deveres, sendo esposa de um líder , não gosto da palavra esposa, não o conheço e não quero ele me tocando e levando ao pé da letra o termo esposa. Assino os papeis e preciso conversar com aquele homem, acredito que ele também precisa entender nossos papeis ali de desconhecidos.

Me deito ao lado da cama de Amanda, daqui a pouco iremos embora não sei para qual lugar. O que me faz lembrar que preciso falar algo para ela que a distraia do real motivo. De algo tenho certeza isso é temporário , mas preciso de um plano.


- Bom dia, trice - abro os olhos com dificuldade e vejo Amanda, sentada ao meu lado já de banho tomado - você dorme demais, vamos levante são 7 da manhã  e quero passear no jardim, estou morrendo enclausurada nesse quarto.

 - Bom dia, sua muleka e vamos com calma, você não está 100% e...

- Não venha dizer isso, já perguntei a enfermeira e ela disse que os médico até liberam esses passeios no jardim, é uma maneira super barata de evitar mortes

- Você não tem um mínimo de vergonha na cara não? Que papo esquisito, Amanda . Mas irei sim dá uma volta no jardim, o dia parece lindo.

- Ah que alívio ganhar essa batalha.

- Bom então deixa eu me trocar - entro no banheiro e respiro fundo - irei contar a ela, não tudo. Apenas o suficiente.

O dia está lindo a temperatura esta deliciosa, noto que fazia um tempo que não prestava atenção em um dia como esse; pássaros cantam sua melhor melodia, o vento sopra com cuidado nas árvores, o sol ilumina cada canto.

Sentada no banco reparo em Amanda, que colher flores , uma imagem dos céus. Ela é perfeita me lembra tanto a nossa mãe, os cabelos caindo sobre os ombros, uma empolgação nas coisas mais simples, o sorriso largo e a rapidez de ditar o que quer.

- Amanda, precisamos conversar - ela vem correndo com suas flores recém colhidas - é agora ou nunca - falo para mim.

 - O que foi? Essas flores vão alegrar nossa casa

- Deus me ajuda - falo baixinho

- O que?

- Nada... pensei alto. Bom preciso te contar uma novidade, que vai mudar um pouco nossas vidas - tento sorrir, mas estou nervosa demais.

- Você arrumou um emprego?

- Quaase isso... é uma pessoa que arrumei - os olhos dela brilham de uma forma esquisita e ela levanta sacudindo ás flores.

Doce Perigo!Onde histórias criam vida. Descubra agora