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Saio após o café da manhã, resolvo caminhar pelas ruas próximas, o verde aqui é esplendor Amanda está, com o professor dela, Caleb com a sua babá, Otho, segue com o seu trabalho, não conversamos nada, ele está mais calado, ontem quando nos vimos, sentir algo dentro de mim, a maneira que ele olhou para meu corpo me tocou de uma forma esquisita.

O cheiro da floresta úmida tem efeito calmante, escuto os sons dos pássaros e o balançar das árvores, estou bem afastada de casa, e nem sei se estou próxima de alguma, a floresta aqui toma conta.

"Você é o sol que ilumina minha vida, então por ti tenho devoção e entrego minha vida"

Paro no meio do caminho, olho em todas direções, ao escutar uma conversa.

- Oláaa, tem alguém aqui?

Um medo me cerca, minha pele arrepia, estou no meio de uma estrada que dos dois lados é uma vasta floresta, escura e fria. Olho em todas direções, e não vejo nada.

- É melhor eu voltar - volto para trás, e olhando em volta vejo que não sei qual caminho mais seguir, todos parecem o mesmo - Eu vim por aqui, então vou voltar por aqui, mas... esse caminho eu não lembro - um desespero cresce em meu peito - isso só pode ser uma brincadeira, eu me perdi.

" Dom, meu querido, suas palavras me aquecem o peito, mas lembre-se não preciso de sua vida, apenas me ame, que já é suficiente"

- Quem é que está aí? Isso não tem graça - corro na outra direção, e sinto um calor muito grande, tiro o meu casaco ficando apenas, de camiseta - eu não estou ficando louca, tem alguém conversando.

Saio da estrada e entro na floresta, acho que preciso ir por aqui talvez eu chegue em casa.

As vozes estão cada vez mais forte, e vou as seguindo. Chego numa construção de casas de pedras, parece uma vila muito antiga. Sigo para casa que está mais no centro, o cheiro daqui é muito reconfortante, tem uma senhorinha pendurando um lençol no varal, ela fala algo comigo, vejo ela se dirigindo a mim, ela concorda com algo e sai.

- Eu não lhe conheço, por que está falando comigo?

Chego na casa principal, tem um galinheiro na frente e uns porcos, pego o cesto de milho que está aqui e jogo uns milhos.

- Que estranho, me sinto familiarizada aqui, embora não lembre qual foi a última vez que estive aqui - escuto as mesmas vozes.

" Jully, você está gerando o fruto do nosso amor, isso é a prova que estarei aqui com minha vida aos seus pés"

"Tudo bem meu querido, mas precisamos nos adiantar logo, você ouviu os rumores da vila do outro lado do rio, que os guardas de Phelipe estão nos caçando?"

"Sim, mas estamos seguros aqui, temo mais por sua mãe, ela está construindo o templo e aquele castelo se destaca aqui em meio a floresta e a pobreza, ela precisa ser cuidadosa"

" Eu sei, mas amanhã é um dia importante, o eclipse que esperamos á mais de 200 anos irá acontecer, e prosperidade virá"

" Sim, que a chuva caia nos nossos campos"

Abro a porta, e vejo de onde vem a conversa, um casal bem jovem, ele deve ter seus 28 anos e ela uns 20, ela está com uma barriga grande, parece ser uma gravidez bastante adiantada. As vestimentas , parecem ser de uns séculos atrás, tudo aqui parece ser de outra época, bem distante.

" Mãe, o que a senhora faz aqui?"

A moça Jully, fala pra mim, estranho eu nem a conheço e ela tem quase minha idade. Mas vejo o desespero dela. Não consigo falar.

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