#2 parte 6

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~6 anos depois~

- Eu agradeceria se você largasse o celular e me escutasse! – Anna disse para mim e eu revirei os olhos. – Com quem você tanto fala?! – Ela perguntou indignada.

- O que você precisa?! – Bloqueei o celular e o coloquei de lado. Ela me olhou desconfiada, mas deu de ombros.

- Qual desses você prefere? Qual você acha mais bonito??

- Anna, o casamento é seu! Qual você prefere?! – Perguntei sorrindo para ela.

- Ai, eu não sei!! Mas eu quero que você me ajude a escolher tudo, já que você não teve isso no seu casamento. Quero que você sinta como é!

- Amiga, não! – Ri. – Isso não é justo com você. Eu quero que você escolha tudo, e que tudo tenha a sua cara. Não a minha.

- Tá... então eu acho que prefiro esse! – Ela levantou uma das opções e eu sorri. – Ah! Mas tem uma coisa que eu exijo sua ajuda! – Ela levantou correndo e foi até a cozinha. Voltou de lá uma caixa branca e caramelo. – Coma todos e depois me conte os seus favoritos.

Abri a caixa e vi os mais diversos doces de festa. Assim que senti o cheiro forte do chocolate, meu estômago embrulhou e eu corri para o banheiro. Levantei a tampa do vaso e vomitei tudo que tinha comido durante o dia. Dei descarga, lavei meu rosto e enxaguei minha boca.

Voltei para a sala e Anna me encarava preocupada, cheia de revistas a sua volta. Era uma cena engraçada de ver.

- O que aconteceu?

- Nada! Eu só não ando podendo comer doce ultimamente. Eu passo mal. – Me sentei no sofá. Ela voltou a folear a revista em suas mãos.

- Você passando mal com doce? Logo você que é completamente viciada em doce e não... – Ela parou de falar e me olhou.

- Na verdade, não só doce. Muitas comidas que eu gostava eu não posso nem com o cheiro. Passo mal, sinto mal-estar, ânsia, vômito... – A cada palavra que eu falava, mais Anna arregalava os olhos. Ri da cara que ela fazia. – É isso mesmo que você está pensando?

- E o que eu estou pensando?

- Eu estou grávida! – Ela não moveu um músculo se quer. Ficou me encarando com a mesma cara de choque. – Anna?!

- O que você falou?

- Que eu estou grávida! – Falei rindo. Anna deu um grito e me abraçou apertado.

- Eu não acredito!! – Ela gritou mais ainda. – Meu Deus, você não imagina como eu estou feliz por você! A minha melhor amiga vai ser mamãe!

- Eu também estou muito feliz!

- Como você descobriu? Quando foi isso? – Ela perguntou eufórica.

- Foi quando você estava viajando. Eu estava passando mal com muita frequência, tudo me enjoava e eu vomitava demais. Então, Violette me fez fazer um teste de gravidez e me arrastou para um exame. Nos dois, o resultado foi positivo. Estou grávida de 11 semanas. – Sorri. – Eu não te contei na hora que descobri porque queria fazer isso pessoalmente.

- Meu deus, que loucura. Então era isso que você queria me contar?! – Assenti sorrindo. – E o Liam? Ele já sabe? Como ele está?

- Ele já sabe, e ele está insuportável! – Ela riu. – Ele me liga de cinco em cinco minutos e não me deixa fazer absolutamente nada. E quando ele não pode ligar, fica mandando mensagens! – Levantei o celular e ela riu.

- Ow, que fofo! – Ela fez voz fininha e eu ri. – É por isso que você não está na editora, né?! Não tem nada a ver com me ajuda... – Ela fez biquinho e eu assenti.

- Eu passei muito mal hoje de manhã, e ele me fez jurar que não colocaria os pés na editora hoje. Como eu disse: insuportavelmente chato! – Ela riu.

Meu telefone começou a tomar e eu atendi no segundo toque.

- Alô?

- Oi, meu anjo! – Sorri ao escutar a voz de Liam. Eu amava o modo carinhoso que ele me chamava. – Como você está?

- Eu estou bem! – Fiz sinal para Anna ficar quieta quando ela abriu a boca. Eu sabia que ela iria falar que eu tinha acabado de passar mal. – Era só um mal-estar passageiro. Tudo sob controle!

- Que bom. Eu fiquei preocupado! E aonde você está? Você não foi para a editora, foi?

- Não, eu juro! Eu estou com a Anna, na casa dela, ajudando com o casamento. Estou me comportando bem, eu prometo! – Ele riu fraquinho.

- Eu só liguei para ver como você estava. Vou entrar em uma reunião agora e só saio perto das seis da tarde. Mas, você promete que me liga se precisar de qualquer coisa? Qualquer coisa mesmo?

- Eu prometo!

- Ótimo. Assim que eu sair, eu corro para casa para ficar com você, ok?

- Eu te espero lá!

- Eu te amo! – Senti meu coração acelerar, como em todas as outras vezes que ele me fala essas três palavras.

- Eu também amo você! Até depois. – Nos despedimos e eu desliguei o telefone.

- É sério, eu não tenho maturidade para vocês dois juntos! Tem coisa mais fofa que isso?! – Anna falou e eu sorri.

- Você não tem jeito, né?! – Ri. – Bom, mas o foco agora não sou eu, e sim você! Vamos, qual a cor você escolheu? Preciso saber logo para mandar fazer meu vestido de madrinha! – Pisquei para ela e ela riu.

Se alguém me falasse alguns anos atrás que eu estaria assim hoje, eu provavelmente teria gargalhado alto e dito que a pessoa estava louca.

Mas, pelo visto meus pais estavam cobertos de razão desde o início: era para o meu bem. Hoje eu finalmente vejo o que meu pai repetidas vezes me falou: isso era o melhor para mim.

Graças à isso, hoje eu tenho Liam e um bebê a caminho. Eu tenho um marido atencioso, e que faz de tudo para me ver bem. Eu tenho um amigo, um companheiro, um confidente ao meu lado. Tenho um marido que me ama, e que eu amo demais. Hoje eu tenho uma família, que é tudo para mim.

Talvez, todos aqueles desejos de felicidades que recebemos no nosso casamento, há 7 anos trás, tenham dado certo. Porque, tudo que eu consigo sentir hoje é felicidade. 

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