Capítulo 8

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Helena

Nós beijando! Não me lembro direito, como acabamos ali num beijo intenso e saboroso, mais foi o que aconteceu! Tenho consciência que naquele momento não éramos Luna e Matteo, e sim Helena e Gabriel

Mas Martín achava o contrário, eu só precisava sair dali, colocar a cabeça em ordem, mas era impossível com Gabriel ainda me segurando firme, como se não quisesse que eu fosse.

— Você pode me soltar por favor?

— Ah claro, mil desculpas — Ele afrouxa seus dedos em minha cintura

— Com licença — Caminho a passos largos para fora do palco, meu corpo ainda tremia só de lembrar da forma possessiva como ele me segurava. Me encostei na parede do final do corredor, não tinha condições de olhar para ninguém, muito menos para Gabriel.

— Helena! — Ele descia as escadas atrás do palco como um louco, não podia ficar no mesmo espaço que ele sem pular no seu pescoço e sentir seu lábios de novo. Andei mais rápido — Espere Helena! — Qualquer um que tivesse nos camarins ou em salas próximas podiam ouvir seus gritos, quando estava quase chegando em meu camarim quando senti meu braço ser puxado para trás. — Eu disse pra esperar porra!

— Me solta!

— Não! — Ele me virou — Vamos conversar!

— Me solta! — Tento puxar meu braço, mas é em vão, Gabriel me vira de costa, e me mantém presa entre a parede e seu corpo.

— Eu disse que vamos conversar!

— E eu disse que não! — Tento empurrar ele, mas nada acontece — Me solta por favor Gabriel... eu preciso — O corredor parecia pequeno demais é o ar era insuficiente para nós dois.

— Do que precisa? — Seu nariz brinca com o meu

— Preciso...

— Precisa? — Ele se aproxima mais, queria me afastar mais meu corpo não respondia aos meus comandos

— Preciso de ar... — Minhas pernas responde aos meus comandos e passo por baixo do seus braços. Caminho até a porta do meu camarim, meu refúgio, mas nem consigo chegar ao meu destino, sinto braços me virando e me encostar contra a parede mais uma vez

— Cartas na mesa Helena! Chega mentiras! Do que você está fugindo? — Gabriel nunca tinha me tratado assim, mas não podia negar ver esse seu lado, tinha me agradado muito.

— N..n.. não sei do que tá falando, não to mentindo!

— Sua gagueira me diz outra coisa —  Ele se aproxima de mim, posso sentir seu hálito de menta perto o suficiente para me deixar zonza —  Vou repetir a pergunta mais uma vez! Do que você está fugindo?

— Eu já disse! Não to fugindo de nada! — Minha voz sai, mas estridente e mais alta do que esperava. Parei em sua frente, sua mão livre tomou minha cintura pra si, mantendo nossos corpos colados, nosso lábios separados por milímetros

— Você mente mal Helena.

Meu juízo parecia ter evaporado, minhas pernas e braços pareciam não responder por mim, e minha cabeça dava voltas e mais voltas, não existia mais nada naquele momento que pudesse nos parar, éramos apenas nós dois, em um teatro vazio, em um corredor pequeno e um desejo incontrolável de sentir seus lábios nos meus mais uma vez.

Minha vida não é a mesma | Livro 1 | Série "Minha vida" |** DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora