I wish I could have one last moment

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"Querido Shawn,
Queria poder ter tido um último momento com você, para dizer o quanto eu te amo. Te dizer que você é a pessoa que eu mais amei durante toda a minha vida [...] Preciso que você faça isso por mim. Eu te amo eternamente, Shawn Peter Raul Mendes, nunca se esqueça. XX Luiza Vidal"

Terminei de ler a minha carta aos prantos. Já se passaram 5 dias, mas ainda assim não consigo acreditar. Estou lendo essa carta pela centésima vez, pelo menos, e em todas elas eu chorei. Estamos todos ajudando na investigação, mas ainda não conseguimos muita coisa. Brittany desapareceu do campus, o que a faz uma suspeita, mas ninguém consegue localiza-la. Esse caso está ficando cada vez mais estranho. Hoje é o enterro e eu estou me arrumando. A família dela e a minha vieram para a Flórida, assim como as famílias dos outros. A mãe dela esta exausta, todo dia que vou até o quarto deles no hotel conversar com algum deles, ela está ou chorando ou com os rosto inchado. Amanda e Camilla estão na mesma situação e Cameron não consegue nem levantar da cama de tanto chorar de noite. Todos fomos afetados pelo incidente, mas eu e Jack G estamos segurando a barra. Quando recebemos as cartas, ele fez questão de falar comigo. Na carta dele, ela falava que ele era capaz de ajudar a todos e é isso que ele está fazendo, apesar de ser difícil para ele também. Por isso, eu e ele estamos nos apoiando um no outro.
- Shawn? - Mandy entrou no meu quarto. Ela estava linda, vestido preto simples com mangas longas e sapatilhas. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto e sua maquiagem era simples. - Esta na hora.
- Tudo bem, vou pegar as flores. - Falei indo em direção ao armário onde as rosas azuis estavam.
-Shawn... - Ela falou e as lágrimas começaram a cair novamente. - Ela estaria orgulhosa de você. Está se saindo melhor do que qualquer um de nós.
- Mandy... - A abracei e deixei que as lágrimas viessem. Ficamos assim por um tempo até Aaron aparecer na porta.
- Estão prontos? - Ele perguntou. Seu rosto estava inchado e ele vestida uma camiseta preta e calças da mesma cor.
- Sim. - Respondemos e saímos do quarto. Todos estavam no corredor, vestindo preto e com rostos inchados. Cameron me viu e veio me abraçar.
- Vai ficar tudo bem cara. - Falei quando ele voltou a chorar. Nos dirigimos juntos à porta do hotel e saímos. O céu lá fora estava claro, mas estava silêncio. O caminho até o cemitério foi de silêncio. Chegamos ao nosso destino e fomos caminhando até o local onde aconteceria a missa. O padre deu início e eu comecei a chorar. Isso não pode estar acontecendo. Minha mãe me abraçou e beijou a minha cabeça.
- Vai ficar tudo bem, querido. Ela está num lugar melhor agora. - Ela falou e eu só consegui balançar a cabeça.
- Agora, queria chamar a mãe da Luiza para falar algumas palavras. - O padre falou e Vanessa se dirigiu à frente.
- Bom dia... - Ela sorriu tímida. - É, eu achei que seria um pouco mais fácil falar se eu lesse, mas estou vendo que não vai ser, então vou esquecer isso. Falar de um filho que está morto numa vai ser fácil. - Ela soluçou. - Achei que eu nunca iria falar isso. Achei que quem estaria falando sobre mim seria ela daqui há muitos anos, mas pelo que eu vejo Deus tinha planos diferentes. A Luiza sempre foi uma ótima filha. Não tinha as melhores notas, mas sempre me ajudou. - Ela continuou falando, mas não consegui prestar atenção. Flashes das minhas lembranças com ela começaram a passar em frente aos meus olhos enquanto as lágrimas desciam. Isso foi injusto. Tirar ela assim de mim foi injusto.
- Shawn? - Minha mãe me acordou. - Esta na sua hora.
Levantei e fui até Vanessa que me abraçou e sorriu.
- Bom, eu não sei muito bem o que falar. Tem um pouco mais de um ano que eu conheci a Luiza. Ela era a garota mais legal que eu já conheci. E foi a que eu mais amei. É meio difícil acreditar que com 17 anos alguém possa amar como eu amei. E é mais difícil ainda acreditar que ela nunca mais vai voltar. Tem 5 dias que eu acordo na esperança de ver ela entrar pela porta como ela sempre fazia, sorrindo e me dar bom dia. E eu tenho certeza que daqui a 50 anos eu ainda vou acordar assim, mesmo sabendo que isso nunca irá acontecer de novo. Acho que a pior coisa disso tudo é que eu não fui avisado. Nenhum de nós foi. Quando ela leu A Culpa É Das Estrelas ela falou que o sofrimento da Hazel não era mostrado da forma certa, e agora eu sei porque. A Hazel já sabia que o Gus iria morrer, por isso o autor não colocou aquele sofrimento exagerado. Mas eu e todos nós estamos sentindo esse sofrimento exagerado. Porque ela era saudável. Ela era feliz. Ela estava bem. Não sei como terminar de um jeito melhor do que agradecendo. Á Deus e aos pais dela por terem colocado uma pessoa tão maravilhosa no mundo. Eu não poderia ser mais agradecido por ter conhecido essa doce menina que será para sempre a garota que eu amo. Minha melhor amiga e a minha primeira namorada. Obrigada.

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