Capítulo I – Lia
- Lia? -Perguntei olhando para Adrian.
- Sim. – Respondeu William.
- Ok, mas quem é ela?
- Lia era alguém de meu passado que eu não gostaria de lembrar, para mim ela está morta. – Disse Adrian.
- Mas parece que não segundo o que vocês disseram, ela é a suspeita de quem vem causando essas mortes.
- Nós vamos verificar isso. – Informou Will.
- Deixe isso com a gente, nós vamos cuidar disso. Não quero que você se envolva.
- Você mesmo disse que eu já estava envolvida.
- E farei de tudo para retirá-la dessa situação.
- E eu ajudarei. – Concluiu Will.
- Mudando de assunto, eu gostaria que você viesse jantar hoje! – Convidou-me Adrian.
- Eu?
- A senhorita. – William já estava saindo.
- Tenho três condições.
- Quais?
- Vocês comem comida mesmo?
- Nós podemos viver sem, então não comemos.
- Essa será a minha primeira condição: vocês terão que comer.
- Vocês? – Perguntaram os dois juntamente.
- Sim. Minha segunda condição é que Will jante comigo também.
- Eu? – Perguntou Will antes de desaparecer.
- O senhor.
- Eu não sei, tenho...
- Will, eu sei que você não tem nada para fazer e também no outro jantar você não ficou. – Eu o interrompi.
- Então eu fico.
- Ele aceitou e qual a outra condição? – Adrian perguntou.
- A outra condição é que eu vou cozinhar.
- Você vai cozinhar? – Will perguntou parecendo estar espantado.
- Vou, por quê?
- Achei que você não soubesse cozinhar.
- Pois bem, eu sei e provarei para vocês hoje a noite.
- Tudo bem.
- Adrian, você pode levar-me para casa?
- Claro. – Will subiu as escadas, enquanto que eu e Adrian saímos para o carro. Entrei e ele começou a dirigir. Depois de dirigir um pouco, Adrian parou o carro.
- O que houve? – Perguntei preocupada.
- Eu não esqueci.
- O que?
- O nosso beijo.
- Adrian...
- Kate, se eu não me engano eu amo você assim como você me ama.
- Eu não posso pensar nisso agora.
- Kate, eu te amo. Não posso dizer o quanto te amo, pois o meu amor ultrapassa os limites.
- Adrian, eu também amo você, mas...
- Mas o que? – Ele perguntou quase exaltado.
- Eu não posso esquecer o que aconteceu nos últimos tempos, eu não consigo, não dá.
- Você se refere...
- A você ser vampiro.
- E o que isso tem demais?
- Adrian, por favor, me leve para casa. Conversamos sobre isso depois.
- Tudo bem, mas nossa conversa ainda não acabou.
Adrian voltou a dirigir e dessa vez ficamos o caminho todo sem um falar com o outro. Eu sabia por que, queria fazê-lo entender, mas acho que não conseguiria. Primeiro, para ficar com Adrian eu teria que ultrapassar, esquecer tudo o que aconteceu – o que seria impossível. Segundo, eu sou apenas uma humana, não faço parte do mundo de Adrian, somos seres diferentes.
Finalmente cheguei em casa, Adrian deixou-me na porta, acenou para mim e eu para ele. Disse a meu pai e minha mãe que estava conversando com os dois irmãos e depois subi para o meu quarto.
Deitada na cama escutando “Already Gone” de “Kelly Clarkson” fiquei refletindo profundamente sobre os acontecimentos recentes. Adrian e William são vampiros. Existe alguém que eles suspeitam que esteja por trás das mortes. Adrian está apaixonado por mim e eu perdidamente por ele, mas somos diferentes, de mundos diferentes, o que ele ganharia com uma humana como eu?
Fechei meus olhos.
Estou saindo do cinema e percebo que tem alguém seguindo-me, logo, decido andar mais rápido. Vejo que a pessoa é rápida e está quase alcançando-me, eu pego as duas pontas do vestido e começo a correr sem olhar para trás. Virei a esquina e continuo a correr mais um pouco. Finalmente paro e olho para trás e não vejo nada, quando viro-me vejo Adrian que afastou minha cabeça forçadamente expondo meu pescoço. Em seguida, ele enfia seus grandes dentes de vampiro em meu pescoço e eu os sinto fazendo um furo por onde escorreria meu sangue.
Acordei ofegante e assustada. “Foi só um pesadelo”, repito para mim mesma três vezes. Levanto da cama e vou direto para o chuveiro. Após o meu maravilhoso banho, escolho e visto uma roupa em que acho bonita. Espirro um pouco de perfume em mim e desço as escadas. Senti uma vontade enorme de tomar o chá de verbena, então vou para a cozinha e preparo um rapidamente. No momento em que acabei de beber o chá, ouço o barulho de buzina. Olho pela janela e vejo que é Adrian. Acenei para a minha família, saí fechando a porta e entrei no carro de Adrian.
Ele deu a partida e começou a dirigir velozmente. Alguns fios de cabelo meu “voavam” com o forte vento que entrava pela janela do carro.
- Seu cheiro é bom! – Disse Adrian sorrindo lindamente.
- Você se refere ao perfume ou a meu sangue?
- Os dois! – Ele riu.
- Você é mesmo muito bobo.
- E eu sei que você gosta.
- O que? – Perguntei fingindo-me de indignada, pois o que ele dissera era verdade.
Conversávamos todo o caminho e fiquei feliz de o assunto não ser vampiro.
Chegamos e entramos. Encontrei Will na sala sorrindo para mim. Ele disse que eu estava linda e que estava animado com o jantar. Fui para a cozinha. Ofereceu-me ajuda, mas recusei. Voltei a ao centro da entrada e liguei o som. Havia um pen drive conectado, então escolhi uma música ótima: “Another Girl” de “Wild Belle”. Fui para a cozinha novamente.
Preparei o jantar rapidamente. Ouvi alguém bater fortemente e sem paciência na porta. Adrian foi atender e Will pôs-se de pé. A música estava justamente em seu refrão e eu estava levando três pratos para sala, ainda estava no centro da entrada da frente quase perto de Will.
Quando Adrian abriu a porta, senti um vento forte e meu cabelo se desorganizou. Uma mulher estava na porta. Ela beijou Adrian como se estivesse apaixonada por ele. Rapidamente, ela entrou e ficou no centro entre Adrian e Will.
- Lia? – Adrian e William disseram em uníssono.
- Sentiu saudades, meus amor? – Ela perguntou a Adrian acariciando suavemente o seu rosto.
Deixei sem querer os três pratos cair no chão. Eles caíram se transformando em cacos de vidro de tamanhos variados fazendo um barulho, um quebrar de cristais.