Capítulo XII – Alexandre (Parte 1)
- Sou eu sim Adrian, o que você está fazendo aqui?
- Eu o chamei. – John respondeu. Fiquei surpresa e decepcionada.
- Pai, por quê?
- Kate, você está doente. Precisa de ajuda. Eu olhei as mensagens no seu celular e vi que ele disse que tinha um amigo que talvez pudesse ajudar.
- O que? Pai, você olhou meu celular? Isso não importa, não quero sua ajuda. – Dirigi-me a Adrian.
- Kate, esse meu amigo talvez possa ajudar, mas você precisa vir comigo.
- Não quero sua ajuda. Como você ainda teve a coragem de vir até a minha casa?
- Querida, independente do que tiver acontecido entre vocês, você precisa ir com ele. Em momentos difíceis, aceitamos ajuda até do nosso maior inimigo. – Meu pai sempre sabe dizer a coisa certa na hora certa.
- Kate, por favor, venha comigo.
- Tudo bem. Até logo, pai. – Eu o abracei. – Eu volto.
- Volta curada filha! Adrian cuide bem dela. – John disse a Adrian como se eu estivesse partindo para nunca mais voltar.
- Cuidarei sim, senhor Smith! Vamos Kate.
Entrei no carro de Adrian e preferi ficar sentada no banco traseiro. Olhava a paisagem pela janela, enquanto sentia-me fraca, muito fraca. Adrian conversava comigo no carro, falando coisas, tentando explicar tudo sobre vampiros. Eu o respondia agora sem raiva dele nem do irmão, estava debilitada demais para brigar.
Chegamos. Adrian parou o carro na frente da porta do castelo como sempre. Desceu do carro, abriu a porta para mim e ajudou-me a descer. Ofereceu-se para carregar-me no colo, mas recusei de imediato, embora estivesse tão fraca, que não conseguiria nada.
Entrei no castelo, um lugar que pensei que jamais entraria de novo. William viu-me e ficou muito espantado pelo estado em que eu me encontrava. Parece que tinha visto um fantasma, mas estava certo, eu talvez devesse parecer um ou estava pior até.
- Kate, você está...
- Horrível, pálida, fraca, com cabelos da cor cinza-lunar, que mais parece um fantasma. – Completei a frase de William.
- Era exatamente isso o que eu ia dizer, ouviu meu pensamento?
- Sim, mas foi só isso.
- Eu ainda não me acostumei com você e seus dons. – Ele caminhou em minha direção e abraçou-me. Fiquei com medo de Adrian ter ciúmes.
- Desculpe William, eu ainda não consigo controlar.
- Tudo bem. Ei, me chame de Will, ok?
- Ok. O que iremos fazer? – Perguntei olhando para ambos.
- Vamos ter que falar com o Alexandre. – Disse Will.
- Infelizmente sim. – Adrian disse parecendo não gostar da ideia.
- Sabe que ele só aparece à noite.
- Sei.
- Por que só à noite? E quem é esse Alexandre?
- Depois eu te explico. Você quer comer algo? – Adrian carinhoso, gosto dele assim.
- Estou mais cansada.
- Ok. Vou te levar até o quarto. – Adrian pegou-me no colo e quando chegou ao quarto, pôs-me na cama. Embora estivesse calor, eu estava com frio, então ele cobriu-me. Virei para o canto e fechei os olhos e eu sei que ele desceu.
Chegada à noite, eu acordei. Eu estava descendo as escadas e vi Will carregando uma bandeja.
- Kate, já acordou? – Will perguntou-me.
- Já.
- Esta bandeja, quer dizer, este lanche é pra você. Deve estar com fome.
- Obrigada Will.
Sentei ali mesmo na escada e comi o sanduíche que ele preparara.
- Adrian, precisamos chamar o Alexandre! – Disse Will para o irmão. Eu larguei a bandeja e com a mão na boca, corri até a pia e vomitei sangue novamente.
- Kate, foi o sanduíche?
- Não. Parece que eu não consigo comer mais nada.
- Eu vou fazer o que tiver que ser feito. – Disse Adrian.
Adrian velozmente saiu e voltou com uma bolsa de sangue. Colocou o sangue em um pote, molhou a mão no sangue e começou a desenhar uma espécie de símbolo no chão. Sei que era difícil para ele mexer com sangue.
Quando terminou de desenhar o símbolo, cujo eu não sabia o que era, o símbolo pegou fogo e ficou todo preto. Estávamos os três em pé, um olhando para o outro. Queria perguntar o que estava acontecendo, mas preferi esperar. Alguém apertou a campainha e Adrian foi atender. Havia um homem que aparentava ser mais velho que Adrian e William, mas parecia novo, não sei quem era.
- Adrian! – Disse o homem que estava na porta.
- Alexandre! – Disse Adrian o nome do homem.
- Ele é o Alexandre? – perguntei baixo para Will, enquanto os dois se encaravam.
- O único! – Disse Will.
- Não vai me convidar para entrar? – Alexandre perguntou a Adrian e eu sabia que Adrian se arrependeria depois se o convidasse para entrar.