Capítulo VI – Palavras de William (Parte 2)
Acordei e sinto que estou um pouco suada. Sem pensar, vou direto para o banho. Depois que tomei o banho, volto para o quarto, escolho uma roupa e visto. Quando estou espirrando um perfume sobre meu corpo, escuto buzinas. Olho pela janela e vejo que é o carro de Adrian. Será que tem novidades? Vejo a hora e são oito horas da noite. Desço as escadas e vejo que a minha mãe já não ia subir para chamar-me, dizendo que a visita era pra mim. Acho estranha esta ação, pois foi exatamente o que eu sonhei. Abro a porta e é Will que está ali, encostado no carro.
- Ei, acordei a Bela Adormecida? – Will perguntou rindo, do mesmo modo como sonhei. Continuarei com o diálogo para ter certeza de que está acontecendo a minha visão neste momento.
- Digamos que sim. – Repeti o que tinha dito no sonho. Senti um negócio estranho, como se eu não conseguisse falar outra coisa. É apenas uma sensação.
- Me desculpe. – Ele se desculpou como na visão.
- Sem problemas, eu ia acordar mesmo. – Continuei.
- Kate, eu sei que deve estar...
- Will? – Interrompi antes que ele terminasse a frase.
- O que?
- Para. – Não sei se dei uma ordem ou se pedi. Eu estava confusa.
- O que?
- Não precisa continuar essa frase.
- Como assim? – Ele perguntou parecendo confuso.
- Você vai dizer que você e Adrian não conseguiram encontrar nada.
- Como sabia o que eu ia dizer?
- Bem, eu...
- Não, espere. – Interrompeu-me. – O que eu diria depois?
- Você diria sobre aquele dia que Lia falou que você e Adrian estão apaixonados por mim...
- E que eu gostaria de saber de quem você gosta. – Completou.
- Exatamente isso. – Eu disse triste, pois sabia no que ia dar.
- Espera, então você teve uma visão!
- Era isso o que eu estou tentando te dizer.
- Então você já sabe o que eu quero te dizer.
- Will, não faça isso.
- Eu ainda não falei.
- E não precisa.
- Kate, não é só por que você viu em sua visão o que eu ia te dizer, que eu não posso lhe falar pessoalmente.
- Will, estou lhe pedindo, não faça isso.
- Por quê?
- Você é o meu melhor amigo! – Eu disse tentando fazê-lo entender.
- Eu? Amigo?
- Sim. Meu melhor amigo!
- E o que Adrian é seu?
- Amigo também!
- Mentira.
- É sério William!
- Você gosta dele?
- O que?
- Você gosta dele? – Perguntou parecendo nervoso. Eu estava tentando explicar para Will a minha situação e gostaria que ele entendesse. Mas já estava ficando nervosa com isso.
- Will, me escuta...
- Você gosta dele, tenho certeza. – Disse afirmativamente e inconformado.
- Will, quer calar a droga da boca e me escutar? – Era uma pergunta retórica, ou seja, não era pra ser respondida. Ele foi se aproximando de mim.
- Sabe Kate, eu não gosto de você simplesmente pelo fato de querer confrontar o meu irmão, ele não tem nada haver. Eu simplesmente te amo. – Se aproximou de mim novamente.
- William...
- Kate, eu te amo. Você não sabe o quanto eu te amo e eu vou te amar, mesmo que você me odeie, pelo menos assim lembrarei de você. Antes ter seu ódio do que não ter nada seu em minhas lembranças. – Ele estava perto de mais.
- Will...
- Mesmo que você escolha ele, eu sinto que preciso fazer isso. – Will beijou-me. Senti sua língua dentro de minha boca lutando com a minha, como se o meu corpo estivesse detectando a entrada de um organismo invasor.
Eu o empurrei e no mesmo momento, dei-lhe um soco. Que ideia estúpida a minha! Já concluí uma vez que vampiros têm a pele dura como gelo. Quando dei-lhe o soco, senti meu pulso abrir-se. Eu fiquei reclamando de dor por alguns segundos e fiquei totalmente nervosa por não ter afetado ele.
- Kate, você está bem?
- Droga! Que dor!
- Esqueci de falar que temos a pele dura. Eu te ajudo. Vamos entrar...
- Você não vai entrar.
- Kate, eu preciso te ajudar a enfaixar esse pulso. A culpa foi minha.
- Me deixa Will, você já ajudou muito.
- Kate...
- Eu cansei. Cansei de tudo. Essa coisa de mortes na cidade, Lia, vampiros, visões, ouvir pensamentos, cansei de tudo. – Disse nervosa, chateada e triste. – Cansei de você e do Adrian também. Não quero ver os dois nunca mais. Não se atrevam a vir visitar-me. Para mim, vocês estão mortos, literalmente. – Fechei a porta na cara do Will. Queria abrir a porta e desculpar-me, sei que tinha ido longe demais, mas eu estava furiosa e tinha razão sobre eles. Não quero os ver nunca mais.