Estou piscando e abrindo os olhos lentamente. Olhando em volta, vejo que estou deitada na cama de Adrian e com apenas um pouco de dor de cabeça vou tentando encostar na cabeceira da cama. Adrian está sentado em uma cadeira ao lado da cama e Will está em pé encostado na parede também perto da cama.
- Ei! – Disse Adrian. – Finalmente acordou. – Estou dizendo num tom baixo. Olhei meu braço esquerdo e vi que estava enfaixado.
- Você está bem? – Perguntou Will.
- Apenas com dor de cabeça. O que aconteceu depois que desmaiei?
- Bem, eu consegui expulsar Lia a força e Will fez o mesmo com o ajudante sanguinário dela. Era ele que estava por trás das mortes, Lia o mandou fazer tudo isso.
- Mas por que isso?
- Lia é uma pessoa extravagante, gosta de aparecer, faz entradas triunfais que nunca gostamos. Ela provavelmente fez tudo isso para chamar minha atenção.
- Por quanto tempo eu dormi?
- Dois dias e já é à noite. – Disse Will.
- O que? Eu dormi por dois dias?
- Sim.
- Nós estávamos muito preocupados. Achei que estava em coma.
- Meu Deus, minha mãe, meu pai...
- Eu avisei a eles que você iria dormir aqui. – Adrian interrompeu-me.
- Mesmo assim, preciso explicar-lhes o que aconteceu, inventar algo. Devem estar preocupados. – Levantei apressadamente da cama e estando fraca caí no chão. Adrian – que estava mais perto de mim – ajudou-me a levantar.
- Kate, tenha mais cuidado, por favor.
- Adrian?
- Sim?
- Eu preciso voltar para casa, será que você ou Will...
Coloquei a mão na boca e sai correndo do quarto. Corri pelo vasto corredor ainda com a mão na boca e desci as escadas o mais depressa possível. Cheguei na cozinha, especificamente na pia e vomitei um líquido vermelho.
- Kate? – Adrian chamou-me. Continuei cuspindo algumas gotas do tal líquido e quando virei-me os dois estavam na entrada da cozinha.
- Não quero que vejam isso. – Will teimosamente chegou na pia e perto de mim.
- É sangue Adrian! – Ele disse.
- Sangue?
- Adrian calma, é só sangue. – Eu disse. – Já estou melhor.
- Não é só sangue Kate, você não está bem e se pensou em pedir para que eu ou Will a levasse para casa, isso está fora de cogitação. Você vai passar a noite aqui.
- Will diga a seu irmão teimoso para que deixe-me ir para casa.
- Achei que eu fosse o teimoso. Kate, dessa vez preciso concordar com Adrian, você não pode ir embora assim.
***
Finalmente estou em casa, no meu quarto. Adrian trouxera-me no dia seguinte e eu já expliquei a minha família o que acontecera comigo, pensei em uma mentira. Encostada na cabeceira, estou lendo um livro. De repente, veio a mim um flashback. Ligo rapidamente para Adrian que em instantes, aparece de carro. Parece que Will veio junto com ele.
- Kate, o que foi?
- Adrian, alguém vai atirar em um homem.
- O que?
- Perto daquela lanchonete na cidade, onde nos encontramos uma vez, uma pessoa vestida de preto vai atirar em um homem.
- Como você sabe?
- Eu não sei, sinto que vai acontecer.
- Então vamos. – Entramos no carro e Adrian dirigiu.
Chegamos perto da lanchonete e vimos um homem vestido de preto: era um ladrão. Estava apontando uma arma para outro homem que aparentava ter trinta anos. Antes que pudesse atirar, Adrian segurou as mãos do ladrão nas costas fortemente e a polícia – já estando ali – o prendeu.
- Como você sabia que ia acontecer? – Will perguntou hiper surpreso.
- Eu não sei.
- Vamos pra minha casa, você nos explica melhor lá. – Sugeriu Adrian.