Capítulo XI – Coração em Pedaços
- Você ouviu muito bem! – Uma lágrima já escorria de meu rosto.
- Isso é mentira! – Andou de um lado para o outro. – Você só pode estar mentindo. Eu sei que é mentira.
- Você que pensa. Você conhece muito bem a minha mãe, quando ela viu vocês e souberam que eram príncipes, nós planejamos uma estratégia e eu daria o golpe em algum de vocês.
- Você me daria um golpe?
- Sim, ou você ou William, o que fosse mais idiota! – Cada palavra doía ainda mais meu coração e mais duas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Tentava segurá-las, mas era impossível.
- Você não faria isso, nunca.
- Tentei, mas quando descobri que ambos eram vampiros, então ficou difícil continuar.
- Quer dizer que esse tempo todo era um plano?
- Tudo foi um plano.
- Isso não é verdade!
- É a única verdade.
- Eu ainda não posso acreditar!
- Acreditando ou não quero que vá embora, não pense em procurar-me e não volte nunca mais! – Fechei a porta na cara de Adrian.
- Kate? – Ele gritou. – Kate? – Bateu na porta parecendo estar desesperado.
- Vai embora Adrian! – Ouvi ele entrar no carro e partir, quem sabe para sempre. Subi para meu quarto, tranquei a porta e agora estou ouvindo “Not About Angels” da “Birdy” deitada e chorando tristemente. Ela tem uma voz calma, suave, tranquila, é boa de ouvir. A música parece bem triste.
Adrian nunca me perdoará, eu disse coisas horríveis. Só de lembrar o que eu disse a ele alguns segundos atrás, o meu coração sente-se partido, quebrado em vários pedaços como cacos de vidro espalhados pelo chão. Mais lágrimas escorriam, pois agora eu estava realmente chorando e não estava mais segurando minhas lágrimas. Minha garganta estava doendo, mas eu ainda lembrava tudo o que aconteceu, então chorava mais. Não há dor pior do que a dor do amor, a dor de perder a pessoa que você mais ama.
***
Mais um bom tempo passou-se. Estou um caco, um galho velho de árvore ou uma folha seca que só está esperando apenas o sopro de um vento para desalojar-se do galho onde estão as outras folhas, ainda verdes e cheias de vida. Alguém bate na porta e eu digo para que entre.
- Kate?
- Pai!
- Como você está? – Ele olhou-me. – Meu Deus!
- O que? – Ele apontou para o espelho. Virei para o mesmo e vi pelo reflexo que eu estava horrível, pior do que em dias anteriores. – Pai, eu já volto! – Desci as escadas e fui ao banheiro. Novamente vomitei sangue. Voltei ao meu quarto.
- Kate, o que está acontecendo? Você está péssima.
- Eu sei, eu sei.
- Precisa ir ao médico.
- Médico? – Espantei-me com que ele disse.
- Sim, médico. Você está doente!
- Pai, eu não vou ao médico. Meu problema não pode ser resolvido por um médico.
- Então o que iremos fazer?
Alguém buzinou. Meu pai pediu para que eu descesse com ele e eu não sei por que desci. Ele disse que havia alguém que poderia ajudar-me e eu fiquei curiosa para saber quem. Após descermos as escadas, chegando na sala, não acreditei que ele estava ali, era inacreditável, depois de tudo o que eu disse.
- Adrian? – Eu disse surpresa e ao mesmo tempo com raiva e indignada.
- Oi Kate. – Ele respondeu em tom baixo, quase não escutei. Ele estava de costas e quando virou e viu-me, pareceu mais que surpreso. – Kate, é você?