CAPÍTULO SEIS

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O meu plano de dormir e tentar não pensar em Luigi e no porquê de ele ter sido gentil, simplesmente não aconteceu. Eu estava muito ansiosa e por isso não consegui dormir o resto da noite, simplesmente assisti o sol nascer pelas persianas. O casamento estava me deixando inquieta, no fundo, eu sabia o que viria, o que estava me aguardando.

Principalmente hoje.

— A noiva está acordada? — Ouvi Anna perguntar atrás da porta do meu quarto, ela entrou, e várias mulheres entraram em festa, era normal no dia do casamento ser uma ocasião alegre.

Infelizmente eu era o oposto disso.

Eu me casaria ao meio-dia na catedral e a celebração se estenderia até tarde da noite, mas assim que o sol raiava, as mulheres já começavam a comemorar com a noiva aquele dia especial. Uma pena que a alegria das outras mulheres não tirava a minha cara de velório do rosto, e as grandes olheiras de uma noite sem dormir.

Eu não conseguia encarar toda aquela situação como um casamento, mas sim uma prisão. Durante toda a minha vida, eu vivi como uma prisioneira, hoje o que mudaria seria apenas o meu carcereiro.

— Que cara é essa? — Anna perguntou, preocupada.

Notei que Violet me olhava ansiosa, eu não queria que ela soubesse que estava daquele jeito com medo de me casar com o seu filho. Eu sabia das histórias que rondavam a Camorra, da grande fama de assassino que Luigi recebeu quando era apenas um soldado.

Forcei um sorriso nos meus lábios, eu não queria que as minhas ações provocassem consequências em Marina ou até mesmo em Anna.

— Eu só preciso escovar os dentes e serei outra mulher — falei, fazendo com que Anna fizesse cara de nojo, joguei um travesseiro nela e começamos a rir.

Percebi que Violet suspirou, aliviada, e saiu do quarto.

— Você não dormiu bem? — Bianca perguntou. Olhei surpresa para ela, eu nem havia percebido a sua presença ali.

— Não — falei com um suspiro. — Não preguei os olhos a noite inteira.

Bianca assentiu.

— Quando eu estava prestes a me casar também não consegui dormir porque estava muito ansiosa. Vou ver se acho algo para ajudar com as suas olheiras. — Ela virou-se e saiu do quarto.

Anna estava nos observando com curiosidade, as sobrancelhas erguidas como se perguntasse: estão em paz?

— Onde está a Marina? — Perguntei a ela.

— Ela não pode participar dos preparativos, apenas as mulheres casadas. — Anna falou com um sorriso. — Mas nossa irmã está com a Lianna.

Assenti, levantei-me com relutância no mesmo momento em que Violet entrou novamente no quarto. Ela se aproximou de mim e me abraçou, eu a segui para um lugar mais reservado, ao que parece era comum a sogra conversar com a futura nora em particular.

— Estou tão feliz. — Violet disse, enquanto fazia carinho na minha bochecha. — Eu sempre quis ter uma filha.

Dei um sorriso sincero. Afastei-me um pouco apenas para ir até a cômoda e retirar de uma das gavetas a pulseira de topázios. Voltei até onde a minha futura sogra estava e mostrei-lhe a delicada joia em minhas mãos, notei que seus olhos marejaram.

— Luigi me pediu para usá-la — murmurei. — Ele mencionou ser uma joia de família.

Violet concordou com a cabeça.

— Se você não quiser que eu use... — Ela segurou delicadamente minhas mãos e negou com a cabeça, impedindo-me de continuar o que eu estava dizendo. Seus olhos verdes estavam brilhando.

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