26 - marinette

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Namorar. Ele estava pedindo para ser seu namorado; isso significava que ele gostava dela a esse ponto? Ele gostava dos seus beijos e sentia aquela eletricidade correr nas veias, ao invés do sangue?

Se sentou de frente para o loiro, encarando os olhos dele, procurando sinais de ironia ou qualquer sentimento que indicasse a mentira e o oposto do que sua voz disse. Suas mãos, trêmulas, foram até o rosto do garoto e segurou o rosto dele.

- Repete? - ela pediu, sua voz estava tão trêmula, assim como seus dedos, que pareceu ter sido uma pergunta.

- Você quer namorar comigo? - ele deu uma pausa em cada palavra, como se, em cada uma, ele desse um tempo para que ela entendesse e absorvesse o que ele quisesse dizer.

Os olhos dele brilhavam amorosamente, indicando a sinceridade nas palavras. Ela corou violentamente, embora já estivesse sentido as bochechas quentes antes, agora estava confirmando à si mesma que era uma verdade absoluta.

Ele não estava brincando, ele não estava mentindo. Ele estava sendo sincero e não iria fugir, pelo menos ela achava que não. Ela estava totalmente disposta a entregar seu coração para ele cuidar.

Ele a encarava, ansioso e cheio de expectativa. Sentiu o gosto metálico na boca e sabia que havia mordido tanto seu lábio inferior que agora estava machucado e sangrava. Passou a língua no lábio, sentindo o leve machucado. Deveria parar com aquele costume.

Sim. Ela ouviu, dentro de si e o coração acelerou com a consciência lhe dizendo isso. Ela queria tanto e sabia que estava apaixonada por ele.

Ele esperava em silêncio, embora ela já tivesse a resposta, sua voz se negava a sair. Respirou fundo, reunindo a coragem que jurou, por algum momento não ter.

- Sim. - sua voz era um sussurro. Era o barulho de uma agulha atingindo o chão em um lugar silencioso.

- Repete? - ele pediu, com carinho, a mão tocou na bochecha esquerda da mesma, e ela aconchegou seu rosto na palma da mão dele.

- Sim, Adrien. - ela ainda sussurrava, mas o tom era um pouco mais alto do que antes. Os seus olhos azuis estavam conectados nos dele, verdes como a grama depois de uma chuva na primavera ou no verão. - Sim, sim e, mais uma vez, sim. Eu aceitaria esse pedido em qualquer lugar do mundo, em qualquer hora do dia e em qualquer outro ano.

O coração batia acelerado na caixa torácica. Ela sabia que aquilo estava certo; sabia que ser a namorada de Adrien era mais do que correto. Agora, ela tinha liberdade para muitas coisas. Ela podia ligar para ele ao acordar ou aparecer na casa dele sem avisar, se auto-convidando para tomar café com o mesmo.

A chance de ver as fotografias dele eram maiores, a chance de presenciá-lo tocar teclado/piano foram triplicadas e a chance de comer algo que ele fez surgiu assim como as oportunidades de tocar no corpo dele sem todas aquelas roupas. Sentiu seu corpo arder, então afastou os pensamentos.

- Em todas as vidas, em todos os mundos e em todas as linhas temporais, eu irei procurar por você. - ele sussurrou, a trazendo para perto e selando seus lábios nos dela. Afastou e encostou a testa na dela. - Você é a minha namorada agora. - ela sentiu o sorriso dele.

- E você é o meu namorado. - ela sussurrou, acabando com o espaço que eles tinham entre si, sentindo a maciez dos lábios dele nos dela e, logo depois, as línguas se enrolando.

Ela se sentia tão feliz, tão inteira e tão bem. Ela se sentia em paz e plena, tudo estava nos eixos e alinhado de forma perfeita. Era como se, ter aceitado a fizesse a melhor pessoa do mundo.

Isso não é um pedido de casamento, repetia a si mesma, já que havia ficado muito feliz com aquele pedido simples, sendo que podia acabar a qualquer momento. Aquela ideia era assustadora e seu estômago pareceu se contorcer com a ideia.

- E eu poderia dizer sim milhares de vezes. - ela murmurou, em um sorriso, antes de encher o rosto dele de beijos.

Passou o indicador no lábio inferior do garoto antes de beijá-lo novamente, e confirmou, mais uma vez, o que já sabia, que era a melhor sensação do mundo. Agora, ela podia beijar ele a hora que quisesse pois ele era seu namorado.

No meio dos vários beijos apaixonados e das mãos dele deslizando na cintura dela, o telefone da menor começou a tocar, e após trocar mais alguns selinhos com o loiro, se esticou e atendeu a ligação, vendo que era Alya.

- O que você acha de irmos para os EUA no dia quatro de janeiro? - a voz estava repleta de alegria.

- Ah... - ela suspirou, olhando para o loiro, que tinha os olhos brilhantes, suas mãos ainda em sua cintura. - Não sei... Você acha que devemos ir? - o olhar do loiro agora havia mudado.

- Você parece meio distante. Adrien está aí? - ela perguntou e a mestiça murmurou um "sim" como resposta. - Ah, que novidade. E então? Dia quatro de janeiro?

Uma das sobrancelhas loiras do garoto a sua frente estava arqueada e ela articulou a boca, como se dissesse o nome da amiga, sem soltar a voz. O esverdeado apenas balançou a cabeça, e deu um beijo no pescoço da mestiça, que o olhou como se o reprendesse.

- Acho que estarei de férias, então pode ser. - ela dizia, mexendo no cabelo do loiro, que fechou os olhos e encostou a cabeça no encosto do sofá. Parecia um gatinho preguiçoso. - Depois me manda os detalhes.

- Já comprei as passagens. - ela disse rápida, como se estivesse arrancando o doce de uma criança.

- O quê?! - a voz dela aumentou o tom, ela estava completamente incrédula. - Alya, você não deveria fazer isso sem meu consentimento!

- Eu cliquei em finalizar compra quando você disse "pode ser". - a de óculos explicou, e a azulada revirou os olhos, o que provocou uma risada baixa do esverdeado. - Você revirou os olhos! Olha, você prometeu, só estou fazendo você cumprir.

- Tudo bem, nós vamos. Quando nos encontrarmos vamos planejar isso melhor. - ela disse, mais tranquila.

- Claro! Até logo, amiga. Diga "oi" ao Adrien por mim. Beijos, amo você. - e desligou, sem esperar uma resposta.

- O que houve? - o esverdeado murmurou, olhando para sua namorada.

- Alya quer ir para os Estados Unidos, e acabou de comprar as passagens. - a azulada respondeu, se sentia ansiosa para o que o loiro iria comentar.

- Seria um sonho ir com você, mas acredito que ela quer ir apenas com você. - ele sorria de forma gentil, e deu um leve selinho nos lábios da garota. - Quando você vai?

- Quatro de janeiro. - ela respondeu. - Acho que vou ficar uma semana ou dez dias, é rápido, tenho certeza.

- Já sinto saudades de você. - ele fez um bico infantil com os lábios, o fazendo ficar imensamente fofo e as mãos da mestiça apertaram as bochechas dele.

- Você é imensamente lindo, Agreste. - roubou um beijo dele, ainda apertando as bochechas do garoto, e soltou logo depois de alguns segundos.

- Acredito que você seja mais, Dupain-Cheng. - murmurou, e como resposta recebeu um sorriso tímido e bochechas coradas. - E eu amo quando você me chama pelo meu sobrenome.

- Gosto de te chamar assim. - sorriu e se inclinou para dar mais alguns beijos no garoto, com todo seu amor e cuidado.

Estava apaixonada, já sabia disso. O coração estava sempre aquecido quando perto do esverdeado, as borboletas sempre voando em seu estômago, confundido-o com um jardim. Estava apaixonada pelo seu, agora, namorado e não iria negar; não ousaria negar.

neighbors | [AU] adrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora