O dia que fiz burrada

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Seul para mim é de longe a melhor cidade. Pode se dizer que mesmo pela tamanha repercussão que fotos em redes sociais trazem a nós, eu considero que minha cidade não é algo tão avassalador como todos dizem. Não que seja ruim, longe de mim achar isso, porém eu sentia que algo dentro de mim faltava, como se estivesse vazia. Eu não imaginava que viver aqui iria me trazer problemas e dor de cabeça.

Vocês devem estar se perguntando: "Por que ela está citando a cidade?"

Bem, por que foi aqui que eu posso ter arruinado tudo.

Até meus 14 anos eu tinha a vida perfeita. Uma família bem estruturada, uma escola legal, e um ótimo melhor amigo.

Eu juro que até hoje eu não consigo entender em como ao completar 15 anos eu me vi apaixonada por Park Jimin, meu melhor amigo desde que me entendo por gente. Vocês podem pensar que é normal alguém em um casal de amigos do sexo oposto se apaixonarem, mas não é dessa forma que as coisas funcionam.

Jimin era gay.

Sim, gay. Mas era aquele gay que todos sabiam que era. Por incrível que pareça Jimin nunca teve medo de se assumir, mesmo sabendo que Seul é tóxica em relação a isso. Sempre andou com roupas brilhosas e estilosas na escola, e quando falavam algo para ele, Jimin partia para cima da pessoa, e ainda vencia.

O fato é, sou apaixonada por ele há 3 anos e a dois dias aconteceu a pior burrada de toda a minha vida.

Eu transei com Park Jimin.

Sim, eu transei com meu amigo que estava alcoolizado. Eu me ofereci mesmo sabendo que Jimin provavelmente estava em um momento de fraqueza. Agora sentada no sofá da sala, olhando para a parede de cor bege que minha mãe pintou, eu reflito que possivelmente posso ter arruinado tudo. Merda de vida.

[...] Dois dias atrás . Dia da Festa na casa de Taehyung [...]

Os dias estavam quentes em Seul – culpem o aquecimento global – eram 09:00 da manhã e eu já me revirava na cama sentindo o mormaço levemente quente sair pela janela. Saudades do frio aonde eu podia usar minhas roupas quentinhas e fazer coisas aleatorias sem começar a derreter.

– Eu to morrendo de calor — Resmunguei pegando o celular vendo as horas.

– Ainda não entendo esse fogo que você tem. — Olhei para Jimin que vestia sua camisa.

Jimin havia vindo dormir em casa como toda sexta ele faz. Por ele me respeitar, dormíamos juntos sem problema algum.

– Imposivel você não estar sentindo calor — Levantei da cama indo em direção à meu guarda roupa, procurando alguma vestimenta para o dia.

– Eu sou um fogo, porém meu delicioso corpinho não está em chamas agora, possivelmente estará a noite, por que hora que eu ver Jeon Jungkook na festa,  nem guindaste vai me tirar de cima daquele homem — Jimin riu se abanando levantando da cama.

Não vou mentir. Ouvir ele falar de outros homens, das suas noites, me doía. Não era algo como se eu fosse morrer, era um incômodo que ficava ali, martelando no meu coraçãozinho.

– O próximo que tirar você de cima dele, será proclamado o novo rei arthur — Ri ainda de costas olhando o guarda roupa.

Mesmo que me incomodasse eu fazia de tudo para que Jimin não percebesse.

– Sabe quem eu fiquei sabendo que vai estar lá?— Jimin veio em minha direção me virando para si. Fiz uma cara de desentendida pois realmente não fazia ideia — Min Yoongi, seu crush supremo.

Ah Min Yoongi. Que os deuses me perdoem por eu usar seu nome diariamente.

Em meados de julho do ano passado eu vacilei deixando meu diário exposto no meu quarto. Jimin tinha costume de entrar pela janela do cômodo. O problema é que nesse dia ele não avisou que viria até minha casa como faz de costume. Eu na inocência fui tomar banho deixando a página aberta aonde estava escrito que minha pessoa estava morrendo de amores por alguém da escola.

DROGA, TRANSEI COM MEU AMIGO Onde histórias criam vida. Descubra agora