the omega • taekook

Prólogo

JEONGGUK

— Você sabe que eu não gosto dessa situação, não sabe? —O mais velho me encarou. Seus olhos pareciam mais abatidos, ele possuía olheiras e eu tinha quase certeza que a qualquer momento o alfa poderia chorar.

— Eu sei meu pai, mas eu não tenho outra escolha. —O respondi e em seguida soltei o ar dos meus pulmões. Estava cansado de todas as vezes discutir sobre esse mesmo assunto com o meu pai.

— A culpa é minha. Se eu não fosse um velho doente você não precisaria trabalhar na casa daquele homem. —Ralhou.

— Não quero mais te ouvir dizendo essas coisas. —O repreendi. Meu tom de voz estava sério.

As vezes parecia que os papéis se invertiam. Eu me tornava o pai e o meu pai se tornava o filho.

Kang Daesung é o homem que me criou. Ele não é meu pai biológico, ele me adotou quando eu tinha apenas um ano de vida. O orfanato que me acolheu disse que meus pais biológicos haviam me deixado lá porquê não tinha dinheiro para me sustentar; eles pediram apenas para deixar o sobrenome deles e o nome que haviam me dado.

Daesung tem aproximadamente sessenta anos, seus movimentos já são debilitados e por isso ele vive em cima de uma cama. Papai já lutou contra um câncer e um ataque cardíaco. Seu corpo já não é o mesmo que antes.

Mas é graças ao meu trabalho — trabalho esse que o meu pai insiste em criticar — que eu consigo pagar o seu tratamento, assim como os remédios e as enfermeiras que cuidam dele.

— Eu preciso ir agora, papai.

— Na próxima vez traga o meu neto, estou com saudades. —Sorriu minimamente.

— Eu o trarei.

Me despedi adequadamente do mais velho, depois cumprimentei a sua enfermaria, Lalisa.

A beta tinha quase a minha idade mas amava o seu trabalho de enfermeira e cuidadora de idosos.

— Cuide desse teimoso por mim. —Pedi para a mais nova.

— Pode deixar. —Sorriu. — E mande um beijo para o pequeno Soobin.

Sorri bobo. Meu filhote era amado por todos.

Sim eu tenho um filho. Meu pequeno Choi Soobin — de apenas um ano de idade — é fruto do meu relaciomento com Choi Minho. Meu relaciomento com o alfa nunca foi um dos melhores, nós tínhamos apenas uma amizade colorida e passávamos os cios um com o outro, e em um dos meus cios eu acabei engravidando.
O problema é que nesse mesmo período o Choi estava de viagem marcada para o Japão. E era óbvio que ele não iria trocar a oportunidade da sua vida para poder criar um filhote comigo. Ele nunca conheceu o Soobin e eu agradecia por isso, porque Minho não era uma boa pessoa e quanto mais ele ficasse longe do meu filho seria melhor para nós dois.

Eu entrei no carro que me esperava e o motorista deu partida no veículo. Estávamos voltando para a mansão, o local que eu trabalhava e morava.

Acontece que eu trabalho na mansão dos Kim's. Eles são uma das famílias mais influentes de Seul, possuem um império no ramo da alta costura coreana e isso se expande para diversos países. São pessoas importantes, reconhecidos no país e no mundo.

Confesso que no começo não foi fácil, mas quem diria que as coisas iriam mudar conforme o tempo.

Eu sou empregado do dono da casa, Kim Taehyung; e tudo mudou quando o seu marido Park Bogum, simplesmente sumiu.

Os dois eram o casal queridinho pela mídia nacional e internacional. Eram o casal clichê, o modelo e o CEO. E juntos eles tiveram um filhote, Kim Yeonjun.
Tudo ocorria bem até o dia de um dos maiores desfiles em Paris chegar. O Park simplesmente não deu as caras, desfalcando a equipe. Depois disso ele nunca mais foi visto, simplesmente desapareceu.

Yeonjun tinha apenas um mês de vida quando se viu desamparado pelo pai ômega. E foi nesse ocasião que as coisas também mudaram para mim.

Todo filhote precisa da presença dos dois pais, alfa e ômega. O pequeno Kim precisava da figura de um ômega, tanto da presença quanto para sobreviver, afinal ele ainda precisava dos nutrientes do leite que somente um ômega tem.

Foi então que Taehyung veio até mim. Ele me pediu para eu suprir essa necessidade do seu filho, visto que eu era o único ômega que não possuía uma marca e que também ainda amamentava um filhote, em sua casa.

Lembro-me de ficar assustado com o pedido sério que o alfa fez a mim, porquê eu não iria apenas amamentar o rebento, iria também fazer parte da sua vida, quase como um segundo pai.

Na época o meu pai estava lutando contra o câncer e Taehyung disse que assumiria todas as despesas do meu pai se eu o ajudasse com o filhote.

Eu poderia achar que o alfa estava me chantageando, mas nós dois precisavamos de algo que somente o outro poderia oferecer. Ele precisava de um pai ômega para Yeonjun e eu precisava de dinheiro para o tratamento do meu pai.

No fim, nós dois saímos ganhando.