Minha Pequena Emma - Miraculous

Capítulo XXI

Adrien

Bateram na porta e eu dei permissão para entrar. Eram Emma e Marinette.

— Oi, papai. Desculpe incomodá-lo, mas preciso que o senhor assine isso aqui — ela colocou um papel sobre a minha mesa. — Vamos fazer uma pequena excursão hoje pelo outro lado da cidade, e preciso de sua autorização.

Ela mordeu o lábio inferior ansiosa e me olhou com seus gigantes olhos verdes e brilhantes.

— Por favorzinhoooo! — juntou as mãos e implorou. — O Ryan também vai...

— Eu iria autorizar, ainda que Ryan não fosse — sorri para ela. — Só se cuida, tá?

— Claro, papai. — deu a volta na minha mesa e me abraçou apertado.

— Veio com quem?

— Han...

— Emma! — arqueei uma sobrancelha.

— Sozinha, de táxi. — ela corou de vergonha.

Passei a mão por seu cabelo liso e azulado, dizendo que me preocupava com ela.

— Juízo, mocinha. — lhe disse antes que ela pudesse sair pela porta.

— Sempre. — sorriu e saiu.

Olhei em direção à porta novamente e vi Marinette, me encarando. Ela parecia um pouco confusa, algo do gênero. Mas pude sentir que algo a incomodava.

— Mari — a chamei.

Mas ela não obtive resposta.

— Marinette — a chamei mais uma vez.

Sem resposta, de novo.

Suspirei e me levantei, caminhando até onde ela estava. Estávamos a um passo de distância e ela ainda pareceu não me notar ali, a olhando. Seu semblante era de pura confusão, e um pouco de raiva também. Suas sobrancelhas estavam franzidas e os lábios selados, num pequeno bico. Que bicho a havia mordido?

— A-Adrien...?

Eu a olhei nos olhos. Agora, ela estava mais perdida que antes.
De repente, lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas, mas rapidamente foram secas pela própria Marinette.

— Me...me desculpe — me olhou nos olhos. — E-eu só...eu só...

— Está tudo bem?

Ela abriu a boca para dizer algo, mas a fechou quase que imediatamente. Respirou fundo e disse:

— Sim, sim, obrigada. Estava lembrando da minha avó. Saudades — ela sorriu, mas eu sabia que não era verdadeiro. — Vou começar a trabalhar. Se precisar de mim...estarei em minha sala. Lila já me deixou alguns papéis.

Apenas assenti com a cabeça, ainda que quisesse dizer algo mais para ela. Não vou negar, sou curioso com a respeito a assuntos que me incomodam, ainda que sejam problemas de outras pessoas. Mas aquela mulher estava me intrigando aos poucos com sua mudança de emoções repentina. Uma hora sorria, outrora, chorava como uma criança querendo colo.