Capítulo XXIV

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Mamãe só podia estar louca de pedra! Será que era a idade que estava se avançando?

— Não me olhe com essa cara, Marinette! Eu estou velha, não maluca!

Emma continuou a nos olhar com um ar confuso e preocupado.
Mamãe se acalmou e se sentou no sofá da sala, respirando fundo.

— Emma, não é?

A menina fez que sim com a cabeça e se desgrudou da parede.

— Quantos anos você tem?

— Mamãe!

Ela me lançou um olhar de reprovação e eu apenas bufei. Emma caminhou em passos mentos até ela.

— Tenho 15, Sra Cheng.

Mamãe sorriu radiante e pediu para que ela se sentasse ao lado dela. Assim, Emma o fez.

— Quem são seus pais?

Achei aquela pergunta absurda e bastante indelicada. Mas pelo fato de Emma ter ficado em silêncio, chamou minha atenção. Terminei de limpar o chão e me juntei à elas no sofá. Emma havia mordido o lábio inferior e nos olhou com tristeza.

— E-eu...

Nesse exato momento, a porta se abriu, revelando Adrien, eu a havia esquecido destrancada. Que cabeça, Marinette! Que cabeça.
Todas olhamos em direção à porta e Emma soltou uma lágrima pelo canto do olho esquerdo. Olhei para Adrien, e mais uma vez pude notar aquele olhar magoado. O loiro apenas entrou, e com um aceno de cabeça, pedi para que se juntasse a nós naquela tarde. Ele se sentou ao meu lado.
Mamãe olhou para ele, e em seguida para Emma.

— Nem os olhos de vocês se parecem — ela comentou.

Mamãe sempre teve a língua solta. Será que era por causa da profissão de juíza? Não sei.

— Mamãe! — insisti.

E mais uma vez, ela me olhou com desdém.

— Era sobre isso que eu estava querendo falar com você, Marinette.

Dessa vez, voltei minha atenção para o homem que estava ao meu lado. Ele tentou sorrir, mas falhou miseravelmente.
Eu o olhei preocupada e ele percebeu que tanto eu como a minha mãe estávamos confusas. Então ele respirou fundo e continuou:

— Minha esposa se chamava Chloé Bourgeois. Éramos casados há cinco anos, e queríamos muito ter um herdeiro, mas nunca vingava, e ficávamos frustrados. Até que um dia, em janeiro de 2005, ela me contou que estava grávida, e que dessa vez daria certo. Descobrimos que era um menino, o quarto já estava decorado, ele se chamaria Louis. Até que... — ele deu uma pausa e curvou a face. Coloquei minha mão em seu ombro, encorajando-o a continuar. — ... até que um dia a amiga dela, Sabrina, a convidou para tomar um café, e ela pegou a BMW e foi. Não demorou muito para me ligarem do trabalho avisando sobre o acidente e que o caso era crítico. — respirou fundo. — Ela morreu após pedir para cuidar do nosso filho, mas ele também não havia resistido ao impacto. Na noite do mesmo dia, tocaram minha campanha. Estava apenas eu e mamãe em casa, e chovia muito. Não havia ninguém, apenas um Moisés com algo enrolado numa manta rosa. Era Emma. Tão pequena, indefesa e perdida. A partir daquele dia, eu a adotei e cuidei dela com todo o amor do mundo.

— Eu a vi.

Adrien olhou para mim aparentemente confuso com o que eu acabara de dizer quase que como um sussurro.

— Q-quando eu estava indo para o hospital com Nathaniel. Eu ia ganhar bebê. Então vimos um acidente. Uma moça grávida que dirigia uma BMW. Os socorristas já estavam com ela.

— Qual o nome do hospital? — Adrien quis saber.

— Longa Vida.

Ele riu pela ironia.

— Chloé também havia ido para lá.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Emma interrompe:

— Me disse que não tinha filhos — Emma se pronunciou chocada.

A olhei com tristeza, e disse:

— Tive. Uma menina. Não consegui ver seu rosto, e nem lhe dar um nome.

— O que aconteceu com ela? — ela arregalou os enormes olhos verdes com tons de azul-claro.

— Eu a perdi. — uma pequena lágrima escorreu por minha bochecha, mas rapidamente a sequei.

Mamãe suspirou pesadamente, quase que impaciente, e Adrien passou a mão pelo meu cabelo meio preso, meio solto.
Mamãe se levantou e caminhou até sua bolsa que estava sobre uma estante do corredor e voltou com algumas fotos, se sentando novamente.

— Adrien — ela chamou sua atenção, e ele a olhou. —, carrega alguma foto da Emma de quando pequena em sua carteira?

Ele ficou confuso com aquela pergunta, mas respondeu:

— Sim, sempre que vou sair.

Emma sorriu para o pai sem mostrar os dentes.

Adrien lhe entregou uma foto de Emma com uns 4 ou 5 anos de idade. Ela estava sentada em uma poltrona vermelha e usava um belo vestido lilás com algumas rendas nas mangas curtas. Seu cabelo azul batia em seu pescoço e estavam cacheados, com uma delicada presilha de laço de cetim preso nele.

Mamãe pegou a foto e colocou ao lado de uma minha com mais ou menos a mesma idade. A pele pálida, bochechas coradas, olhos amendoados, cabelos azuis e cacheados...

Céus! A única diferença era a cor dos olhos.

Foi então que todos nós nos demos conta do que estava acontecendo.

— Esta é Marinette quando tinha cinco anos. — explicou mamãe.

Adrien lhe tomou a foto das mãos e as encarou por longos três minutos, até se virar para mim e dizer:

— C-como?

— E-eu...

— Sempre achei vocês bastante parecidas, mas eu nunca pensei que... — respirou fundo e curvou a cabeça. — não consigo nem dizer.

Todos estávamos perplexos, bem, minha mãe estava tranquila. Como assim? Emma é minha filha desaparecida?

Franzi o cenho e me virei para Adrien.

— A roubou de mim?

— O-o quê?

— Porque seu filho não resistiu. Então você a pegou de mim...ela não tinha nome, então estava usando uma etiqueta com o número do quarto!

— Como pode estar me acusando de sequestro? — ele levantou a voz para mim.

— Então me explica: como ela foi parar nas suas mãos?

— Ela estava na porta da minha casa, Marinette! Eu te disse. Enrolada numa manta dentro de um cesto. Era de madrugada! Depois que perdi meu filho e Chloé eu fui para casa tentar aliviar a cabeça e colocar os pensamentos em ordem. — falou aborrecido. — Eu jamais faria uma coisa terrível dessas com alguém, mesmo que eu quisesse muito meu filho de volta.

Curvei a cabeça e chorei.

— Eu estou tão...

— Eu sei que está — disse firme e me fez olhar para ele. — Vamos fazer um teste de DNA?

To Be Continued...
...
Hello peoples! Mais um capítulo para vocês. Estamos na metade da fanfic.
Espero que tenham gostado.
Então, até o próximo! E paciência comigo, gente, eu crio uma criança de quase 1 ano kkkkk
Bye bye

;)

Minha Pequena Emma - MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora