Capítulo nove

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Caminhando pela calçada, Verônica sente algo que parecia ter ido embora dela fazia tempo, mas agora retornava. Sua alma. Não posso viver sem minha alma, dizia aquele trecho de O morro dos ventos uivantes. Bem, parece que Verônica havia conseguido. Até este momento.

Estava cansada. A cada passo, seu corpo era puxado para baixo, como se carregasse peso. Imaginava muitas coisas, mas ao mesmo tempo tudo incerto. Queria manter a mente limpa, com espaço para digerir o que estava acontecendo. Não queria se ver, não queria pensar que a velha Verônica estava de volta.

Por vezes, quando finalmente deixou Portland, ela ficava a divagar por quê também havia deixado uma parte de si para trás. Por que aquela Verônica não está aqui ?, pensava, em tardes tediosas, quando seu minúsculo e primeiro apartamento parecia cavernoso e vazio. Os primeiros meses foram os piores, ela nem sequer sabia o que fazer. Para onde ir. Quando a vida toda somos guiados, é difícil trilhar o próprio caminho sozinho. Sem alguém para segurar sua mão.

Agora era diferente. Ela sabia. O que ela não esperava, era encontrar-se tão rapidamente.

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2020 ⏰

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