You know who he was, don't you, Harry?

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DONCASTER, 16 de setembro de 1919

A senhorita Tomlinson se sentou e então iniciamos uma conversa, que eu não chamaria de agradável. Ela não estava nada confortável, não olhou em meus olhos uma única vez e percebi que seus pés balançavam constantemente.

Ela me perguntou quando cheguei, como foi a viagem, e pediu chá e comida para nós dois sem que ao menos eu respondesse se queria.

– Quando você chegou?– ela me pergunta

– Ontem, senhorita Tomlinson.

– Ora, e por que não me disse? poderia tê-lo convidado para o jantar!

– Eu não queria incomodar – eu disse, calmamente

– Não é incomodo nenhum. O senhor não queria jantar com nós, senhor Styles?

– Não é isso, eu apenas não cheguei a cogitar. Fui direto para a pensão e direto para a cama – minto.

– Qual pensão, senhor Styles?

– A da senhora Cantwell.

– Oh, eu não conheço.

Outro silencio constrangedor se instala entre nós, e ela parece cada vez mais impaciente com a demora do chá.

– O senhor lê, senhor Cantwell?

– Sim, senhorita Tomlinson. E me chamo Styles.

– Como? – ela me pergunta, confusa

– Você me chamou de Cantwell.

– Tenho certeza que não fiz isso – ela diz, com certeza.

Ela puxou um cigarro do bolso e um isqueiro

– Você se importa? – ela pergunta e eu nego com a cabeça – O senhor fuma?

– Fumo, mas agora não estou com vontade.

– Tudo bem, Senhor Cantwell.

– Styles.

– Ora, pare com isso – ela se irrita – Não tolero que me corrijam.

– Desculpe, senhorita Tomlinson, não tive a intenção de ofende-la.

– Mas ofendeu! Eu sei seu nome, não precisa ficar repetindo, e pare de pedir desculpas toda hora.

Eu tento ao máximo ser educado e não falar nada que possa ofende-la, mas seu humor não parece querer colaborar, já que é visível seu incomodo por estar em um restaurante comigo.

Após a chegada o chá tudo pareceu ficar mais leve. A senhorita Tomlinson me pediu desculpas pela sua alteração de humor, e concordamos que devíamos deixar de lado as formalidades e nos chamarmos pelo primeiro nome.

– Então, Charlotte, sobre as cartas... – ela me interrompeu.

– Me desculpe Harry, mas por que você guardou elas por tanto tempo?

– Acho que ainda estava me recuperando de toda a situação, mas saiba que não abri nenhuma delas.

– Louis escrevia sempre, sabe? Ele escrevia longas cartas falando sobre o campo de treinamento, mas mesmo escrevendo muito, ele não dizia muita coisa sobre o que acontecia lá.

– Eu o via escrevendo sempre, os homens brincavam com ele por isso, riam da cara dele, mas ele não ligava – eu disse.

– Ele falava sobre o sargento. Simon, não é? – estremeci pelo nome, mas assenti – E sobre seus dois auxiliares.

O pacifista [Larry Stylinson]Where stories live. Discover now