Yes, Sir
Holmes Chapel,
23 de Fevereiro de 2016;Segurando seus ombros magros a ajudo a ficar de pé, mas a muito custo. Minh' alma se retorce em ascenção. A forma como ela me olha me faz pensar que pode enxergar através da minha alma escura e isso me assusta, como se não pudesse deter esse sentimento estúpido de vulnerabilidade. Necessito arranjar uma forma de me manter seguro sob a minha redoma sentimental.
As mulheres sempre inspiraram-me amor, compaixão, desejo, benevolência, mas nunca medo, não será esta a primeira, embora tenha o poder de me deixar absorto. Seu rosto pequeno, cândido, num quase rosé iluminado me fita por um pequeno espaço de tempo e por exatos três segundos o ar me falta. Elevo minhas mãos aos seus ombros e percebo sua pele gélida e rígida, sem ação, aperto os meus olhos e inclino minha cabeça para trás, em uma tentativa inútil de não sucumbir a minha vontade de estapiá-la, que é gigante. Noto sua fascinação repentina com meu escritório e lembro-me de ter lhe advertido para nunca entrar aqui. Está encantada com um autêntico Picasso arrematado em um leilão em Viena, ano passado e, de repente surge uma vontade iminente de levá-la à Itália, algum dia. Dedilhando por seus braços nus, afasto seus cabelos negros para seu ombro esquerdo e apoio meu queixo, estrategicamente, em sua nuca cintilante, porém, me afasto, meu instinto de sobrevivência emocional me ordena.
Escondo meu sorriso de satisfação com o indicador esquerdo e me apoio em frente a mesa vitoriana, cruzando e descruzando as pernas conforme o arrastar do tempo, atrás dela, perto do seu corpo. Porra! Acho que preciso de um tempo a mais para reorganizar meus pensamentos. Ainda ofegante e com as pernas genuinamente trêmulas, por incrível que possa parecer estou nervoso e tenso, vou ao seu encontro. Meus olhos estão vidrados nos seus, que, sequer pestanejam, como se estivesse petrificada. Questionamentos que estavam entalados em minha garganta, sentiam a estridente necessidade de virem à tona, entretanto, antes mesmo que algo de minha parte pudesse ser dito, ou quem sabe, indagado, ela pronuncía-se:
— Me deixa ir embora, por favor, sr. Styles. — ouço-lhe atentamente, petrificado, espreitando ainda mais meus olhos em sua direção, notando um pequeno descompasso em minha pulsação, estou praticamente bufando de raiva e encarando-na avidamente.
Sério? Ah, eu quero rir.
Tenha paciência, Harry, controle a situação.
— Volte para seu quarto, Lorrie, agora! — grito contra sua face esbranquiçada, imune às suas lamúrias e lágrimas inúteis, tomando o devido cuidado de tirá-la do chão gelado, mais uma vez, mesmo que a contragosto. Não a quero doente, não me seria conveniente. Ela sorri para mim e seu sorriso mais-que-perfeito me envaidece.
Enlaçando meus braços em volta de sua cintura, a ergo no ar e, a passos largos, direciono-me ao quinto quarto à esquerda do principal corredor do primeiro andar, antes subindo alguns lances de escadas.
Sinto suas mãos gélidas deslizando por minha face e empalideço instantaneamente, entorpecido por seu toque quase que desinteressado. Menina esperta, está tentando me distrair do meu aborrecimento e eu odeio distrações. Seus polegares macios e pequenos roçam ligeiramente em minhas pálpebras, acariciando-as. Com a minha respiração visivelmente irregular, seguro suas mãos e as conduzo até meu pescoço, pressionado-as lá, olhando em seus olhos que naturalmente brincavam com os meus. Mais calma, aparentemente, minha doce e arredia Lorrie ergue uma sobrancelha e mordisca seu lábio inferior fortemente, apoiando a cabeça em minha nuca e nunca antes quis tanto essa mulher como agora, o que me obriga a agir de acordo com minha quase extinta racionalidade.
Ela tem ideia de como isso é sexy?
— Eu sei o que você está fazendo minha querida e peço-lhe que pare... — ela não está obedecendo, isso é excitante, mas ao mesmo tempo me faz querer castigá-la de alguma forma. — Vamos fazê-la parar com isso.Não provoque-me, srta. Lanous, não reajo bem a provocações e você bem sabe, bonequinha.— advirto-lhe em um tom de voz melodioso e ao mesmo tempo rude, no fundo, também estava provocando a garota. — Horan! — chamo pelo principal segurança pessoal, o mais leal de todos, aos berros, após colocá-la na cama, mais dois passos recuados e já estou a um passo de estar fora do cômodo. — Imprestável. — resmungo irritado, observando Lorrie encolher-se embaixo do edredom decorado com flores azuis.
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Yes, Sir | H.S
Fanfiction"Há consequências em cada um dos nossos atos, não importa quais sejam eles, tudo ocorre por um motivo específico", pensava o egocêntrico Harry Styles, no auge dos seus 27 anos, herdeiro de um império no ramo farmacêutico, até então estabilizado emoc...