FIFTH

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F I F T H

Yes, Sir

Cambridge, Cambridgeshire
24 de março de 2016;

I.

17h:34min PM;

Nunca liguei pra coisas simples. Um pôr do sol, por exemplo, nunca havia percebido o quão bonito pode chegar a ser esse fenômeno natural, pelo menos, não como agora; as nuvens acizentadas se completam com o laranja em torno do sol nesse instante, a vista é de tirar o fôlego. Ficar perto de Lorrie me faz sentir coisas que eu nunca havia sentido antes, é estranho, estranho e bom. Não dá pra controlar, apenas sinto. Não tenho e nunca terei controle sobre meus sentimentos. É frustrante não poder escolher por quem vou me apaixonar e ainda pior é ter me apaixonado pela pessoa errada.

Queria poder fechar os olhos e ao abri-los estar em outro lugar, com Lorrie de preferência e esquecer tudo e todos, em contrapartida, gostaria de nunca ter entrado naquela Maison, lá eu a encontrei, lá eu fodi com tudo e agora eu estou sendo perseguido por um psicopata lunático que não hesitará em acabar com a minha vida se tiver chance. Preciso admitir que trazer Lorrie pra cá não foi muito inteligente da minha parte. Querer protegê-la a qualquer custo também me assusta, é como se eu esquecesse de mim e a colocasse como prioridade máxima.

Sacudo a cabeça, varrendo pensamentos indesejáveis e firmo os lábios para esconder um sorriso desnecessário.

Olho para ela de soslaio enquanto o vento varre seu rosto e sinto uma vontade quase incontrolável de beijá-la, no entanto, contento-me em tê-la perto de mim, sem brigas, apenas nós dois. Posso sentir seu cheio de onde estou, Lorrie cheira a lírios e a sombra de um sorriso se formando em seu rosto desperta algo em mim. Me aproximo um pouco mais e a um passo de estar a seu lado, ouço a voz grave de Balvin Ellis vinda logo atrás de nós dois. Não esperava vê-lo tão cedo, tampouco aqui.

Inferno!

— Balvin Ellis, que surpresa você por aqui. — minha voz é cheia de tensão enquanto me aproximo dele que caminha em nossa direção. Essa é a própria visão do inferno. — Deveria ter ido na empresa ou ter me ligado, evitaria esse deslocamento de 80km. — digo aflito, na esperança de que ele entenda que aqui não é o melhor lugar para termos essa conversa. Estou tão nervoso que não consigo controlar minha respiração e preciso lutar contra minha vontade gritante de arrastá-lo para longe daqui, longe dela.

— Precisava conversar com você e como não consegui fazer isso por celular, tive que te achar por outros meios. — afirma com a atenção direcionada à Lorrie e não hesito em puxá-la para perto de mim, é instintivo, quase um movimento irracional.

— Essa é Lorrie Lanous, minha noiva, meu amor, esse é Balvin...

Ele se adianta: — Styles, sua noiva é encantadora, você é um fodido de muita sorte. — ouço tudo com cara de poucos amigos, usando meus trejeitos para que ele perceba o quão desconfortável está a situação. — Sou um velho amigo do seu noivo e preciso muito falar com ele a sós, se não se importa, querida. — murmura com uma leve oscilação na voz e seu sorriso de lado me alerta que as coisas não estão nada favoráveis a mim. Conheço ele bem, até imagino que teremos uma conversa difícil pela frente e não gosto de vê-la sorrindo para ele, tanto que aperto um pouco mais meu braço esquerdo em volta da sua cintura pequena.

— Pode me deixar sozinho com ele, querida? — peço de forma brusca, libertando-a do embaraço, torcendo pra que ela não detecte meu medo e o arregalar de seus olhos me deixa mal, não quero que ela pense que estou lhe dispensando. Agora é tarde, 'tá feito. Puta merda!

Yes, Sir | H.S Onde histórias criam vida. Descubra agora