Yes, Sir | H.S

NINTH

N I N T H

Yes, Sir

Cambridge, Cambridgeshire
24 de Abril de 2016;

I.

18h:22min PM;

A entrevista com Amiah acabou antes do previsto; perguntas corriqueiras e respostas mais objetivas do que normalmente, no fundo estava louco pra chegar em casa, encontrar Lorrie e terminarmos o que fora interrompido, isso se ela ainda estiver afim, se tratando dela tudo é possível e suas imprevisibilidades é algo que me torna ainda mais refém de seus encantos, um pouco assustador, já que costumo ter controle sobre minhas emoções, contudo, nada que não possa ser contornado, embora eu não saiba como agir em relação ao que sinto no momento, só sei que não é nada comparado ao que já senti em outros relacionamentos, na maioria deles apenas conveniências e interesses econômicos, um pouco de prazer dividido entre as duas partes e os dois saíam satisfeitos e com boas recordações. Com Lorrie tudo é diferente, pela primeira vez estou em um relacionamento de verdade, ainda que às cegas, já que até agora agimos como dois estranhos

Ah, Lorrie!

Deixando alguns relatórios das sucursais para o dia seguinte, guardo-os em minha maleta e saio sorridente para fora dessa sala entediante e longe de qualquer assunto relacionado à empresa. Tiro o paletó e coloco no ombro, embora faça frio, me sinto sufocado com tantas roupas. Disco o número de Lorrie na tela do celular, no entanto, a ligação não é completada, o que me deixa ainda mais ansioso e eu odeio ficar ansioso. Controle-se Harry Styles, você só tem uma noiva, ainda que fictícia, gostosa pra caralho que está muito afim de transar. Cumprimento a srta. Harris educadamente e sigo para os elevadores. No Hall do prédio, Dylan me aguarda para finalmente irmos embora. Tento contato com Freddie Standall, mas é inútil, parece que o homem foi tragado pela terra. Já na SUV, sinto algo vibrando no meu bolso, para minha nada grata surpresa quem está na linha é Niall:

— Senhor, eu liguei pra informar que a srta. Lanous e eu estamos no apartamento de Grant Gustin, centro de Cambridge. — informa com naturalidade, como se fosse algo normal, mas eu sei que ele está nervoso, a voz estava trêmula e Niall sabe que Grant e eu não nos damos bem.

Eu inalo forte e relaxo minha postura no banco antes de questionar: — Por quê?

— Ela insistiu que precisava vê-lo e não quis contrariá-la e correr o risco dela voltar a sumir como da outra vez. — argumenta com o máximo de persuasão, parece se movimentar de um lado para o outro, posso notar um barulho semelhante a passos e preciso admitir que seu raciocínio acerca do assunto foi brilhante, em seu lugar teria feito o mesmo, ainda que a ideia dela estar no apartamento de alguém que me odeia seja assustadora.

— Tudo bem. — murmuro sem objeções e observo Dylan de soslaio, ele está concentrado e prestes a entrar no condomínio onde moro atualmente. — Obrigado por me informar. — sem mais, encerro a chamada e fico com os olhos fixos à tela do celular, estou tentando assimilar a informação e agir de acordo com minha quase instinta racionalidade.

Não perco mais tempo e ordeno a Dylan que mude nossa rota imediatamente. Não considero Grant confiável e sei o que ele quer com essa aproximação com Lorrie, quer tirá-la de mim apenas com o propósito de se vingar de mim e não deixarei que lhe use para me atingir.

Como o porteiro do prédio já me conhece, o sr. West permite que eu suba. Não quero me decepcionar e não sei o que vou encontrar aqui. Nossa, me sinto tão covarde, já fui mais seguro e autoconfiante. Recuo e avanço repetidas vezes e caminho até o final do corredor, voltando um minuto depois. Puta que pariu, estou muito nervoso e não quero agir como um ogro e assustá-la. Preciso ser paciente e agir com o máximo de naturalidade que eu conseguir e agradeço-me por ordenar que Dylan ficasse lá fora, não seria conveniente que ele me visse assim, amedrontado por meus próprios pensamentos e mil e uma suposições. Bato com o punho fechado na porta e aguardo até  alguém abra e Niall surge quando a mesma é aberta.