✧ treze

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- She said: you don't even know me... - Corbyn cantou e me deu um olhar rápido, me fazendo segurar um sorriso. Eu já tinha usado aquela frase com ele, quando falei que eu poderia ser uma assassina perigosa. Até parece.

Assim que o loiro terminou sua parte e Zach estava se preparando para começar, a música parou.

- Ótimo. - a diretora disse. - Agora, fiquem do mesmo jeito que estavam, vamos apenas pegar algumas cenas da festa pra poder colocar no meio dos solos dos meninos.

O tradutor repetiu e todos se concentraram em seus lugares. Bianca bocejou.

- A Globo tá perdendo essa atriz aqui. - brinquei, empurrando-a de leve.

- Não é atuação. Fui dormir tarde e alguém me acordou cedo em pleno domingo. - ela me encarou.

- Para com isso amiga, você sabe que eu te amo. - a abracei de lado.

- Hm, eu também te amo. - a morena me soltou e começou a puxar assunto com as garotas que estavam na nossa rodinha improvisada. - Então, vocês já conheciam a banda?

- Na verdade não. - uma delas, que tinha o cabelo metade azul e metade preto, negou.

- Costumamos participar como figurantes em vários lugares, ficamos sabendo que precisavam de pessoas aqui. Um dinheirinho a mais, mesmo que pouco, é sempre bom. - a outra, loira, explicou.

- Dinheiro? Será que vamos ser pagas? - minha melhor amiga se virou para mim.

- Por que não seriam? - a primeira garota franziu o cenho.

- É que eu sou meio amiga dos caras da banda. - expliquei. - Foi um deles que nos chamou, e ele não comentou nada sobre pagamento.

- Ah, entendi. Vai saber, então. Como vocês se chamam?

- Meu nome é Cecília e o dela é Bianca. - eu nos apresentei. - E vocês?

- Clara. - a menina loira apontou para si mesma. - E ela é a Marcela. - a do cabelo colorido sorriu.

Bem nessa hora, a diretora voltou a falar. No meio da nossa conversa, acabamos até esquecendo que estavam filmando.

- Agora a menina vai entrar por aquela porta e os rapazes vão ficar encarando ela. Assim que começar o refrão, ou seja, quando ouvirem "come to Brazil" vocês começam a pular, dançar, bem animados, certo?

O tradutor novamente passou a mensagem e todos os figurantes concordaram.

A música voltou a tocar e uma moça linda, que parecia ter minha idade e provavelmente era modelo, entrou no local. Os garotos a olharam de queixo caído e me segurei para não rir de suas expressões. Zach cantou sua última frase antes do refrão e então finalmente comecei a dançar, animada. O clima no local mudou completamente, todos parecendo muito mais felizes.

A gravação ao todo demorou menos de duas horas, o que me surpreendeu. Sempre imaginei que essas coisas levavam dias inteiros. Bianca e eu nos despedimos de Marcela e Clara, que mostraram ser muito simpáticas, além de engraçadas.

- E então? - Besson apareceu atrás de mim, me assustando.

- Corbyn! Por que não chega como uma pessoa normal? - dei um soco em seu braço.

- E perder isso? Óbvio que não. - ele riu e revirei os olhos, mas acabei sorrindo.

- Foi muito divertido. - Bianca comentou.

- Sim, foi. E preciso dizer que quando ouvi a música pela primeira vez, foi bem assim que eu imaginei o clipe. Acho que as fãs brasileiras vão amar.

- Esperamos que sim. - Jonah disse.

- Só uma coisa... As meninas que estavam com a gente comentaram sobre um cachê, nós vamos receber também? - minha colega de apartamento perguntou na maior cara de pau e fiquei vermelha na hora.

- Bianca! - eu repreendi, mas ela só deu de ombros.

- O que foi? Eu sou direta. Precisamos fazer compras, cansei de comer sua omelete.

- Você disse que era uma delícia, sua falsa! - disse indignada e os garotos começaram a rir.

- Vocês são muito engraçadas. - Zach comentou. - E depois nós vamos acertar o pagamento, com certeza.

- Obrigada... e desculpa por ela. - sussurrei a última parte e ele sorriu.

- Acho que seria justo a Cecília ganhar um salário por estar aguentando o Corbyn todos esses dias aqui no Brasil. - Daniel brincou e o loiro o olhou indignado.

- Ei! Eu não sou tão insuportável assim.

- Aham, senta lá, Cláudia... - murmurei e Bianca soltou uma gargalhada enquanto os meninos nos olharam levemente confusos. - É um meme brasileiro. - expliquei. - De qualquer forma, eu faço de coração, não por dinheiro.

- Awn, como vocês são fofos. Estão pensando em praia ou fazenda pro casamento? - Seavey perguntou e revirei os olhos, rindo.

- Parem com isso. - pedi. - Tô morrendo de fome.

- Eu também. Podíamos almoçar Mc Donald's. - Jack sugeriu e franzi o cenho.

- Vocês só vivem de fast food? Comeram Mc Donald's ontem.

- Desculpa, mãe. Vamos comer salada. - Besson provocou e mostrei a língua para ele.

- Chato.

- Hora do almoço. - Steve apareceu de repente atrás de nós, me assustando. - Vamos comer em um restaurante aqui perto. - falou para a banda.

- As meninas podem ir? - Jonah perguntou, apontando para nós. O homem pareceu pensar por dois segundos antes de dar de ombros.

- Tudo bem. Vamos.

amor de carnaval ✧ bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora