Capítulo 6

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Taehyung tinha suas costas colada no chão da sala, enquanto Jungkook estava sentando em seu peito.

- Que merda é essa? - perguntou Taehyung irritado.

- Eu preciso que você pegue algo na minha casa para mim. - disse sem rodeios.

- Você quer que eu roube né. - corrigiu Tae empurrando o garoto.

- Não é roubado se é meu.  - argumentou se sentando no chão ao lado do garoto. - Eu não pediria se não fosse importante.

Taehyung suspirou.

- Eu não vou fazer isso.

...

- Entra logo Jungkook. - disse Taehyung irritado empurrando Jeon para dentro do táxi.

Eles estavam tomando um táxi rumo a casa dos pais do fantasma. Como sempre, Taehyung havia cedido para ajudar os outros.

- Humm senhor? - o taxista estava confuso com o seu novo cliente que falava sozinho. - O senhor está bem? - questionou.

- Sim, sim. - suspirou. - Só me leve onde combinamos por telefone, ok? - o homem atrás do volante concordou.

O táxi prosseguiu e Jungkook olhava para a janela. O tempo continuava chuvoso. Deveria estar frio, mas ele não sentia mais nada. Observou as gotinhas que escorriam pelo vidro do carro e se lembrava de quando ele e seu irmão brincavam de corrida de gotas de chuva. Cada um apostava em uma. Era besta, sentia saudades.

Assim que o táxi parou, Jungkook notou que o muro precisava de pintura e que sua mãe, que sempre foi impecável na limpeza da casa, não recolhia as folhas da calçada a muito tempo.

Desceu do carro e esperou Taehyung do lado de fora. Que saudades que ele estava daquela rua. A vizinha do lado sempre que cozinhava, o cheiro invadia a casa de Jungkook e ele sentia vontade de comer a comida dela. A da frente tinha dois gatos muito roliços e mal humorados. E o vizinho no final da rua, corria uma história que ele era lobisomem, Jungkook jura juradinho que um dia viu ele chegando todo rasgado em uma manhã pós lua cheia.

Taehyung se aproximou do outro garoto.

- E ai, como você pretende que eu entre? - questionou dando uma boa olhada na casa.

- Bom, a minha mãe passa muito tempo em casa, então invadir, sem chance. - Jungkook coçou a cabeça pensativo. - E se você falasse que era um amigo meu e que queria conhecer minha família?

- Boa ideia. - concordou Taehyung. - Vou poder finalmente usar meus dotes de ator.

Taehyung tocou a campainha, três vezes. Uma mulher de meia idade apareceu. Jungkook suspirou, sua mãe havia emagrecido mais do que ele se lembrava, mas seu cabelo estava amarrado da mesma forma.

- Oi, a senhora é a mãe do Jeon Jungkook? - perguntou Taehyung com seu tom mais simpático possível.

- Sim, sou sim. - Jungkook viu sua mãe vacilar a voz como as pessoas costumam fazer quando se fala de alguém morto. - Como posso ajudar?

- Bem, me perdoe vir aqui, mas eu estava fora, sabe, vida corrida. - coçou a cabeça sem graça. - E eu não estava aqui quando o pior aconteceu. Estudamos juntos... - umedeceu os lábios começando um choro falso. - Eu só queria me despedir.

Jungkook não acreditava no que estava vendo. Taehyung estava chorando, como se conhecessem a anos. Era um ator nato.

- Oh meu querido, eu... - a mãe de Jungkook não sabia o que dizer. - Você quer entrar?

- Se não for te incomodar...

- Claro que não, venha, eu acabei de pôr um bolo para assar, vai ser bom ter companhia. - sorriu abrindo o portão.

Angel- VminOnde histórias criam vida. Descubra agora