Shelter - Ereri/Riren

Chamado

-Vocês sentiram aquilo? - Armin parecia mais animado desde a conversa com Levi

-Sim, senti. - O mesmo não acontecia com Jean que continuava irritado com o líder da Rebelião. - Eu não gosto dele e não pretendo mudar de opinião.

-Jean, por pouco não conseguimos nos juntar a eles. Por favor, não brigue com ele – o loiro pediu, sentando-se ao lado do amigo no colchão.

Após a conversa pela manhã, Isabel os conduziu novamente ao quarto. Ela e os outros iriam sair e não podiam deixá-los livres na base, de modo que ela deixou também um cantil e algumas barras de vitaminas, prometendo voltar antes da hora do almoço.

-Não vou brigar com ninguém, a não ser que me deem motivos.

O loiro suspirou, desistindo de conversar naquele momento. Sua mente se encontrava maquinando diversas questões acerca da recente descoberta de sua Ordem. Queria ter perguntando mais coisas à Isabel, mas a ruiva saiu apressada pela ordem do líder.

Apesar de estar animado pela perspectiva de descobertas novas, também estava preocupado, uma vez que nem todos receberam bem a informação nova. Armin deitou-se no colchão, virando-se com a cabeça apoiada no braço para observar o amigo dos olhos verdes que se mantinha absorto em pensamentos desde que foram deixados no quarto.

Eren estava sentando em um canto do quarto, próximo à porta de ferro banheiro. Tinha tantas coisas passando pela cabeça e nenhuma ideia de como por tudo em ordem. Afinal, nascera com a Ordem que todos consideravam inferior. Duvidava que alguém da Rebelião ou mesmo os amigos o tratassem diferente por isso, mas não podia esperar o mesmo dos demais. "Agora sim que não saio sem a gargantilha.", decidiu. Claro, não permitiria que lhe fizessem mal. Lutaria e usaria todas as suas forças para se defender, mas aquela era uma dificuldade a mais que não havia planejado. "Definitivamente as coisas estão piorando bastante pra mim."

Desde que saíra de casa, a cada vez que dormia, desejava poder acordar e ver que tudo não passava de um pesadelo, mas sempre que se encontrava acordado, tudo parecia empenhado em lembrá-lo de que aquilo era tão real quanto a realidade implacável que os cercavam. Sentiu um aroma conhecido intensificar-se e levantou a cabeça antes apoiada nos joelhos. Viu Jean sentar-se ao seu lado, acompanhado pelo loiro que sentou-se do outro lado.

-Você não precisa ficar chateado por ser um Ômega – o mais velho começou. A atmosfera tranquila que o cercava junto as feromonas amigáveis mostravam que ele não estava mais irritado.

-Ah, não preciso – ironizou – Já não tenho problemas o suficiente.

-Não é como se fôssemos deixar algo acontecer com você – o loiro pontuou, estendendo a mão para acariciar os fios castanhos do amigo mais alto.

-Eu sei que não. Mas não posso depender de vocês – ele escondeu o rosto nos braços que apertavam os joelhos – Já atrapalhei o suficiente.

Os dois amigos se olharam diante do comentário de Eren e Armin achou por bem deixar claro.

-Nós não te culpamos por nada disso, Eren. - o moreno virou-se para o amigo dos fios loiros – Você não tem culpa por nada e não precisa pensar que tem.

– Mas foi por minha culpa que...

– Deixa de ser teimoso – Jean colocou um braço ao redor dos ombros do amigo, puxando-o para um abraço – Nada foi culpa sua. Você é tão vítima quanto cada um de nós.

-Era algo que estava totalmente fora do seu controle – o loiro sorriu, sereno – A culpa é dos malditos atrás de você. Vovô só fez o que ele faria por mim ou pelo Jean.