21 mars 2020; samedi
A CHÁCARA está um pouco diferente se comparada com a última vez que eu visitei os meus pais. Mesmo sendo muito próximos, os meus horários não colaboram muito.
Finalmente descemos do carro, dá para notar a movimentação dentro da casa. Nate passa pela frente do carro e se aproxima de mim, ele segura a minha mão e sorri.
— Preparado? — provoco, ele sorri de novo e eu me apoio na ponta dos pés, em seguida deposito um selinho em seus lábios.
— Cher! — Ouço a doce voz da minha mãe, eu e Nate andamos até a entrada da casa.
Mamãe está exatamente como sempre, longos cabelos castanhos, perto da cintura, perfeitamente ondulados. Seus grandes olhos castanhos brilham, o sorriso enorme perfeitamente alinhado se abre. Ando até ela é a abraço.
— Oi, pequena! — dessa vez é a voz do meu pai.
Olho para ele e o mesmo sorri com os olhos, faço o mesmo, claramente eu herdei isso dele. O meu pai sempre foi um homem alto e bonito, com a barba bem feita e roupas impecáveis. Ele tem cabelos loiros bem claros e olhos azuis como o oceano. Queria ser a Chloé para ter herdado essas características dele.
— Tudo bem? — mamãe pergunta.
— Claro. Bom, Nate, esses são Delphine e Stephan Brunet, os meus pais. Pai e mãe, esse é o Nathan, o meu namorado — apresento-os.
— Prazer — Nate diz, esticando a mão, o meu cumprimenta ele e minha mãe o abraça.
— Que bom que a Cher resolveu apresentar alguém — mamãe comenta, nego com a cabeça. — Vamos entrar, os seus irmãos já estão aqui — ela completa.
Sorrio para o Nate e ele retribui, um pouco desconfortável.
Entramos na casa e ela parece levemente alterada, mas relevo. Observo Oliver sentado no sofá, ele me olha e se levante. Por mais que ele não cresça mais, parece sempre que eu o vejo ele sempre está alguns centímetros mais alto.
Oliver tem os cabelos castanhos da mamãe e os olhos do papai — claramente eu fui a única desfalcada. Ele tem um cabelo perfeitamente bagunçado, parece que ele arruma para ser desarrumado — e mesmo assim lindo —, tem um sorriso enorme também. Ele se aproxima e me abraça apertado.
— Como vai, Olly? — peço, assim que ele solta.
— Vou bem, e você?
— Ótima...
— Nate, esse é o Oliver — digo, Nate assente e eles se cumprimentam.
— Cherry! — A voz aguda de Chloé invade a sala e ela pula em mim.
— Oi...
Nos abraçamos de vez e ela sorri. Ela está diferente em alguns aspectos, está com quase nenhuma maquiagem e com o cabelo loiro longo preso em um rabo de cavalo alto. Normalmente ela não estaria assim.
— Última, eu juro — digo para o Nate, que apenas assente. — Nate, essa é a Chloé.
Eles se cumprimentam. Noto que estamos apenas nós aqui, porém achei que o namorado da Chloé e a namorado de Olly estariam aqui, provavelmente Nate está se sentindo deslocado.
— O almoço está quase pronto. Cher, me ajuda com a mesa? — mamãe pede.
— Claro — assinto. — Vai ficar bem? — pergunto para o Nate.
— É lógico. — Ele dá risada e eu saio dali, deixando-o sozinho com Olly.
A cozinha tem o melhor cheiro do mundo, definitivamente a minha mãe sempre foi a melhor cozinheira do mundo.
— Por que não nos contou que estava namorando? — mamãe pergunta.
— Porque eu não estava — admito. — Ele me pediu hoje.
— Cher?
— Mas, eu já tenho vinte e um anos, não preciso pedir a sua permissão para esse tipo de coisa — digo, mas acaba saindo um pouco mais rude do que eu pensei. — Eu sinto muito.
— Tudo bem, eu entendo. — Ela sorri e vai para a mesa.
Balanço a cabeça negativamente, reprovando a minha própria fala. Terminamos de organizar tudo e nos sentamos à mesa cheia de comida. A especialidade da mamãe é massa, então hoje ela fez macarrão caseiro com molho a bolonhesa.
— Você faz faculdade, Nathan? — papai pergunta.
— Pode me chamar de Nate — ele diz, claramente um pouco nervoso. — Eu estou no 12⁰ semestre de Medicina, quase acabando.
— Uau! — mamãe diz. — Pretende se especializar em quê?
— Eu já faço residência fixa em Cirurgia Pediátrica — ele completa.
Claramente mamãe está apaixonada por ele, pelo fato se eu ter um namorado que faz Medicina e quer ser Pediatra — isso já faz uma alusão a ele provavelmente querer ter filhos.
— E quando vai ser o casamento? — Chloé se intromete na conversa, mamãe arregala os olhos.
Eu e Nate nos olhamos por alguns segundos.
— Ainda temos que pensar em muita coisa — digo.
— Vocês dois estão há alguns meses da formatura — mamãe diz. — Mas podemos começar os preparativos em Agosto...
— Mãe! — altero. — A gente acabou de começar o namoro.
— Você já tem vinte e um anos, Cher. Não pode esperar muito — ela conclui.
Eu simplesmente odeio esses comentários da minha mãe, mas eu decido não bater boca com ela.
— Eu comprei a sua sobremesa favorita — Olly diz, saindo do assunto desconfortável.
Os meus olhos brilham, Olly levanta da mesa e vai para a cozinha, volta alguns minutos depois com uma bandeja cheia de tortinhas de limão.
— Eu te amo, Olly! — digo, dou um sorriso e coloco três tortinhas perto de mim. — Você quer? — pergunto para o Nate.
— Sim — ele assente e sorri.
Comemos todas as tortinhas e mamãe não comenta mais nada, eu e Chloé lavamos a louça e organizamos as coisas na cozinha. Olly e Nate estão na sala com os meus pais, eu espero que a minha mãe não fale mais sobre casamento com ele.
Parece que a família da Cher é um pouco complicada, né?
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Cherry | H.S.
Fiksi Penggemar𝐃𝐨𝐧'𝐭 𝐲𝐨𝐮 𝐜𝐚𝐥𝐥 𝐡𝐢𝐦 𝐛𝐚𝐛𝐲 Cher Brunet, uma jovem de vinte e um anos, está no último semestre da sua faculdade de Letras, vive na agitada cidade de Paris, capital da França. Cher vive uma vida tranquila, vai para a faculdade e está se...